Pipeline da Privatização
O anúncio do ministro da saúde, António Correia de Campos, da intenção de além da construção de dez HH PPP, pretender replicar a experiência do hospital Amadora Sintra, concessionando HH do SNS à gestão privada (ou temos outras experiências, ou não vale a pena termos só aquela), parece ter agradado, como não podia deixar de ser, aos grupos privados nacionais (link)
O ex- presidente da Unidade de Missão dos HH SA, José Mendes Ribeiro, agora responsável da Saúde do Grupo Português de Saúde, do BPN, aconselha mesmo Correia de Campos a ser “arrojado fazendo já um grupo de hospitais no modelo do Amadora-Sintra para que o Estado possa ter um parceiro com quem contrate uma produção mais eficiente, mais barata e com redução do risco."
O objectivo imediato de CC de manter o pipeline a correr, de forma a não perder a motivação dos grupos nacionais, parece ter sido conseguido.
Tal como no tempo de LFP voltámos a ter a sensação de que os HH do SNS estão em saldo, prestes a ser arrematados pelos grupos privados.
O objectivo imediato de CC de manter o pipeline a correr, de forma a não perder a motivação dos grupos nacionais, parece ter sido conseguido.
Tal como no tempo de LFP voltámos a ter a sensação de que os HH do SNS estão em saldo, prestes a ser arrematados pelos grupos privados.
4 Comments:
Quem sempre criticou os HH SA's como o fez CC devia ter um pouco de decoro ao pretender, agora, avançar com experiências do tipo Amadora-Sintra cujos resultados estão longe de ser satisfatórios. Ainda recentemente aquele hospital, por ter que enfrentar greves, se limitou a despejar os doentes para outros hospitais, nomeadamente para a Urgência do HSFX. Mais ainda sabe-se que situações mais complicadas e menos rendáveis têm dado lugar a transferência para os HH SPA's. E soube-se dos graves "erros" de gestão lesivos do interesse do Estado mas que o Governo foi pressionado a esquecer.
Como pode aceitar-se que o que disse CC seja verdade? Mas quem ainda não foi capaz de tomar decisões no caso dos HH PPP que4 credibilidade merece na adopção de soluções inovadoras (que não são certamente esta para que se aponta)?
É possível que tal venha a acontecer por força da cedência a interesses económicos e que pouco têm a ver com a qualidade do serviço de saúde. Além do mais os custos do Estado com o Amadora-Sintra estão bem acima dos que são suportados com os HH SA's.
Muito importante o que se diz no comentário anterior: Os custos do Amadora Sintra são muito superiores aos dos HH SA.
Julgo que no tempo da Dr.ª Manuela Lima a ARS efectuou um estudo comparativo entre a exploração do H Amadora Sintra e o H Garcia de Orta.
Nesse estudo chegava-se a várias conclusões (cito de cor):
- O H amadora Sintra tinha mantido o mesmo perfil de exploração de acordo com a programação inicial-
O H Garcia de Orta ao contrário engordara através da criação de novos serviços e diferenciação dos existentes desde o arranque.
As administrações do H Garcia de Orta haviam premiado o empenho das equipas clínicas fornecendo-lhes melhores condições em equipamentos e instalações.
- Os custos com os consumos do Amadora Sintra eram muito inferiores ao do Garcia de Orta, demonstrativo de um maior controlo do pipeline logistico.
- Os custos com pessoal do Amadora Sintra eram significativamente inferiores ao do H Garcia de Orta.
- A produção do H Garcia de Orta incluía actos mais diferenciados (em maior número) sendo globalmente idêntica ao do H Amadora Sintra.
Mas isto trata-se da comparação entre HH SPA e H com gestão privada.
Acredito que os HH SA consigam ter melhor performance que os HH de gestão privada.
O anúncio do CC nesta altura é descabido pois ainda não se conhece o estudo dos HH SA e a avaliação do H Amadora Sintra sobo ponto de vista da qualidade das prestações deixa muito a desejar.
Fazendo o desconto de que a intenção do CC terá sido a de alimentar o Pipeline do interesse das empresas privadas, acho que tal anúncio só faz sentido alicerçado em estudos actualizados.
Evidentemente, que CC não tem outra alternativa, com o déficit acima de 6%.
Só não vê quem não quer!
Mas não foi Sampaio quem disse que há vida para além do déficit?
E não vai o SNS continuar a suportar os custos da contratualização (contratação de serviços) com os Amadora-Sintras do país?
Esta coisa do déficit até já cheira mal pois vem servindo para justificar tudo quanto este governo tem vindo a retirar aos cidadãos (sempre com maior prejuizo dos mais carenciados).
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