Administrativos da Saúde
1. - Quando era miúdo se acontecia algo de estranho, dizia-se um fenómeno do Entroncamento. Esta terra cruzamento de vias férreas arcava com todas as culpas da bizarria nacional num país onde nada acontecia.
Pois bem, actualmente, os acontecimentos estranhos, bizarros, anormais, inexplicáveis, acontecem nos Serviços de Saúde deste nosso Portugal.
Esta é de bradar aos céus: como é que um funcionário Administrativo de um Hospital transcreve para o computador um relatório médico sem o poder ler!
2. - "Segundo uma auditoria efectuada pela Comissão Nacional da Protecção de Dados (CNPD), em 38 unidades de saúde, "as fichas clínicas são acessíveis a pessoal não autorizado; os dados de diagnóstico estão disponíveis aos administrativos". Por isso, os responsáveis deste estudo recomendam processos que evitem "que os administrativos conheçam os diagnósticos e as análises clínicas (...), impossibilitando que os administrativos, por exemplo, acedam a áreas sensíveis, nomeadamente nas doenças infecto-contagiosas". Luís Silveira, da CNPD, justifica dizendo que "estes funcionários (administrativos) não estão abrangidos pelo segredo profissional, como os enfermeiros e médicos".
Como é que os administrativos que exercem funções nos serviços de meios complementares e de diagnóstico (imagiologia e laboratórios) e têm a obrigação de passarem ao computador os relatórios clínicos desses exames, o podem fazer sem os lerem? (link)
José Soares - Jornal Púbkico 21.12.04
Como é que os administrativos que exercem funções nos serviços de meios complementares e de diagnóstico (imagiologia e laboratórios) e têm a obrigação de passarem ao computador os relatórios clínicos desses exames, o podem fazer sem os lerem? (link)
2 Comments:
Portugal passou-se para a 5.ª Dimensão.
Caro Xavier;
Nos hospitais de construção recente os técnicos prestadores de cuidados é que informam o sistema informático com os dados referentes aos exames, análises, cirurgias que executam. O registo "on line", efectuado pelos técnicos de saúde (médicos, enfermeiros, radiologistas, farmacêuticos)permite uma informação, permanentemente, actualizada da actividade desenvolvida (e não só): produção, consumos, custos.
Em Portugal estamos longe de alcançar este grau de eficiência. Só num número restrito de casos e de áreas de actuação é que as coisas se passam assim.
Por exemplo, na grande maioria dos Serviços de Radiologia (Diagnóstico por Imagem) hospitalares realizado um raio X, o médico após a leitura e interpretação faz o relatório gravado numa cassete audio. Há laboratórios que disponibilizam os resultados analíticos na rede a qual dá acesso ao médico assistente através de um login. A prescrição de medicamentos também já é efectuada nalguns hospuitais através de requisição electrónica (Hospital Universitário de Coimbra, onde este sistema está mais desenvolvido)sendo a distribuição assegurada por distribuição unitária de medicamentos.
O futuro permitirá, portanto, prescindir do trabalho administrativo na maioria das actividades desenvolvidas nos hospitais. Até lá o trabalho do pessoal administrativo é indispensável. E não vemos qualquer incompatibilidade em relação ao sigilo dos dados.
Cumprimentos
CG
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