A Reforma de LFP
1. - O Dr. Paulo Mendo, considera que quase dois anos passados, referindo-se à reforma de Luís Filipe Pereira(LFP), a cavalgada continua. Nada foi seriamente avaliado, mas mais mudanças se anunciam:
- Mais 20 hospitais serão transformados em S.A.
- Criação de Taxas diferenciadas, escalonadas segundo a capacidade económica de cada utente.
- Construção de dez hospitais em parcerias público privado (PPP).
- A partir de 2005 o doente inscrito para cirurgia num hospital, no caso de se verificar atraso na execução da cirurgia prescrita, passará para outro hospital e, se também aí houver atraso terá um “voucher” que lhe permitirá ser atendido em qualquer clínica privada “contratualizada”.
2. - LFP, professor de estratégia parece alicerçar a sua actuação reformista numa base conceptual defendida por alguns autores da Gestão.
Vejamos o que nos diz sobre esta matéria Luís Todo Bom (LTB) num artigo publicado no Jornal de Negócios com o título “As Reformas Estruturais”
Segundo LTB, "as Reformas Estruturais correspondem a alterações significativas, com mudanças sistémicas em termos da visão e dos objectivos e com repercussões na cultura sectorial, estrutura de poder e modelo organizativo."
"As Reformas Estruturais, são caracterizadas por 4 variáveis essenciais: Aprofundamento Conceptual, Ritmo, Eficiência e os Níveis de Qualidade.
A situação ideal corresponde, então, à construção dum modelo de reforma que resulte de uma profunda reflexão intelectual em termos conceptuais e em que a sua implementação se processe a um ritmo elevado com altos níveis de eficiência e de qualidade."
"A variável Ritmo é um factor crucial nestes processos de reforma.
Vários autores da área da «gestão de mudança» (R. D’Aveni, E. Deevy, I. Ansoff, J. O’Shaughnessy,?) afirmam que as mudanças estruturais se não forem realizadas a um ritmo elevado, e com uma liderança eficaz, não chegarão a concretizar-se porque os «opositores à mudança» entretanto se organizaram e se fortaleceram impedindo as alterações preconizadas."
"Uma alteração estrutural mal sucedida pode conduzir o sector em causa a uma situação final mais desfavorável e desajustada do que o ponto de partida, tornando mais difíceis acções posteriores correctivas (tal como numa infecção mal tratada, em que os vírus e as bactérias se tornam mais resistentes)."
3.- A reforma de LFP apresenta graves deficiências na sua concepção, essencialmente, por não ter considerado a especificidade do sector da Saúde, constituído por organizações complexas produtoras de serviços altamente diferenciados com utilização de mão de obra intensiva, os quais se consubstanciam em centenas de produtos finais. Nestas organizações de matriz profissional os processos de especialização conduzem à compartimentação entre o subsistema técnico e de gestão e também dentro do subsistema técnico, entre sectores produtivos de especialização diferente. Esta matriz determina a criação de territorialidades estranhas à organização do processo produtivo.
Por outro lado, apesar de todo o estardalhaço, o projecto de LFP tem sido incapaz de introduzir condições de competitividade na organização dos Serviços de Saúde, hospitalares, nomeadamente.
4. - Prevemos que a reforma de LFP vai ser mal sucedida sendo susceptível de poder conduzir o sector a uma situação final mais desfavorável e desajustada do que o ponto de partida, por ter falhado a análise essencial sobre a natureza das relações de trabalho do sector da Saúde.
- Mais 20 hospitais serão transformados em S.A.
- Criação de Taxas diferenciadas, escalonadas segundo a capacidade económica de cada utente.
- Construção de dez hospitais em parcerias público privado (PPP).
- A partir de 2005 o doente inscrito para cirurgia num hospital, no caso de se verificar atraso na execução da cirurgia prescrita, passará para outro hospital e, se também aí houver atraso terá um “voucher” que lhe permitirá ser atendido em qualquer clínica privada “contratualizada”.
2. - LFP, professor de estratégia parece alicerçar a sua actuação reformista numa base conceptual defendida por alguns autores da Gestão.
Vejamos o que nos diz sobre esta matéria Luís Todo Bom (LTB) num artigo publicado no Jornal de Negócios com o título “As Reformas Estruturais”
Segundo LTB, "as Reformas Estruturais correspondem a alterações significativas, com mudanças sistémicas em termos da visão e dos objectivos e com repercussões na cultura sectorial, estrutura de poder e modelo organizativo."
"As Reformas Estruturais, são caracterizadas por 4 variáveis essenciais: Aprofundamento Conceptual, Ritmo, Eficiência e os Níveis de Qualidade.
A situação ideal corresponde, então, à construção dum modelo de reforma que resulte de uma profunda reflexão intelectual em termos conceptuais e em que a sua implementação se processe a um ritmo elevado com altos níveis de eficiência e de qualidade."
"A variável Ritmo é um factor crucial nestes processos de reforma.
Vários autores da área da «gestão de mudança» (R. D’Aveni, E. Deevy, I. Ansoff, J. O’Shaughnessy,?) afirmam que as mudanças estruturais se não forem realizadas a um ritmo elevado, e com uma liderança eficaz, não chegarão a concretizar-se porque os «opositores à mudança» entretanto se organizaram e se fortaleceram impedindo as alterações preconizadas."
"Uma alteração estrutural mal sucedida pode conduzir o sector em causa a uma situação final mais desfavorável e desajustada do que o ponto de partida, tornando mais difíceis acções posteriores correctivas (tal como numa infecção mal tratada, em que os vírus e as bactérias se tornam mais resistentes)."
3.- A reforma de LFP apresenta graves deficiências na sua concepção, essencialmente, por não ter considerado a especificidade do sector da Saúde, constituído por organizações complexas produtoras de serviços altamente diferenciados com utilização de mão de obra intensiva, os quais se consubstanciam em centenas de produtos finais. Nestas organizações de matriz profissional os processos de especialização conduzem à compartimentação entre o subsistema técnico e de gestão e também dentro do subsistema técnico, entre sectores produtivos de especialização diferente. Esta matriz determina a criação de territorialidades estranhas à organização do processo produtivo.
Por outro lado, apesar de todo o estardalhaço, o projecto de LFP tem sido incapaz de introduzir condições de competitividade na organização dos Serviços de Saúde, hospitalares, nomeadamente.
4. - Prevemos que a reforma de LFP vai ser mal sucedida sendo susceptível de poder conduzir o sector a uma situação final mais desfavorável e desajustada do que o ponto de partida, por ter falhado a análise essencial sobre a natureza das relações de trabalho do sector da Saúde.
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