Reforma da Administração Pública(4)
Para a redução da despesa pública e controlo do défice, toda a gente parece estar de acordo sobre a necessidade de fazer emagrecer a Administração Pública.
Traçam-se assim duas metas para quatro anos: redução do peso da AP de 48 para 40% do PIB e o peso dos ordenados de 15 para 11% do PIB.
A prossecução destes objectivos parece implicar, inevitavelmente, o despedimento de vários milhares de funcionários públicos. Nada mais de errado como o comprova Correia de Campos num excelente artigo publicado hoje no Diário Económico.
"Haverá, hoje, cerca de 85 mil funcionários no grupo etário entre os 55 e os 60 anos. Mas logo no grupo anterior, dos 50 aos 55 eles serão 115 mil, sendo 118 mil no imediatamente anterior, só começando a baixar nos de 40 a 45 anos, os quais serão 112 mil. Ou seja, as admissões maciças de pessoal na segunda metade dos anos sessenta e na primeira dos setenta, começam agora a criar o efeito de bolha. Para uma quantificação mais próxima do segmento de tempo da próxima legislatura, 2005 a 2008, teremos uma progressão de potenciais reformáveis (com pelo menos sessenta anos e a suposição de 36 de serviço), que começa em 52 mil no corrente ano e termina em 79 mil em 2008, no total, 266 mil cidadãos em condições estatutárias de requererem reforma voluntária. Este número assusta: representa um terço do total do funcionalismo, uma potencial perda abrupta de conhecimento e experiência e uma sobrecarga insuportável sobre a CGA. "
"Se estamos preocupados com o excessivo peso da AP, não há fartura que não dê fome. Se estamos preocupados com a elevada idade média dos funcionários, ainda vamos chorar a saída dos mais experientes. Se estamos preocupados com o custo dos activos, o custo dos reformados atingirá o paroxismo. Como sair deste enredo de contradições? Atrasar, o mais que se possa, a conversão de activos em pensionistas, ou em alternativa pedir aos novos pensionistas que contribuam para a Caixa como se estivessem no activo, pelo menos por mais uns anos? (link)
"Haverá, hoje, cerca de 85 mil funcionários no grupo etário entre os 55 e os 60 anos. Mas logo no grupo anterior, dos 50 aos 55 eles serão 115 mil, sendo 118 mil no imediatamente anterior, só começando a baixar nos de 40 a 45 anos, os quais serão 112 mil. Ou seja, as admissões maciças de pessoal na segunda metade dos anos sessenta e na primeira dos setenta, começam agora a criar o efeito de bolha. Para uma quantificação mais próxima do segmento de tempo da próxima legislatura, 2005 a 2008, teremos uma progressão de potenciais reformáveis (com pelo menos sessenta anos e a suposição de 36 de serviço), que começa em 52 mil no corrente ano e termina em 79 mil em 2008, no total, 266 mil cidadãos em condições estatutárias de requererem reforma voluntária. Este número assusta: representa um terço do total do funcionalismo, uma potencial perda abrupta de conhecimento e experiência e uma sobrecarga insuportável sobre a CGA. "
"Se estamos preocupados com o excessivo peso da AP, não há fartura que não dê fome. Se estamos preocupados com a elevada idade média dos funcionários, ainda vamos chorar a saída dos mais experientes. Se estamos preocupados com o custo dos activos, o custo dos reformados atingirá o paroxismo. Como sair deste enredo de contradições? Atrasar, o mais que se possa, a conversão de activos em pensionistas, ou em alternativa pedir aos novos pensionistas que contribuam para a Caixa como se estivessem no activo, pelo menos por mais uns anos? (link)
1 Comments:
A maioria dos políticos/técnicos/experts que abordam este tema desconhecem a verdadeira realidade da Administração Pública. Mesmo assim não se fartam de lançar palpites para o ar. Reforma sim, mas baseada no conhecimento.
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