Hospitais SA
1. - Foi apresentado pela Unidade de Missão dos Hospitais SA, o Plano de Actividades do ano de 2005 dos 31 hospitais que constituem este grupo empresarial.
Segundo este documento, os hospitais empressa irão receber como orçamento de exploração de 2005, 2,071 mil milhões de euros, estando previsto um resultado líquido positivo de 2, 866 milhões de euros. No entanto, sete destas unidades, prevêem gastar mais dinheiro do que aquele que irão receber: Hospital São Francisco Xavier,SA, Hospital de Egas Moniz, SA (Lisboa), Hospital de São Bernardo,SA (Setúbal), Centro Hospitalar da Cova da Beira,SA (Covilhã), Hospital São João de Deus, SA (Famalicão), Hospital do Barlavento Algarvio (Portimão) e Hospital Garcia de Orta, SA (Almada).
2. - Não estando apuradas ainda as contas dos hospitais SA do exercício de 2004, o ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, referiu, apenas, que, segundo uma estimativa sua baseada nos primeiros dez meses de 2004, a rede de hospitais com gestão empresarial regista um aumento de custos totais, em 2004, na ordem dos 3,5%, face ao ano anterior. O ministro não deixou de sublinhar que “é possível que o mês de Dezembro revele alguma anormalidade em termos de custos, fruto de uma eventual gestão menos cuidadosa”. Dando a entender que, depois da queda do governo, o pessoal hospitalar, assim que soube que o ministro estava de abalada, começou logo na balda. Ele sempre há ministros insubstituíveis.
3. - O ministro já nos habituou à sua enorme criatividade na elaboração das contas da Saúde. É como se quiser. Aguardemos a sua publicação. A alteração dos critérios contabilísticos (caixa para compromissos) e do registo da produção torna díficil a comparação anual com os períodos homólogos anteriores ao ano de 2002. O que interessa apurar é a evolução dos encargos do estado dos últimos anos em relação à rede hospitalar do SNS. Depois há a desorçamentação. E o carro vassoura do orçamento rectificativo, accionado, sempre que necessário, para limpar o prejuízo.
5 Comments:
As despesas são contabilizadas segundo o critério dos compromissos.
Há no entanto compromissos que deixaram de ser assumidos pelos hospitais SA como aconteceu até 2002.
Por exemplo, a despesa referente aos medicamentos prescritos na consulta externa hospitalar e "aviados" nas farmácias oficina (privadas) deixaram de ser imputados aos orçamentos dos hospitais SA.
A apresentação das contas dos Hospitais SA, referente ao exercício de 2004, estão prometidas pelo ministro para o próximo Fevereiro (não se sabe se antes ou após o dia 20).
A mudança de estatuto destes hospitais implicou forçosamente uma alteração das técnicas de registo dos custos e produção. A comparação homóloga anual é possível a partir do ano de 2002.
As constas globais da Saúde não tiveram qualquer evolução positiva. Antes pelo contrário.
Este ano foi necessário um orçamento rectificativo destinado a pagar as dívidas mais antigas dos fornecedores da Saúde.
Esperemos que o relatório de contas dos hospitais SA a publicar em Fevereiro traga alguma informação sobre o que se passa com a qualidade das prestações.
No que respeita às relações de trabalho dos hospitais SA não se verificou qualquer alteração qualitativa.
O sistema de incentivos aos profissionais dos hospitais, continua por aplicar.
A interação entre os sectores técnico de produção e de administração mantém as mesmas dificuldades anteriores.
Há dificuldades de fazer passar a informação entre os diversos grupos profissionais.
Há um retrocesso no que se refere à qualidade das prestações. Basta ver o que se passa com o problema das infecções hospitalares. Persistem/agravam-se os problemas da humanização dos hospitais: atendimento no ambulatório e nas Urgências, prestação de cuidados de enfermagem no internamento, inexistência de sanitários, qualidade da alimentação, informação ao doente, etc.
O que terá melhorado de forma evidente foram as condições dos administradores: remuneração, carros, gasolina, despesas de representação, telemóveis, a destoar num ambiente de naturis carências.
Trata-se de uma boa proposta. Os senhores do Ministério que façam o desafio aos Administradores Hospitalares de carreira para constituírem equipas e assegurarem a gestão dos Hospitais SA, piores classificados no "Ranking dos Hospitais". E vão ver que não se arrependem.
Coitadinhos dos Administradores de pacotilha. Era vê-los, toscos, à procura da bola.
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