Fiabilidade e Transparência da Informação da Saúde
1. - Sobre a fiabilidade e transparência dos dados de informação da Saúde, achamos oportuno as seguintes considerações.
O Ministério da Saúde tem tido a preocupação de produzir e publicar muita informação sobre o SNS.
Ao abrirmos os jornais (diários e semanários), depara-se-nos, quase todos os dias, páginas inteiras com quadros de dados financeiros e de produção dos hospitais SA e SPA, a par de outros dados relativos a vários projectos em desenvolvimento
A produção e publicitação desta informação visa objectivos óbvios: o marketing político.
Certamente, o Ministério da saúde, ter-se-à transformado num dos maiores clientes do mercado nacional de publicidade.
2. - Toda a gente tomou conhecimento da publicação do relatório do primeiro ano de actividade dos hospitais SA. Primeiro através da publicitação e da cerimónia pública de apresentação que decorreu com pompa e circunstância. Depois através da polémica que o seu conteúdo gerou e que foi objecto de análise de peritos de vários quadrantes políticos.
3. - O Ministro da Saúde, tem dito, repetidamente, que nunca houve tanta informação sobre o SNS como agora.
O problema começa quando se pretende obter dados de informação, além dos tratados e distribuídos pelo Ministério da Saúde, obviamente de acordo com os seus objectivos, estes não estão disponíveis.
Quanto à transparência e fiabilidade da informação tratados e distribuídos pelo Ministério da Saúde ,poderemos considerar dois grupos de dados:
a) - os que visam objectivos de marketing político;
b) - os que se destinam a lançar a confusão sobre o conhecimento da verdadeira dimensão de determinados problemas da saúde.
Alguns exemplos:
a) - Sobre as mortes por onda de calor, verificadas no Verão de 2002, o Ministério da Saúde divulgou a ocorrência de quatro mortes.
O ONSA e o próprio Ministério já reconheceram, no início deste ano, que o número de mortes foi de cerca de duas mil.
b) - A despesa com medicamentos referente às prescrições das consultas externas, fornecidos em farmácias privadas, foi retirada da contabilidade dos hospitais SA de acordo com orientação do responsável da Unidade de missão.
O Ministro da Saúde negou, e voltou a negar tal procedimento.
c) - Os dados do relatório dos Hospitais SA foram deliberadamente maquilhados, de forma a favorecer os resultados destes hospitais, em relação aos verificados nos anos anteriores e aos obtidos pelos hospitais SPA.
d) - Quanto aos doentes em espera cirúrgica, o ministro da saúde baralhou os dados mediante a sua repartição em duas listas. Resultado: hoje não se sabe ao certo o número total de doentes em espera cirúrgica nem a sua distribuição por patologias.
e) - Sobre a dívida às farmácias o Ministro da Saúde, anunciou pretender vender a dívida de 700 milhões de euros do Estado à indústria farmacêutica a um consórcio bancário seleccionado pela Direcção-Geral do Tesouro.
Recentemente veio declarar que esta solução é para aplicar somente à dívida dos hospitais SPA. Tudo Bem. Só que não se conhece o que terá decidido o Ministro, relativamente aos hospitais SA.
4. - Há ainda um terceiro grupo de dados de informação: aqueles que são disponibilizados aos colaboradores da confiança do Ministro da Saúde (considerados os agentes da mudança).
O Ministério da Saúde e o núcleo duro do Ministro actuam como se duma campanha militar se tratasse. Neste cenário de secretismo os canais de informação priviligiada fervilham de actividade.
Os outros agentes da saúde, os cidadãos Portugueses, devem contentar-se com a informação que o senhor ministro entende mandar difundir nos média.
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Mais artigos sobre o Relatório do Observatório da Saúde:
Portugal Diário
Jornal de Notícias
O Público
O Ministério da Saúde tem tido a preocupação de produzir e publicar muita informação sobre o SNS.
Ao abrirmos os jornais (diários e semanários), depara-se-nos, quase todos os dias, páginas inteiras com quadros de dados financeiros e de produção dos hospitais SA e SPA, a par de outros dados relativos a vários projectos em desenvolvimento
A produção e publicitação desta informação visa objectivos óbvios: o marketing político.
Certamente, o Ministério da saúde, ter-se-à transformado num dos maiores clientes do mercado nacional de publicidade.
2. - Toda a gente tomou conhecimento da publicação do relatório do primeiro ano de actividade dos hospitais SA. Primeiro através da publicitação e da cerimónia pública de apresentação que decorreu com pompa e circunstância. Depois através da polémica que o seu conteúdo gerou e que foi objecto de análise de peritos de vários quadrantes políticos.
3. - O Ministro da Saúde, tem dito, repetidamente, que nunca houve tanta informação sobre o SNS como agora.
O problema começa quando se pretende obter dados de informação, além dos tratados e distribuídos pelo Ministério da Saúde, obviamente de acordo com os seus objectivos, estes não estão disponíveis.
Quanto à transparência e fiabilidade da informação tratados e distribuídos pelo Ministério da Saúde ,poderemos considerar dois grupos de dados:
a) - os que visam objectivos de marketing político;
b) - os que se destinam a lançar a confusão sobre o conhecimento da verdadeira dimensão de determinados problemas da saúde.
Alguns exemplos:
a) - Sobre as mortes por onda de calor, verificadas no Verão de 2002, o Ministério da Saúde divulgou a ocorrência de quatro mortes.
O ONSA e o próprio Ministério já reconheceram, no início deste ano, que o número de mortes foi de cerca de duas mil.
b) - A despesa com medicamentos referente às prescrições das consultas externas, fornecidos em farmácias privadas, foi retirada da contabilidade dos hospitais SA de acordo com orientação do responsável da Unidade de missão.
O Ministro da Saúde negou, e voltou a negar tal procedimento.
c) - Os dados do relatório dos Hospitais SA foram deliberadamente maquilhados, de forma a favorecer os resultados destes hospitais, em relação aos verificados nos anos anteriores e aos obtidos pelos hospitais SPA.
d) - Quanto aos doentes em espera cirúrgica, o ministro da saúde baralhou os dados mediante a sua repartição em duas listas. Resultado: hoje não se sabe ao certo o número total de doentes em espera cirúrgica nem a sua distribuição por patologias.
e) - Sobre a dívida às farmácias o Ministro da Saúde, anunciou pretender vender a dívida de 700 milhões de euros do Estado à indústria farmacêutica a um consórcio bancário seleccionado pela Direcção-Geral do Tesouro.
Recentemente veio declarar que esta solução é para aplicar somente à dívida dos hospitais SPA. Tudo Bem. Só que não se conhece o que terá decidido o Ministro, relativamente aos hospitais SA.
4. - Há ainda um terceiro grupo de dados de informação: aqueles que são disponibilizados aos colaboradores da confiança do Ministro da Saúde (considerados os agentes da mudança).
O Ministério da Saúde e o núcleo duro do Ministro actuam como se duma campanha militar se tratasse. Neste cenário de secretismo os canais de informação priviligiada fervilham de actividade.
Os outros agentes da saúde, os cidadãos Portugueses, devem contentar-se com a informação que o senhor ministro entende mandar difundir nos média.
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1 Comments:
O Correia de Campos considera que a forma de actuação e o planeamento da actividade, efectuada pelo Ministro da saúde, é fortemente centralizada à boa maneira estalinista.
Um abraço
Pedro Diniz
pedro@hotmail.com
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