Copenhaga VIII
Oco, vazio, ineficaz...
Vamos começar a preparar os adjectivos para o "Acordo de Copenhaga". Aceitam-se sugestões.
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Temas de Saúde. Crítica das Políticas de Saúde dos XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI Governos Constitucionais
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posted by pedro moreira at 5:17 da tarde
3 Comments:
“Vamos fazer desta cimeira uma vitória”.
Foi com estas palavras que o primeiro-ministro, José Sócrates, concluiu o seu discurso na cimeira mundial sobre o Clima em Copenhaga.
Numa curta intervenção, em inglês, o líder português sublinhou o empenho de Portugal na luta contra as alterações climáticas e frisou que no jogo sobre o futuro do ambiente no mundo não haverá ao mesmo tempo vencedores e derrotados. Sócrates recusou ainda a ideia de que a questão das alterações climáticas seja “um problema entre nações ricas e pobres”. Uma ideia que igualmente defendida pelo seu homólogo espanhol, José Luís Zapatero que fez ontem também a sua intervenção na cimeira.
“Esta cimeira não pode ser um debate entre capitalismo de Estado e capitalismo privado, entre quem tem petróleo e quem não produz petróleo”, disse Zapatero, apelando em particular “aos EUA e à China para que não falhem neste desafio histórico”. Um desafio pelo qual, que dentro de dias, os líderes serão “agradecidos ou culpados pelas próximas gerações”, frisou por seu turno o primeiro-ministro britânico Gordon Brown.
“Neste jogo não há ao mesmo tempo vencedores e derrotados.
Neste jogo só haverá ou vencedores ou todos derrotados. Vamos fazer desta cimeira uma vitória”, sublinhou ainda José Sócrates. O líder do Executivo português defendeu a política ambiental e diplomática da União Europeia na luta contra as alterações climáticas e referiu que Portugal se encontra “profundamente empenhado” no cumprimento dos objectivos de sustentabilidade mundial. A ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, em entrevista ao Diário Económico, publicada na edição de ontem, revelou a disponibilidade de Portugal em aumentar para 34% os cortes nas emissões de CO2 face aos valores de 1990, caso em Copenhaga se chegue a um acordo internacional com corte entre 25 e 30%.
Este objectivo poderá ser atingido garças à eficiência energética. “Estamos a crescer rapidamente nas energias renováveis – ar, solar e hídrica – e estamos na linha da frente na promoção e criação de uma rede integrada para carros eléctricos.
Estamos a antecipar a economia de futuro, com a certeza que Portugal não passará ao lado na revolução energética que temos pela frente”, garantiu José Sócrates.
“Acreditamos que é possível que as economias cresçam de forma mais eficiente, mais inteligente e mais limpa; acreditamos nos benefícios da inovação na transição para baixas emissões de carbono; acreditamos que é possível um espírito de acordo internacional de cooperação e solidariedade”, afirmou.
Mas as negociações são duras.
O secretário de Estado do Ambiente admitiu que a situação é “complicada” e “preocupante”.
Mas o responsável lembra que “já houve, no passado, outras cimeiras com momentos” e que acabaram por ser ultrapassados.
DE 18.12.09
O discurso de B. Obama parece muito honesto e construtivo. Não dependendo tudo da posição e vontade dos E.U.A., estes têm um papel central na viragem das políticas ambientais. Quanto mais não seja por serem dos maiores poluidores do planeta.
Tenhamos pois esperança que algo de positivo saia desta cimeira.
Enquanto não for rentável, governos não vão reduzir as emissões de CO2.
Bjorn Lomborg, o cientista dinamarquês, referência dos cépticos a nível mundial também está na conferência de Copenhaga, a torcer por um fracasso.
Como ambientalista céptico, está a torcer por um acordo ou por um fracasso?
Só torcia por um acordo se ele funcionasse a longo prazo. Um acordo onde os ricos empenhassem uma maior parcela do PIB no I&D e em tecnologias verdes, criando bases para um futuro sem CO2…
Não é essa a ideia?
Isso não está na agenda. O acordo vai ter palavras bonitas, promessas, fazemos uma grande festa, vamos para casa e fica tudo na mesma nos próximos dez anos. Foi o que aconteceu no Rio de Janeiro em 1992 e em Quioto em 1997. Para isso prefiro um fracasso.
E um acordo com as coisas que estão na agenda, com redução de CO2 em 2020 ?
Não funciona. Já tentámos reduzir CO2 com metas no passado.
Falhou nos últimos 18 anos. Porque havia de ser diferente agora?
Porque esses acordos não foram globais?
Não envolvemos os EUA e a maior parte da UE precisa dos CDM [projectos verdes nos países pobres para compensar aumento de emissões dos ricos] para cumprir, duvido que isso mude.
E isso é razão para deixar tudo na mesma?
Enquanto não for rentável, os governos nunca vão respeitar essas metas. Nenhum político dirá aos cidadãos: vamos tornar tudo mais caro sem benefícios imediatos para ninguém.
Isso não é inevitável, pelo menos no início?
A única solução é ter tecnologias limpas que as pessoas escolham usar de livre vontade. Fazer com que painéis solares sejam mais baratos do que queimar combustíveis fosseis.
Esperar por isso não será tarde demais para a temperatura do planeta?
Sim. Mas não há uma varinha mágica que reduza tudo a zero. Insistimos em promessas sem resultado ou somos adultos e apostamos na tecnologia? A escolha é entre algo que soa bem ou algo que funciona.
Dar dinheiro projectos nos países pobres não é útil para facilitar essa reconversão?
Isso responde ao problema da pobreza, não do clima. Era bom que o reconhecêssemos. Vamos gastar dinheiro não em pessoas que têm fome agora mas nos que terão fome daqui a 50 anos.
Como é que um rotundo fracasso elevaria a sensação de urgência?
Pode ser esse o abanão que precisamos para pôr as coisas nos carris.
31 ‘economistas do clima’, entre eles o Nobel, dizem que a via da UE para impedir o aumento de 2ºC custaria 40 biliões de dólares por ano, até ao final do século, 13% do PIB mundial. Para cada euro gasto poupam-se dois cêntimos em danos climáticos mas se se gastar em I&D e tecnologias verdes evitam-se 11 euros de danos climáticos, 400 vezes mais. E é politicamente mais viável.
Como explica o protagonismo que a UE assume com esta agenda?
É obvio que a UE tem um problema de identidade, numa altura em que se completa o mercado interno. O clima é uma forma de se identificar de novo com algo útil e bom. Estão mais preocupados com o processo que em fazer algo. É perigoso e quase contra-produtiv
Luís Rego DE 18.12.09
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