segunda-feira, março 28

Política do Medicamento



1. - O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Carlos Arroz, em entrevista ao “Fórum Empresarial fez criticas à Política do Medicamento.
- Forum Empresarial - Os medicamentos genéricos detêm hoje uma quota de mercado de quase nove por cento, mas tem-se acusado a classe médica de não querer receitá-los. Há falta de informação sobre as qualidades destes medicamentos?
- Carlos Arroz - Não há nenhum país que tenha subido em dois anos de 0,4 por cento para quase dez por cento e penso que foram os médicos que prescreveram esses medicamentos.
Partindo de uma boa ideia, está-se a actuar numa parte do sistema e não no todo; falta actuar no próprio preço do medicamento e na margem de comercialização desse medicamento, que hoje ainda é superior a 20 por cento. Não temos efectivamente genéricos em Portugal; temos genéricos de marca de variados laboratórios, ou seja, os genéricos chegam a ter 20 ou 30 marcas diferentes para cada Designação Comum Internacional, o que é um erro. Foi uma boa ideia que ficou limitada pelo poder excessivo da Associação Nacional de Farmácias. A desconfiança dos médicos não é do produto, mas do poder excessivo das farmácias em função de só terem aquilo que lhes convém. Há prescrição médica, o problema é que a regularização do medicamento está do lado das farmácias e aí o ministro não actuou.
2. - A margem de comercialização dos medicamentos é de 20% para as Farmácias + 8% para os armazenistas. Há que, efectivamente, reduzir estas margens.
O primeiro passo para acabar com o mercado de marcas existente em Portugal, foi passá-las a genéricos. Numa segunda fase, a existência de várias marcas para o mesmo genérico poderá vir a ser ultrapassada.
A legislação comunitária, a que Portugal está obrigado (em transposição), prevê a substituição pelo farmacêutico dos medicamentos prescritos pelos médicos por alternativas da mesma substância activa.
Quanto ao poder da ANF este ministro já começou a actuar.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O triâgulo infernal: Indústria, ANF e médicos prescritores com os doentes pelo meio como cobaias. E o contribuinte para pagar os lucros fabulosos deste mercado de ouro.

11:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O Estado em relação à Apifarma e ANF intervém sempre de chapéu na mão.
Os créditos ao Estado destas duas entidades fazem com que intervenham em plano de superioridade, impondo sempre, de uma forma ou de outra, as suas regras.

12:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O saldo das várias políticas do medicamento implementadas nos últimos dez/vinte anos têm uma coisa em comum: não conseguem reduzir a despesa do estado com medicamentos.
Sistema de Preços referência, dinamização do mercadode genéricos, congelamento dos preços vai tudo dar ao mesmo: o aumento constante (a dois dígitos, com excepção de 2003) da despesa com medicamentos. A Apifarma e ANF dominam esta batalha.

8:40 da manhã  

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