Tarde de Domingo
As tardes de chuva não afastam os pescadores. Armados de canas, petisco e garrafita do bom para aquecer, entre um cigarrito e dois dedos de conversa, vigiam o isco, deitando, de vez enquando, uma olhadela de desprezo para os "parvos" que se esfalfam a correr passeio fora.
- Ele, é porque nunca experimentaram uma tarde de pescaria no Tejo, frente ao Bugio. É cada petisco. E a pinga? Do melhor. Depois, vemo-nos livres do controlo das patroas e da algazarra da filharada. Quanto à pescaria, propriamente dita... Sim, há fins de semana que não apanhamos nada. Mas, salvo erro, no mês passado pesquei um robalo de para aí uns 7Kgs. O quê não sa creditam? Eu logo vi. Olha-me estes!"
4 Comments:
Bem "apanhados", por grande sentido de humor, esses pescadores no quase "inverno do nosso descontentamento".
Sempre os vi, não "armados" de canas, mas como acessórios delas... e, afinal, era eu que tinha o "Bugio" como horizonte.
Uma nova perspectiva é, sempre, uma melhor perspectiva.
E a suprema é a que nos faz rir deles e com eles.
Quase todos os dias, faça chuva, faça sol, dou uma corridinha no passeio marítimo de Oeiras.Os pescadores lá estão. Fazem parte da paisagem. Não dou por eles. Gabo-lhe o sentido de oportunidade e sensibilidade por os haver "detectado". Um apontamento de fim semana interessante.
Desconfiança entre desportistas de modalidades diferentes? O quadro está bem apanhado. Não há inteferência nos circuitos de pesca e corrida. Só inteferencia nos olhares.
Corrigindo: Quis dizer: Interferência
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