Chegou a vez do Prozac
As coisas vão de mal a pior.
O tabaco de há muito se provou que faz mal à Saúde. O álcool, a comidinha bem apaladada, os banhos de Sol também. O sexo só com seguro.
O Prozac, uma das drogas mais utilizadas no combate à nossa angústia pós- moderna, um dos mitos do poder da tecnologia em fabricar estádios de felicidade artificiais, afinal, é suspeito de não ser perfeito e o seu consumo estar associado a terríveis efeitos colaterais, ou, como se diz em gíria farmacêutica, a reacções adversas medicamentosas (RAM) graves.
O Prozac, uma das drogas mais utilizadas no combate à nossa angústia pós- moderna, um dos mitos do poder da tecnologia em fabricar estádios de felicidade artificiais, afinal, é suspeito de não ser perfeito e o seu consumo estar associado a terríveis efeitos colaterais, ou, como se diz em gíria farmacêutica, a reacções adversas medicamentosas (RAM) graves.
O laboratório norte-americano que produz o famoso antidepressivo Prozac é acusado de ocultar dados clínicos que sugerem a associação entre o seu consumo e o risco acrescido de actos violentos e suicidários, revela a revista médica "British Medical Journal" (BMJ) (link).
Psiquiatras contactados pelo PÚBLICO e o laboratório desvalorizam os dados. (link)
5 Comments:
A única coisa que eu sei é que em Outubro rebentou uma bronca muito semelhante com o Seroxate porque alguns médicos no Reino Unido afirmaram que a entidade reguladora estava a ignorar deliberadamente os efeitos adversos denunciados pelos médicos de família (muitas vezes tentativas de suicídio no dia seguinte à primeira toma em indivíduos que nunca tinham revelado qualquer ideário suicida). "Resultava", também, dessa reportagem que a "cegueira" da entidade reguladora teria a ver com dois factores:
1- Ser a Glaxo do próprio Reino Unido
2- Ter este laboratório ocultado da ER resultados que indiciavam, há vários anos, os tais efeitos adversos, escondendo correspondência trocada com os EUA, que foi fotocopiada e exibida nos meios de comunicação social.
Um dos médicos que fazia parte do "Conselho de Administração" da ER fez questão de comparar os resultados com os relatórios do laboratório e face a eles propôs que o medicamento fosse retirado do mercado.
Veio a apresentar a sua demissão, publicamente, afirmando que não podia ser conivente com a omissão da ER.
Em Novembro, um laboratório francês e a ER foram alvo das mesmas acusações por causa da manutenção, no mercado, de um antidepressivo (de que agora não lembro o nome).
Além das auto-mutilações e indução ao suicídio ( que são desvalorizados por alguns psis) parece já estar demonstrado, reportado e reconhecido pelas ERs que alguns desses antidepressivos provocam dependência física de tal forma que a quem é retirado o medicamento, mesmo com desmame, sofre alterações da visão, tiques, tonturas e the works.
Com o Prozac acho que deve passar-se o mesmo.
Sou totalmente ignorante nesta matéria, mas acho que é, no mínimo, revoltante que se enganem assim médicos e doentes.
Não deixa de ser curioso que só os produtos que vendem muito, tenham problemas...
São as seguradoras, são os governos, todos querem baixar a factura...
Os produtos farmaceuticos que se vendem pouco, esses são bons ? Não têm feitos secundários ?
Sejam honestos !
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
1. - Não posso deixar de manifestar a minha total discordância em relação ao seu comentário. Lamentavelmente, os casos de medicamentos com efeitos não previstos, sucedem-se, cada vez mais amiúde com graves prejuízos para os utentes.
Como sabe, todos os medicamentos produzem reacções adversas. Mas RAMs conhecidas, previstas.
A toma de medicamentos envolve sempre um risco. Mas um risco controlado. O problema surge quando se desconhecem efeitos importantes da substância activa autorizada e posta no mercado. Os riscos foram incorrectamente avaliados. A administração da substância representa um risco out control.
A farmacovigilância existe para apurar os efeitos adversos da administração dos medicamentos autorizados existentes no mercado.
Poder-se-à concluir que determinada substância tem efeitos que os testes não detectaram. Torna-se então necessário corrigir a situação o que poderá levar à decisão de retirar o fármaco do mercado.
O problema maior surge quando há comportamentos negligentes/dolosos, descurando/ocultando evidências que não nos permitem conhecer o verdadeiro potencial da substância. O risco da sua administração cai então fora de qualquer controlo. Teremos então medicamentos preparados para matar e não tratar doentes.
2. - Cardiologista americano defende testes a medicamentos que já estão no mercado
Os riscos cardio-vasculares presentes em alguns anti-inflamatórios conhecidos por Cox 2, como o Vioxx, mostram a necessidade de fazer testes a medicamentos já autorizados e presentes no mercado, defende um dos mais conceituados cardiologistas americanos.
Num artigo publicado hoje no sítio do "Journal of the American Medical Association/JAMA", Eric Topol, director do serviço de cardiologia da Cleveland Clinic, no Ohio, insurge-se contra as campanhas publicitárias que tentam vender as virtudes destes medicamentos, que "não têm a capacidade de preservar a vida nem de impedir crises cardíacas".
No fim de Setembro, o grupo farmacêutico americano Merck retirou do mercado o Vioxx, por sua iniciativa, depois de um estudo ter mostrado que o seu consumo a longo prazo duplicava os riscos cardio-vasculares.
Depois da publicação desta investigação foram divulgados outros estudos clínicos que davam conta de riscos similares com o Bextra e o Celebrex, produtos da Pfizer, que continuam a ser comercializados, mas com avisos sobre os seus potenciais perigos.
Estes três anti-inflamatórios são os únicos da categoria Cox 2 que receberam autorização para serem comercializados pela FDA (Food and Drug Administration), a autoridade que nos Estados Unidos controla, desde o fim dos anos 90, a saída para o mercado de novos medicamentos.
Eric Topol e vários outros médicos notaram que quando estes anti-inflamatórios começaram a ser administrados houve registos de pacientes com problemas cardiovasculares. Segundo Topol, "a lição mais importante a retirar dos problemas dos Cox 2 é dar à FDA o poder para exigir às empresas farmacêuticas testes em medicamentos que já estão no mercado", um poder que este organismo americano actualmente não detém.
A brincadeira sobre esta situação prejudicou a melhor forma de tratar este tema.
O problema com o Prozac não tem a ver com o surgimento de novas e inesperadas RAMs , mas sim com o "desaparecimento" de alguma informação sobre esta substância que conduziu ao surgimento de especulações.
à má gestão de informação relacionada com os medicamentos é responsável pelo surgimento de alguns escândalos sobre a utilização de medicamentos.
A situação do Vioxx que levou à sua retirada do mercado é totalmente diferente do que aconteceu com o Prozac.
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