quarta-feira, outubro 6

Pobre País



O nosso. Isto está pior do que se imaginava, e eu sempre o imaginei muito mal. Ouvi, com alguma impaciência confesso, os apelos a um "talvez não venha a ser tão mau como se prevê", que me pareciam da ordem da extrema bondade e de uma fé absoluta. Mas porque razão tinha que acreditar em milagres em política, quando não acredito neles no dia a dia?

Depois, a confirmação vinha em excesso, era tudo tão mau, tão mau que ultrapassava as piores expectativas. Eu sei e eles sabem. Esta é que é a questão: eles sabem que tem sido péssimo, asneiras sobre asneiras, como se a realidade viesse a correr a galope mostrar que milagres, se os há, é noutra esfera. Não. Aqui as coisas são o que são. Se são más, continuam más. O pior é que eles sabem que já perderam muito, e o desnorte e o desespero instalam-se. E com o desnorte vem ao de cima a tentativa de controlo, usando todos os meios do estado. Fraquezas, fragilidades perigosas, porque quanto mais fracos mais perigosos.
JPP - Abrupto.
Nota: Rui Gomes da Silva, com o seu ar sonso, parecia incapaz de partir um prato, eis senão quando, repentinamente, parte a loiça toda e dá um tiro certeiro no professor. Ou será que a história é outra e o elo mais fraco foi a direcção da TVI?