domingo, fevereiro 13

Política de Saúde


Temos de ter uma nova agenda política que olhe menos para os meios e instrumentos e mais para os resultados e prioridades.
Por exemplo, temos doenças como o cancro, a Sida, os AVC e as doenças cardíacas que devem merecer programas transversais que vão desde a prevenção até à reabilitação.
Não é aceitável que uma pessoa de 70 anos tenha um AVC, fique 8 dias internada, tenha alta e fique sem saber onde é que se faz a reabilitação para que tenha alguma qualidade de vida. Não há cuidados domiciliários, nem de proximidade nem de reabilitação.
Segundo aspecto é a continuidade de cuidados, ou seja quando o doente passa de um médico de família para um especialista hospitalar. É o doente que anda de papéis na mão à procura? O sistema tem obrigação de responder a isto. O médico de família deve ter condições para referenciar o doente a um especialista com o qual ele está afiliado.
Há quem perfilhe – e eu não estou muito longe disso – que a gestão da medicina familiar deva estar em conjunto com a gestão hospitalar. Criando grandes unidades de prestação de cuidados de natureza local que compreendam as três dimensões – cuidados primários, hospitalização e cuidados de evolução prolongada.
Manuel Delgado - Presidente da APAH