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Em entrevista ao PortugalDiário, Emanuel Martins afirma querer uma câmara transparente. Para isso, pretende fazer uma auditoria às suas contas. Socialista sabe que existem irregularidades na autarquia: «Nem sequer vão constituir surpresa». E considera «indispensável» metro de superfície que ligue o concelho a Lisboa.
Um dos seus objectivos passa por incrementar uma maior transparência na gestão da autarquia? O que pretende fazer?
O que é ou não transparente não sou eu que o digo. Foram pedidas auditorias à câmara, que provaram algumas realidades, como dizem os relatórios do IGAT e do Tribunal de Contas. Acho que é necessário auditar os últimos 12 anos da autarquia. Eu não estou a fazer nenhuma acusação a quem quer que seja, foram os tribunais. Sendo eleito presidente da câmara, tenho o direito de saber em que condições é que esta está. Depois entendo que há um princípio irrevogável, que é a transparência para com os cidadãos. Estes têm o direito de saber como a câmara está a funcionar. Manteremos de 6 em 6 meses reuniões com todos os munícipes, para que coloquem à câmara as suas dúvidas e também os seus esclarecimentos e sugestões.
Acha que vai descobrir coisas menos sérias?
Tenho um conhecimento parcial, mas sei que existem irregularidades. Nem sequer vão constituir surpresa. Mas é importante que fiquem clarificadas, e que se erradique de vez a suspeição sobre a câmara municipal.
Acha que parte em igualdade de circunstâncias num concelho onde há um candidato muito mediático, e que foi autarca durante largos anos, e uma candidata que é a actual presidente?
É óbvio que não parto. Desde logo, porque têm um conhecimento da câmara muito mais próximo do que eu, já que há um conjunto de dossiers a que nunca tive acesso. Essa própria divisão no PSD torna mediáticos os outros dois candidatos em relação a mim. Curiosamente o mediatismo aparece sempre pelas piores razões. Não tivesse havido razões que constituíram o Dr. Isaltino como arguido, se calhar iria falar-se menos nele. O trabalho, a dedicação, a transparência, tem que ser a primeira das coisas a ser exigida aos servidores públicos. Se olharmos à volta e constatarmos o que tem sido feito a nível de propaganda, verificamos que há sempre quem procure contornar a lei. Ou seja, parece que os meios são menos importantes que os fins. Isaltino foi-se embora, porque escolheu outra via que pareceu mais atraente que Oeiras. O concelho não pode ser uma escapatória, tem que ser uma vontade. Eu estou em Oeiras, porque quero.
Caso vença as eleições, quais as três principais áreas onde vai apostar?
A primeira é a transparência na Administração Pública. Isso passa por uma série de propostas que temos feito, desde o Provedor do Munícipe ao Fórum Permanente para a Cidadania, num contacto aberto com todos os cidadãos. E passa também pela própria instituição da cidade digital. Em segundo lugar são as acessibilidades e mobilidades. É importante que este concelho dê um salto qualitativo nesta área. Em último lugar são as preocupações sociais. Temos várias carências de âmbito social.
Deseja construir o metro à superfície entre Porto Salvo e Lisboa. Considera que é necessário, tendo em conta que existe uma linha de comboio que passa em Oeiras e vai até Lisboa?
Mais do que necessário, acho indispensável essa infra-estrutura. A grande força de desenvolvimento deste concelho foi a A5 ter chegado a Cascais. Ganhámos um espaço de acessibilidade que permitiu às grandes empresas deslocarem-se para cá. Temos que afastar as pessoas de se deslocarem no transporte individual. Junto à orla marítima temos uma linha de comboio, mas é preciso que as freguesias de Porto Salvo, Barcarena, Queijas e Carnaxide, sejam servidas pelo mesmo meio de transporte ou por um menos poluente, mais rentável e mais cómodo. É indispensável que o metro se faça em paralelo com uma nova linha rodoviária: a via longitudinal norte, que anda há 10 anos para ser feita.
Portugal Diário 05. 10 .05
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