domingo, abril 10

O fim dos hospitais SA´s


1. - A decisão do Conselho de ministros de transformar os Hospitais SA´s em EPE´s foi objecto, para já, de très editoriais:
- Diário Económico - "Meio Passo atrás” de António Costa;
- Jornal de Negócios - "E agora funcionam?" de Paulo Ferreira;
- Jornal Público - "Cosmética e Demagogia" de José Manuel Fernandes.
Os três editorialistas na ânsia de “criticar por criticar”, acabaram por cair na asneira, como muito bem demonstrou Vital Moreira no Causa Nossa.

2. - A medida de transformar os SA´s em EPE´s é correcta, mais não seja por três questões fundamentais:
a) - A imagem dos SA´s encontrava-se profundamente degradada entre os profissionais da saúde e utentes, sendo a todo o momento apontada como causa de todos os males.
Consequência natural de o processo de transformação dos hospitais SA´s ter sido conduzido de forma arrogante sem se procurar de forma consistente o envolvimento dos profissionis da saúde.
b) - É muito mais fácil unificar o Estatuto Jurídico dos Hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), transformando todos os hospitais do SNS em EPE´s , ficando igualmente salvaguardada a sua exploração empresarial, tutelada directamente pelo Ministério da Saúde.
c) – Suspendeu-se o processo de privatização dos hospitais do SNS, idealizado por Luís Filipe Pereira, através da transformação (numa primeira fase) de todos os hospitais do SNS em SA´s e a criação de uma “holding” como estrutura de coordenação, fazendo o “by pass” às ARS´s.
Com Correia de Campos quanto à privatização de hospitais do SNS é suficiente a execução do Projecto das Parcerias (PPP).

3. - O que está comprometido em relação à anterior gestão de Luís Filipe Pereira é a cedência de mão beijada do sector público às empresas privadas. O processo vai desenvolver-se com maior rigor em relação à defesa dos interesses dos utentes e dos profissionais da Saúde.
Correia de Campos quando terminar o seu longo trabalho no ministério da Saúde não vai ficar à espera que o grupo Mello ou o Espirito Santo Saúde o convidem para trabalhar.
E isto faz toda a diferença!
Correia de Campos regressará de consciência tranquila à casa que foi sempre a sua: a Escola Nacional de Saúde Pública para transmitir aos novos alunos as suas mais recentes experiências.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bonito!...
Apesar de algumas reticências prevalece a solidariedade corporativa.

Quanto à transformação dos SA´s em EPE´s, concordo com a medida do ministro.
Os argumentos apresentados pelo Xavier são convincentes.
É pena que na apresentação das medidas o Correia de Campos tenha metido os pés pelas mãos com aquela referência ao capital privado nas EPE´s.
Fugiu-lhe a boca para a verdade.
De qualquer maneira o Correia de Campos deve cuidar melhor desta relação com os media que não perdoam nada.

11:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

As reacções ao primeiro pacote de medidas de Correia de Campos dá para ver que a luta vai ser árdua.
O jornalismo em Portugal vai de mal a pior.
No caso dos três editorialistas não se preocuparam em conferir as informações.
Correia de Campos na sua anterior estada no governo (seis meses) publicou um diploma que previa a transformação dos hospitais do sector público administrativo (SPA) em EPE´s.
Nada de SA´s.
Quanto ao regime jurídico do pessoal da EPE´s a ignorância dos jornalistas é total.
Mas como é que jornalistas "conceituados" se põem a escrever sobre aquilo que não sabem.
Ânsia de criticar.

12:09 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Foi fundamental por termo ao processo de privatização dos hospitais do SNS engendrado por Luís Filipe Pereira.
A transformação dos restantes hospitais do SNS em SA´s e a criação da "holding", a nova entidade coordenadora destes hospitais, significaria pura e simplesmente o fim do Serviço Nacional de Saúde.
Correia de Campos ten razão quando se refere a este projecto como o Supermercado.
Tratava-se efectivamente de uma feira onde o SNS seria leiloado a preços módicos às empresas privadas.

11:45 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Concordo que no sector da saúde intervenham empresas pertencentes aos sectores público, privado e social.
Não aceito é que posições dominantes do sector público da saúde sejam entregues ao desbarato às empresas privadas.
É crucial estabelecer contratos com as empresas privadas prestadoras de cuidados, que salvaguardem com rigor os interesses dos utentes.
Um programa gradual, bem controlado de parcerias é o indicado para a criação de um importante sector com exploração privada da saúde.

11:56 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Luís Filipe Pereira tem realmente muito pouca vergonha.
E vai ele nas calmas de regresso ao Grupo Mello. Podendo arranjar emprego onde quisesse.
Só o que lhes deu a ganhar com a história da indemnização com a nomeação do tribunal arbitral.

12:51 da manhã  

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