segunda-feira, junho 21

Ministro da Saúde, contestado por militantes do PSD

1. - O resultado das eleições Europeias deve ser interpretado como a reprovação dos Portugueses aos dois anos de governação da coligação PSD/CD. A mensagem dada ao governo de Durão Barroso, através do seu voto e da abstenção, expressa o desacordo dos Portugueses em relação à política seguida pelo governo.

2. - Durão Barroso diz ter entendido a mensagem mas não dá mostras de querer alterar o rumo.

3. - Face aos resultados eleitorais, parece estarem em confronto duas teses no seio da coligação governamental. A dos que defendem que tudo passará com a retoma da economia, sendo necessários apenas pequenos reajustamentos.
Diferente é a posição das bases, preocupadas com as eleições autárquicas, que defendem uma limpeza profunda da equipa do governo.

É neste contexto que devemos enquadrar a situação de revolta instalada entre os Profissionais da Saúde que militam no PSD que decidiram escrever ao líder do partido, Durão Barroso, para dar conta do descontentamento pelo modo como está a ser feita a reforma do sector.
Pelos médicos do Norte, a carta, já enviada, é subscrita pelo ex-ministro Paulo Mendo, o ex-secretário de Estado Faria de Almeida, o sindicalista Carlos Santos, Miguel Leão, António Silva Real e Manuel Fontes de Carvalho.
Em Lisboa e no Centro, estão em desenvolvimento iniciativas semelhantes.

4.- Face à situação de guerra aberta dos profissionais da saúde ao ministro da saúde, Durão Barroso deverá continuar a apoiar Luís Filipe Pereira. A não ser que alguém o convença a substituir o ministro com a promessa de manutenção das grandes linhas de orientação da política de saúde, seguidas até aqui. Manter-se-ia o rumo reformista, refrescado com a introdução de um ministro com maior capacidade de negociação com os profissionais da saúde.
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Ministro Contestado