ACES, OM do Norte exige inquérito às nomeações
Nomeações ACES são exemplo pouco edificante link
O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos manifestou, desde a primeira hora, a sua indignação pela forma como foi conduzido o processo de nomeação dos directores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região Norte.
Numa altura em que a prioridade absoluta ao nível da administração pública deveria passar por introduzir transparência e rigor nos processos de recrutamento ou nomeação, perante a crescente (e justificada) descredibilização junto da opinião pública, o Ministério da Saúde e as entidades adjacentes caminharam no sentido contrário. A opção, ao nível da gestão dos ACES, passou por alimentar as clientelas partidárias locais e privilegiar critérios políticos em detrimento das competências técnicas em pelo menos 80% das nomeações.
Esta prática, indigna e incompreensível per se, assumiu contornos absolutamente inaceitáveis nas últimas semanas ao serem divulgadas várias irregularidades nos currículos dos directores nomeados. Desde “mestres” que não o são e que afirmaram ter mentido no currículo “sem qualquer pretensão”, a um médico especialista que cumpriu apenas um ano do internato de especialidade, os exemplos são os mais variados e os menos edificantes possíveis.
Não podemos, nem devemos permanecer quietos face a esta evolução dos acontecimentos. Exigimos que o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde do Norte se responsabilizem directamente sobre estas nomeações e que, a título imediato, se proceda a um inquérito sobre a sua validade e os critérios adotados.
De uma vez por todas, o poder político deve reger-se pela absoluta transparência de processos e actuar com o sentido de responsabilidade que a gestão da causa pública exige.
Porto, 4 de Outubro de 2012 link
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