Contas da Saúde
Descalabro Financeiro ?
1. - Segundo o Jornal de Negócios, verificar-se-ia uma situação de "descalabro financeiro" relativamente às contas da Saúde, uma vez que o défice do Serviço Nacional de Saúde previsto para o exercício de 2004, havia disparado de 53,8 milhões de euros para 1311,6 milhões de euros.
Em resposta, o gabinete do ministro esclareceu que, embora se verificasse um descontrolo do défice, a despesa total da Saúde - ARS, Hospitais SAP e Hospitais SA - estava controlada, prevendo-se um crescimento da despesa total do SNS de 4,6% para o exercício do corrente ano. Um indicador muito positivo a confirmar o controlo das contas da Saúde, seria a descida do défice de exercício registada no ano de 2003 relativamenta ao ano anterior - 1 524,7 milhões de euros (ano 2002) 1 304,2 milhões de euros (ano 2003).
Bagão Félix, ministro das Finanças e Luís Filipe Pereira, ministro da Saúde.
Em resposta, o gabinete do ministro esclareceu que, embora se verificasse um descontrolo do défice, a despesa total da Saúde - ARS, Hospitais SAP e Hospitais SA - estava controlada, prevendo-se um crescimento da despesa total do SNS de 4,6% para o exercício do corrente ano. Um indicador muito positivo a confirmar o controlo das contas da Saúde, seria a descida do défice de exercício registada no ano de 2003 relativamenta ao ano anterior - 1 524,7 milhões de euros (ano 2002) 1 304,2 milhões de euros (ano 2003).
Bagão Félix, ministro das Finanças e Luís Filipe Pereira, ministro da Saúde.
2. - Vejamos as Contas da Saúde, referentes ao exercício do primeiro semestre de 2004.
a) - ARS:
Despesa do exercício.......... 1 989,8 milhões euros.. + 7,5%
Défice do exercício............ 169,6 milhões euros.. + 36,6%
Défice acumulado.............. 1 308,8 milhões euros
b)- Hospitais SPA:
Despesa do exercício ......... 1 249,8 milhões euros.. + 7,9 %
Défice do exercício............ 317,5 milhões euros.. + 36%
Défice acumulado............. 1 122,9 milhões euros
c) - Hospitais SA:
Despesa do exercício .......... 995,8 milhões euros .. + 5%
Défice do exercício............. 48,7 milhões euros .. + 4,5%
Défice acumulado.............. 602,3 milhões euros
d) - Totais do 1.º semestre 2004:
Despesa do exercício ........ 4 216,4 milhões euros
Défice do exercício .......... 535,5 milhões euros
Défice acumulado ............ 3 034,0 milhões euros
e) - Teremos no final do ano de 2004:
Despesa do exercício........ 8 432,8 milhões euros
Défice do exercício.......... 1 071,0 milhões euros
a) - ARS:
Despesa do exercício.......... 1 989,8 milhões euros.. + 7,5%
Défice do exercício............ 169,6 milhões euros.. + 36,6%
Défice acumulado.............. 1 308,8 milhões euros
b)- Hospitais SPA:
Despesa do exercício ......... 1 249,8 milhões euros.. + 7,9 %
Défice do exercício............ 317,5 milhões euros.. + 36%
Défice acumulado............. 1 122,9 milhões euros
c) - Hospitais SA:
Despesa do exercício .......... 995,8 milhões euros .. + 5%
Défice do exercício............. 48,7 milhões euros .. + 4,5%
Défice acumulado.............. 602,3 milhões euros
d) - Totais do 1.º semestre 2004:
Despesa do exercício ........ 4 216,4 milhões euros
Défice do exercício .......... 535,5 milhões euros
Défice acumulado ............ 3 034,0 milhões euros
e) - Teremos no final do ano de 2004:
Despesa do exercício........ 8 432,8 milhões euros
Défice do exercício.......... 1 071,0 milhões euros
3. - Conclusão:
O crescimento despesa total do SNS, no final do ano, situar-se-à entre os 8% e 11%. Isto se não houver novas surpresas relativamente à despesa com os medicamentos.
O défice do exercício previsto - 53, 8 milhões de euros - será pulverizado, podendo ser superior a 535,5 milhões de euros.
O défice acumulado do exercício do ano de 2003 - 2 370,1 milhões de euros - subirá para valores superiores a 3 034,0 milhões de euros.
Podemos assim concluir, que quanto à despesa o valor do crescimento previsto pelo ministério é irrealista, havendo factores que poderão conduzir ao seu descontrolo (aumento da despesa com medicamentos).
Quanto ao défice da Saúde continua a crescer descontroladamente, como reconhece Correia de Campos:
"A Saúde está afinal como estava há dois anos e meio, ou pior. Isto é, gerando défices descontroladamente sem que se possa haver uma associação racional entre os gastos e os ganhos reais em saúde sem que a esta situação correspondam ganhos com saúde."
Se isto náo configura uma situação de descontrolo das contas da Saúde !
3 Comments:
No final do ano os criativos do ministro da saúde encontrarão forma de dispersar o défice. LFP é uma cobra. Foi muito bem preparado para fazer o que está a fazer.
Os lobis privados lá estão à espera das fabulosas transferências que vão onerar o orçamento do estado na próxima década para pagamento das prestações dos hospitais privados, de gestão privada e das PPP.
O governo acaba com as SCUTS por serem um mau negócio para o estado e logo a seguir vai a correr criar um negócio idêntico (PPP) com lucros fabulosos para os privados à custa da ruína do orçamento.
Vai ser mais uma justificação para os utentes passarem a pagar as prestações de cuidados.
Um abraço
João Pedro
Privatização, desorçamentação, contabilidade criativa, tudo vale. A política de desresponsabilização do estado em fuga a todo o vapor.
Quando o Correia de Campos foi ministro também havia descontrolo do défici. Só que ele esteve pouco tempo ao leme. Foi um dos grandes erros do Guterres foi não ter posto CC desde o início da legislatura como ministro da saúde.
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