Rotina
O macio entregar-me a quem me vele,
o duro despertar na cama larga.
O café da manhã. O sol na pele.
O dia, o mundo, a solidão à ilharga.
O almoço, a paz do bife com batatas.
A cerveja talvez, talvez a sesta.
E de novo a engrenagem, dentes, patas,
e a entrega à deusa noite do que resta.
Que rotina fatal, ao jeito e à moda
das cruéis invenções do inferno lento!
E na volta do ciclo que nos poda
este bicho da Terra ao tempo, ao vento!
Que me querem os astros na alta roda?
E que faço eu aqui, se não me invento!?
Anderson Braga Horta
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