terça-feira, julho 13

Sampaio e Hichkock

1. - A forma como Sampaio geriu a recente crise, prova que é grande admirador do grande realizador Alfred Hichkock.

A forma como Sampaio conduziu a crise gerada pela fuga de Barroso para Bruxelas, encenada com a ridícula romaria de conselheiros a Belém e o esticar da tensão até ao clímax, digno de um filme de Hichkock, apenas admitia um único desfecho plausível, o da convocação de eleições antecipadas.

Mas o Senhor Presidente fez questão em nos surpreender.

2. - O que terá levado Sampaio a decidir a favor da coligação PSD/CDS?.

A convicção amadurecida de que o governo de Santana Lopes, apesar de tudo, representava uma melhor solução para o país, face a um governo chefiado por Ferro Rodrigues, líder de uma eventual maioria constituída pelo PS e o Bloco de Esquerda, assente num acordo programático imprevisível.

Ferro Rodrigues indignou-se, demitindo-se com honra e coragem.

3. - Outra coisa ficou demonstrada : a política que tem sido seguida pela maioria PSD/CDS de defesa dos interesses de uma minoria de empresários incompetentes, sem engenho nem arte para a criação de novos negócios, limitando-se a enriquecer à custa da venda do património do estado e das empresas públicas, de liquidação das escassas regalias sociais, de aumento do desemprego e de prejuízo do acesso aos cuidados de saúde dos portugueses é a política que o nosso presidente da República acha boa para Portugal.

Para o Presidente da República, nem honra, nem coragem.