Hospital de Braga PPP
Efectuou-se (06.09.05) o acto público de abertura das propostas do concurso público internacional para a construção e gestão do novo Hospital Universitário de Braga PPP.
O valor das propostas apresentadas foi o seguinte:
- Espírito Santo Saúde (ESS) 851 milhões euros
- CESPU (consórcio liderado pela Clínica da Maia) 995,4 milhões euros
- José de Mello Saúde (JMS) 1.019,1 milhões euros
- Grupo Português de Saúde (holding do BPN) 1.089 milhões euros
- Santa Casa da Misericórdia do Porto 1.135,7 milhões euros
- Hospitais Privados de Portugal (grupo Caixa Geral de Depósitos) 1.138, 7 milhões.
Todas as propostas apresentaram valores inferiores ao Custo Público Comparável(CPC ) (1.186 milhões euros).
O ministro da Saúde, António Correia de Campos, reconhecia numa entrevista recente ao DE " ter uma necessidade política de não paralisar o processo (PPP). Quero dar ao mercado sinais de que o processo só tem este problema porque estávamos a aprender, e daí a força que estou a pôr no concurso de Cascais e no de Braga".
O Hospital de Braga PPP, segue a todo o vapor. Força, senhor Ministro, a caminho da privatização.
O valor das propostas apresentadas foi o seguinte:
- Espírito Santo Saúde (ESS) 851 milhões euros
- CESPU (consórcio liderado pela Clínica da Maia) 995,4 milhões euros
- José de Mello Saúde (JMS) 1.019,1 milhões euros
- Grupo Português de Saúde (holding do BPN) 1.089 milhões euros
- Santa Casa da Misericórdia do Porto 1.135,7 milhões euros
- Hospitais Privados de Portugal (grupo Caixa Geral de Depósitos) 1.138, 7 milhões.
Todas as propostas apresentaram valores inferiores ao Custo Público Comparável
O ministro da Saúde, António Correia de Campos, reconhecia numa entrevista recente ao DE " ter uma necessidade política de não paralisar o processo (PPP). Quero dar ao mercado sinais de que o processo só tem este problema porque estávamos a aprender, e daí a força que estou a pôr no concurso de Cascais e no de Braga".
O Hospital de Braga PPP, segue a todo o vapor. Força, senhor Ministro, a caminho da privatização.
10 Comments:
anonymous said:
Depois da aprendizagem com o hospital de Loures estes concoursos PPP começam a correr bem.
Talvez como resultado dos investimentos feitos nas consultorias.
Será que é para continuar ?
anymous said:
CC vai dizendo que pretende reformular os concursos PPP, por um lado, designadamente em relação à separação da adjudicação das prestações da construção (mensagem para os profissionais da Saúde) e por outro vai dizendo que pretende por a máxima força no processo das PPP para alimentar o Pipeline.
Dentro desta ambíguidade do discurso o que interessam são os factos.
E os factos dizem-nos que o processo das PPP avança de acordo com o modelo do anterior ministro, Luís filipe Pereira.
A privatização acelerada da Saúde segue o seu curso inexorável.
Anymous said:
Como é que os AH podem enfrentar os novos desafios da Gestão Hospitalar se têm preconceitos ideológicos em relação à utilização de instrumentos de gestão de comprovada eficácia noutros países da UE.
Quando se trata da participação de empresas privadas no negócio da saúde os administradores hospitalares parecem estar a lidar com um papão.
Trata-se de uma posição de profissionais habituados a exercer actividade num sector protegido, fora do mercado.
Neste sentido entendo que os Administradores Hospitalares de uma forma geral têm de ser reciclados, ou por outras palavras, têm de deixar de parte os seus preconceitos ideológicos e fazer uso unicamento das modernas técnicas de gestão, sob pena de se tornarem um empecilho ao processo de reforma da saúde em curso.
anymous said:
A JMS que ameaçava ganhar todas as PPP de início ...
Agora parece que se não ganha o hospital de Loures não vai conseguir ganhar mais nada.
De qualquer forma a estratégia da JMS será sempre concentrar a exploração de hospitais na grande Lisboa onde tem a clínica da Cuf e o hospital das Descobertas.
Dentro desta lógica o seu empenho deverá concentrar-se, essencialmente, nos hospitais de Loures e Cascais PPP.
Paulo Salgado,Administrador Hospitalar, Said:
Acerca das PPP, não vou tecer quaisquer comentários quanto ao risco, formas de parceria, modelos de exploração (de resto, assuntos ainda mão profundamente estudados, segundo creio), mas relembro o meu artigo publicado na Revista "Gestão Hospitalar", onde faço algumas reflexões sobre a posição dos terceiros interessados - os doentes / utentes / clientes...
O Senhor Ministro - a quem devemos o respeito institucional e de quem temos a garantia de ser conhecedor de assuntos desta natureza - mandará encaminhar o processo das PPP, estou convencido, de acordo com regras muito claras e com respeito pelos doentes.
Sobre a discussão das PPP, vamos proceder, ainda hoje, à postagem do artigo do nosso colega Paulo Salgado.
Um abraço.
anonymous said
Os administradores Hospitalares receberam formação para actuarem no quadro de uma gestão pública.
A gestão pública tal como a gestão privada devem utilizar as técnicase e os instrumentos da gestão moderna.
O que distingue fundamentalmente a gestão pública da gestão privada é que a primeira centra-se essencialmente no doente e não no lucro que é o fim último da gestão privada.
Considerar as PPP como um instrumento de gestão face ao qual os AH demonstrariam inaptidão ao ponto de precisarem de ser reciclados parece-me uma visão caricata do problema.
As PPP são um processo de mudança da natureza da actividade de prestação de cuidados: transformação de HH com exploração pública em HH com gestão privada ficando o Estado com poderes de supervisão do contrato de gestão.
Os AH a eercer funções como vogal de um CA de um hospital de gestão privada terá como objectivos além do cumprimento das metas contratualizadas, outros objectivos estratégicos determinados pela administração da empresas privada que poderão ser conflituantes com a sua visão de gestor público.
O estabelecimento de preços fixos por parte do Estado, a manutenção das margens de lucro poderão levar as administrações dos HH de gestão privada a tomar decisões que prejudiquem a qualidade das prestações e a acessibilidade dos doentes com patologias de maior severidade
anymous said
Apesar de compreender a defesa do SNS nos vários comentários, vale a pena tentar, nem que seja por um momento, entender o outro lado. Os quatro concorrentes ao hospital de loures empenharam-se, melhor ou pior, na formulação das propostas, gastando para isso dinheiro que é provavelmente considerável. Sabiam desde o início que para três deles seria puro gasto. O processo actual está a aumentar esses custos. Se a opinião dominante no MS é acabar com as parcerias, é preferível fazê-lo mais cedo que mais tarde (adiar custos políticos só significa aumentar custos económicos). Se é manter o projecto, então que se procure a forma de terminar o processo o mais rápido possível. Parece-me perfeitamente natural que qualquer um dos grupos envolvidos queira desistir do concurso, dada a forma como está a ser conduzido. Esta incerteza sobre o caminho que se segue poderia ser resolvida com um pouco de coragem, pedindo a uma comissão de avaliação tecnicamente determinada que fizesse uma recomendação clara e devidamente justificada. Esta confusão a todos (MS, candidatos, SNS,etc...) prejudica.
Papel dos AH com as parcerias: fico sempre surpreendido pela pouca confiança que têm nas suas próprias capacidades. Não encontram AH a trabalhar nas candidaturas às PPPs? porque haveria de ser desperdiçado esse conhecimento? Mas apenas o futuro, se houver PPPS, confirmará qual das visões se revela correcta.
É de enaltecer a afinação efectuada ao Custo Público Comparável (CPC ) (1.186 milhões euros).
anymous said:
As parcerias das Saúde deveriam ser objecto de um profundo debate público.
Trata-se de um projecto cuja implementação terá profundas influências sociais e na vida dos cidadãos.
Como já foi dito aqui na SaudeSA o modelo de Estado social português pouco tem a ver com o da maioria dos países da UE, nomeadamente o Francês e o Alemão.
Umas das grandes conquistas da nossa democracia foi indubitavelmente o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No RU o HNS sofreu profundas transformações que estão ainda a ser avaliadas. O Estado assegura aos cidadãos o pagamento das prestações no momento em que elas são necessárias independentemente de quem serão as entidades que prestam a assistencia.
Em Portugal o projecto das PPPS enferma à partida de duas grandes dificuldadeas:
- Falta de informação por parte do MS;
- Ausência de uma entidade fiscalizadora competente dotada dos meios indispensáveis para supervisionar os contratos PPP.
Inevitavelmente as PPPS irão causar um tremendo choque no mercado de trabalho da Saúde a médio prazo.
E é aqui que está a maior dificuldade.
Basta ver o que tem acontecido no RU em elação ao pessoal médico.
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