Política do medicamento
A propósito da ANF, eu não entendo porquê tanto incómodo. Não haverá por aí muita inveja?
Eu tenho efectivamente inveja. Bem gostaria de ser dono de uma farmácia e poder trespassá-la por dois milhões de euros.
Se a inveja não nos toldar o raciocínio , talvez possamos ver a coisa de outro modo.
A ANF é uma associação poderosa, pujante, com estratégia, que presta um serviço de altíssima qualidade aos seus associados. João Cordeiro tem-se revelado um estratega brilhante . Mostra uma frontalidade, por vezes, uma arrogância reprovável, pouco usual na nossa paróquia.
Dir-me-ão que a ANF é demasiado poderosa. Eu respondo que tem o poder que a sociedade e o poder político lhe consentem.
Acho que, em vez de perdermos demasiado tempo com a ANF e com as farmácias, deveríamos debruçarmo-nos mais sobre as questões de fundo da política do medicamento: por que há em Portugal genéricos "de marca"; como são vendidos os medicamentos, estrutura de custos, controlo de qualidade, etc; por que não se implementa uma política de genéricos (DCI) como nos países civilizados, com o mesmo sistema de comercialização, remunerando as farmácias pelo serviço que prestam e não em função do preço do medicamento?
Creio que estas são questões mais substantivas e que poderão levar a conclusões e a políticas proveitosas.
A nossa política do medicamento parece-me mais de faz de conta do que de quem quer fazer. Trata-se do acessório, esquecendo o essencial. Levanta-se uma nuvem de pó, ofusca-se a realidade. Só não percebo se isso é feito por ignorância, ou por interesse. Parece-me, no entanto, ignorância a mais.
Eu tenho efectivamente inveja. Bem gostaria de ser dono de uma farmácia e poder trespassá-la por dois milhões de euros.
Se a inveja não nos toldar o raciocínio , talvez possamos ver a coisa de outro modo.
A ANF é uma associação poderosa, pujante, com estratégia, que presta um serviço de altíssima qualidade aos seus associados. João Cordeiro tem-se revelado um estratega brilhante . Mostra uma frontalidade, por vezes, uma arrogância reprovável, pouco usual na nossa paróquia.
Dir-me-ão que a ANF é demasiado poderosa. Eu respondo que tem o poder que a sociedade e o poder político lhe consentem.
Acho que, em vez de perdermos demasiado tempo com a ANF e com as farmácias, deveríamos debruçarmo-nos mais sobre as questões de fundo da política do medicamento: por que há em Portugal genéricos "de marca"; como são vendidos os medicamentos, estrutura de custos, controlo de qualidade, etc; por que não se implementa uma política de genéricos (DCI) como nos países civilizados, com o mesmo sistema de comercialização, remunerando as farmácias pelo serviço que prestam e não em função do preço do medicamento?
Creio que estas são questões mais substantivas e que poderão levar a conclusões e a políticas proveitosas.
A nossa política do medicamento parece-me mais de faz de conta do que de quem quer fazer. Trata-se do acessório, esquecendo o essencial. Levanta-se uma nuvem de pó, ofusca-se a realidade. Só não percebo se isso é feito por ignorância, ou por interesse. Parece-me, no entanto, ignorância a mais.
3 Comments:
Agora anda meio mundo a tecer loas à actuação do senhor cordeiro.
O presidente da ANF mais não tem feito do que apontar a faca à garganta do Estado nos momentos críticos para conseguir a posição dominante que tem hoje na área do medicamento.
Esquecem-se das connivências que teve de elementos do Governo, como o de Costa Freire para construir o seu império.
Nesta guerra com CC só se perdem as que cairem no chão.
Os Portugueses amam a malandragem.
Duma assentada preparam-se para elegerem como presidentes de Câmara o Avelino, o Valentim, o Isaltino e a Fatinha Felgueiras.
Não será pois de admirar que vejam no senhor João Cordeiro um novo herói.
A propósito do tema de hoje eis alguns dados objectivos que “ajudam” os liberais, os defensores da economia de mercado e os amigos de Correia de Campos. O Cegripe aumentou o preço industrial (isto é, de venda pela Indústria) de 2,88 euros para 2,99 (3,82%) desde que o preço dos MNSRM foi liberalizado (15 de Setembro). O Bucagel aumentou de 2,12 para 2,21 (4,30%). O Mebocaina forte de 3,21 para 3,43 (6,88%). O Nicorette Patch de 14,16 para 20, 18 (42,51%). O Panadol de 1,78 para 2 (12,18%). A Aspirina C de 2,43 para 2,7 euros (11,23%). Era disto que se estava à espera? Ou, pelo contrário, foi-nos prometido que os preços dos medicamentos baixavam? O problema das cruzadas ideológicas é que elas chocam com a realidade. Só não vê quem não quer ver.
Luís Oriente
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