O Campeão da Adversidade
Lance Armstrong
Era uma enfermaria de doentes graves. A maioria velhotes ressequidos que passavam os longos dias acamados na espera, ansiosa, das refeições e da visita dos familiares.
Num dos topos situava-se a cama de um jovem doente. Contrastava dos demais pelo aspecto cuidado e a energia com que todos os dias percorria as enfermarias e corredores do quarto piso, arrastando atrás de si o suporte de soros que o mantinham preso à vida.
Dava, permanentemente, a sensação de que estava prestes a ter alta.
Na mesa de cabeceira entre a garrafa de plástico da água, um monte de revistas e uma trapalhada de pequenos objectos, destacava-se a fotografia impecável de Lance Armstrong colada num cartão grosso castanho.
O pessoal hospitalar surpreendia-se ao dar de caras, naquele canto, com o Armstrong inclinado sobre o guiador da bicicleta a pedalar, vigorosamente, montanha acima.
Todos gostávamos daquela fotografia, idêntica a centenas outras que circulavam , na altura, por todo o lado, do grande campeão Americano, só que, naquele lugar, transformada em sltar de esperança.
Todos gostávamos daquela fotografia, idêntica a centenas outras que circulavam , na altura, por todo o lado, do grande campeão Americano, só que, naquele lugar, transformada em sltar de esperança.
Certa manhã, ao entrar na enfermaria do quarto piso deparou-se-me a cama do topo completamente despida. Sobre o tampo da mesa de cabeceira restava a garrafa de plástico. O doente jovem falecera nessa madrugada.
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