Constantino Sakellarides
COMO A ÁFRICA E A GRÉCIA VIVERAM MISTURADAS
"Nasci em Lourenço Marques (agora Maputo). O meu pai nasceu no Norte da Grécia. Emigrou com a família para África ainda era criança; a minha mãe nasceu no Cairo, também de origem grega. Deles recebi, para além de uma infância relativamente despreocupada e dos afectos que me fazem recordar com prazer esse desafogo, conhecimentos e gostos próprios da sua cultura - a língua, os sabores, laços familiares dispersos e distantes - fragmentos de reminiscências de outros tempos e lugares, destinados a ligar com algum sentido o presente ao passado. Daí vieram também as histórias da emigração, premiando tudo o que fosse esforço para superar as limitações das origens e justificar os sacrifícios do exílio, assim como alguma disposição para aceitar com alguma naturalidade os desafios de novos ambientes e circunstâncias. (...)
No decorrer dos anos, voltei, por vezes, a olhar, com mais distanciamento, para o que era a vida em Moçambique nos anos 50 do século passado (...). Foi como se aquela ilha de algum desafogo e inocência em que crescemos, nos tivesse emprestado um pequeno capital de utopia e encantamento em relação à vida e ao futuro, porventura próprio daqueles que um dia, nos primeiros anos, puderam sonhar sem ameaças e fantasiar sem sofrimento."
Constantino Theodor Sakellarides, CV, 2004
"Nasci em Lourenço Marques (agora Maputo). O meu pai nasceu no Norte da Grécia. Emigrou com a família para África ainda era criança; a minha mãe nasceu no Cairo, também de origem grega. Deles recebi, para além de uma infância relativamente despreocupada e dos afectos que me fazem recordar com prazer esse desafogo, conhecimentos e gostos próprios da sua cultura - a língua, os sabores, laços familiares dispersos e distantes - fragmentos de reminiscências de outros tempos e lugares, destinados a ligar com algum sentido o presente ao passado. Daí vieram também as histórias da emigração, premiando tudo o que fosse esforço para superar as limitações das origens e justificar os sacrifícios do exílio, assim como alguma disposição para aceitar com alguma naturalidade os desafios de novos ambientes e circunstâncias. (...)
No decorrer dos anos, voltei, por vezes, a olhar, com mais distanciamento, para o que era a vida em Moçambique nos anos 50 do século passado (...). Foi como se aquela ilha de algum desafogo e inocência em que crescemos, nos tivesse emprestado um pequeno capital de utopia e encantamento em relação à vida e ao futuro, porventura próprio daqueles que um dia, nos primeiros anos, puderam sonhar sem ameaças e fantasiar sem sofrimento."
Constantino Theodor Sakellarides, CV, 2004
Posted by Causa Nossa
Que Futuro Dr. Sakellarides: Ministro da Saúde ou Escritor ?
4 Comments:
Tenho a certeza que a maioria dos profissionais de saúde, independentemente de partencerem a SA´s ou não, gostariam de vê-lo como Ministro da Saúde. Disso não tenho dúvidas...
Parabéns pelo excelente blog. Continuem.
Conheço apenas o Dr. Sakellerides como profissional da área da Saúde e das suas intervenções públicas.
Ao ler o texto deste vosso "post" fiquei comovido.
As pessoas que trabalham nas áreas sociais têm qualidades muito especiais fruto da sua sensibilidade e de vivências humanas muito marcantes.
Para os liberais furiosos que nos dirigem o ser humano pouco vale. Os serviços de Saúde de qualidade, a experiência dos profissionais da Saúde de 25 anos de Serviço Nacional de Saúde, são ninharias desprezíveis face à avalanche reformista do ministro da saúde.
Oxalá que Sakellerides venha a ser, num futuro próximo, ministro da saúde.
Tem conhecimento, riqueza relacional e inteligência para qualquer dessas actividades. Mas o Sakellarides não está um bocado queimado?
Queimados estamos nós,portugueses, por não o termos como Ministro da Saúde!!!
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