Cenas de loucura no hospital
Administradora perseguida dentro do hospital por médicos e guardas da GNR.
A Administradora Delegada do hospital Rovisco Pais foi levada às Urgências psiquiátricas do Hospital da Universidade de Coimbra depois de perseguida pelos médicos e pela GNR dentro do próprio hospital. O insólito episódio deu-se quinta feira da semana passada.
Nesse dia a administradora entrou no hospital muito agitada. Segundo soube o Expresso, gritou e insultou vários funcionários e esteve quase a agredir outros. Os seus colegas da administração solicitaram , então, a uma equipa médica que a observasse no seu gabinete. Mas, quando os viu, a administradora fugiu para um dos pavilhões do hospital e depois para um armazém, onde se escondeu por algum tempo. Entretanto, surgiu a GNR que apoiou os médicos na perseguição à administradora. Quando esta foi finalmente "apanhada", os médicos deram-lhe sedativos e chamaram uma ambulância para a conduzir às urgências psiquiátricas do hospital.
Aqui, foi dada a indicação para o seu internamento compulsivo, que a própria recusou. Mas só quando chegou a família os médicos autorizaram a sua saída do hospital.
A Administradora do Rovisco Pais já manifestara, por diversas vezes, comportamentos desequilibrados, segundo os relatos ouvidos pelo expresso. Costumava telefonar para os funcionários a meio da noite pedindo-lhes para comprarem cigarros. E envolvia-se em conflitos com o pessoal de saúde. Os seus problemas envolvem também a Justiça: o hospital recebeu ordens do Tribunal para executar o seu ordenado.
Desde a semana passada que a administradora está suspensa. Ontem mesmo seguiu para o gabinete do ministro um pedido formal para a sua demissão.
1.ªpágina,
Semanário Expresso
26 de Junho de 2004
Comentário:
1. - O Hospital Central Rovisco Pais é um pequeno hospital Central com apenas 36 camas da Região de Saúde do Centro, pertencente ao SPA, com apenas 75 funcionários (1 médico, onze enfermeiros, 1 paramédico, 39 trabalhadores dos serviços gerais, 14 administrativos e 9 auxiliares), trata apenas doentes de Hansen.
2.- Já muito se falou sobre a qualidade dos administradores nomeados pelo ministro da saúde, Luís Filipe Pereira.
3.- É lamentável que esta cena rocambolesca se tenha passado num hospital do Serviço Nacional de saúde, envolvendo um elemento da administração e outros profissionais.
4. - Desconhecemos os critérios que terão levado à decisão de publicar esta notícia na primeira página do Bloco Central do Semanário Expresso.
Parece-nos importante que o jornalista tivesse esclarecido os leitores sobre o tipo e dimensão do hospital em que ocorreram os factos relatados.
5. - Quanto ao conteúdo da notícia, pareceu-nos apenas um triste caso de ruptura psicológica de um trabalhador da Saúde, a que o jornalista de serviço resolveu dar especial destaque. O que, em nosso entender, não merecia. Para lá do perfil e da situação de doença, configura-se-nos mais como um caso de linchamento da referida administradora a que, o jornalista, consciente ou inconscientemente, decidiu dar um relevo exagerado, eventualmente em benefício de outros elementos do Conselho de Administração.
6. A não ser que, o interesse desmesurado dos leitores por este sector de actividade, faça de toda e qualquer notícia sobre a saúde em Portugal artigo de primeira página
A Administradora Delegada do hospital Rovisco Pais foi levada às Urgências psiquiátricas do Hospital da Universidade de Coimbra depois de perseguida pelos médicos e pela GNR dentro do próprio hospital. O insólito episódio deu-se quinta feira da semana passada.
Nesse dia a administradora entrou no hospital muito agitada. Segundo soube o Expresso, gritou e insultou vários funcionários e esteve quase a agredir outros. Os seus colegas da administração solicitaram , então, a uma equipa médica que a observasse no seu gabinete. Mas, quando os viu, a administradora fugiu para um dos pavilhões do hospital e depois para um armazém, onde se escondeu por algum tempo. Entretanto, surgiu a GNR que apoiou os médicos na perseguição à administradora. Quando esta foi finalmente "apanhada", os médicos deram-lhe sedativos e chamaram uma ambulância para a conduzir às urgências psiquiátricas do hospital.
Aqui, foi dada a indicação para o seu internamento compulsivo, que a própria recusou. Mas só quando chegou a família os médicos autorizaram a sua saída do hospital.
A Administradora do Rovisco Pais já manifestara, por diversas vezes, comportamentos desequilibrados, segundo os relatos ouvidos pelo expresso. Costumava telefonar para os funcionários a meio da noite pedindo-lhes para comprarem cigarros. E envolvia-se em conflitos com o pessoal de saúde. Os seus problemas envolvem também a Justiça: o hospital recebeu ordens do Tribunal para executar o seu ordenado.
Desde a semana passada que a administradora está suspensa. Ontem mesmo seguiu para o gabinete do ministro um pedido formal para a sua demissão.
1.ªpágina,
Semanário Expresso
26 de Junho de 2004
Comentário:
1. - O Hospital Central Rovisco Pais é um pequeno hospital Central com apenas 36 camas da Região de Saúde do Centro, pertencente ao SPA, com apenas 75 funcionários (1 médico, onze enfermeiros, 1 paramédico, 39 trabalhadores dos serviços gerais, 14 administrativos e 9 auxiliares), trata apenas doentes de Hansen.
2.- Já muito se falou sobre a qualidade dos administradores nomeados pelo ministro da saúde, Luís Filipe Pereira.
3.- É lamentável que esta cena rocambolesca se tenha passado num hospital do Serviço Nacional de saúde, envolvendo um elemento da administração e outros profissionais.
4. - Desconhecemos os critérios que terão levado à decisão de publicar esta notícia na primeira página do Bloco Central do Semanário Expresso.
Parece-nos importante que o jornalista tivesse esclarecido os leitores sobre o tipo e dimensão do hospital em que ocorreram os factos relatados.
5. - Quanto ao conteúdo da notícia, pareceu-nos apenas um triste caso de ruptura psicológica de um trabalhador da Saúde, a que o jornalista de serviço resolveu dar especial destaque. O que, em nosso entender, não merecia. Para lá do perfil e da situação de doença, configura-se-nos mais como um caso de linchamento da referida administradora a que, o jornalista, consciente ou inconscientemente, decidiu dar um relevo exagerado, eventualmente em benefício de outros elementos do Conselho de Administração.
6. A não ser que, o interesse desmesurado dos leitores por este sector de actividade, faça de toda e qualquer notícia sobre a saúde em Portugal artigo de primeira página
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