terça-feira, dezembro 7

Gestão Privada mete água


A Administração do Hospital Amadora Sintra, cuja exploração está concessionada à "José de Mello Saúde", decidiu encerrar as URGÊNCIAS DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA, no passado fim de semana, alegando falta de médicos para assegurar o funcionamento destes serviços.
A decisão do hospital foi transmitida por fax apenas na sexta-feira à ARS - dia em que as utentes já não foram atendidas da parte da tarde - e não houve tempo para reforçar as equipas dos outros hospitais e maternidades para onde foram encaminhadas as utentes do Amadora Sintra.
Não me lembro da ocorrência de uma situação semelhante em qualquer hospital público da rede do Serviço Nacional de Saúde.
Virtudes da gestão privada.

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Agora estão todos preocupados em aplicar, à pressa, para manter as aparências, uma multasinha aos MELLOS por terem encerrado, sem dar cavaco a ninguém, uma das maiores maternidades do país.
Estou a ver o Dr. Rui Nunes, todo preocupado, a desdobrar-se em telefonemas (no telefone da Câmara do Comércio do Porto)para a ARS, ministro, Mellos e todos os hospitais que tiveram que receber os utentes do Amadora Cintra, para se inteirar da ocorrência.

5:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O elevado número de queixas, os inúmeros acidentes que ultimamente têm ocorrido neste hospital causados por erro humano e infecção das instalações requeria que o ministério da Saúde mandasse instaurar um inquérito para apuramento de responsabiklidades.

7:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A qualidade das prestações prestadas pelos agentes privados aí está.
Concordo que deveria ser desenvolvido um inquérito para sabermos em que condições é que funciona este hospital. Não basta anunciar que se tem um sistema de controlo da qualidade do King´s Foundation para que esta passe automaticamente a ser a maior do mundo. Nós sabemos como é que estas coisas funcionam . Desde que haja dinheiro para comprar programas...

7:36 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não é a primeira vez que se verifica o encerramento da Urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Amadora Sintra pois já estiveram encerradas por algumas horas várias vezes em Novembro e Dezembro, só que desta vez durante quase três dias.
As outras unidades da região de Lisboa pagam mais pelas horas extraordinárias, facto que fez aderir os médicos (do quadro) em massa à greve de dois dias no início de Novembro. Os médicos tarefeiros procuram outros hospitais que pagam mais.
O encerramento deste serviço - onde são atendidas 26 mil mulheres por ano - viola o contrato assinado entre o Estado e a sociedade privada que gere o hospital, controlada pela José de Mello Saúde.
Por isso é que a José de Mello Saúde quer 50% do mercado hospitalar. Dominando o mercado impõe as suas condições e quem está mal não se muda, vai simplesmente para a rua.

8:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Daniel Pereira da Silva, responsável da Sociedade portuguesa de Ginecologia diz que a situação do Amadora/Sintra ilustra o panorama das Urgências de Obstetrícia e Ginecologia a nível nacional. Há falta de médicos e a estratégia promovida pelo Ministério da Saúde para resolver estas carências é absurda: é o recurso a médicos tarefeiros ou a espanhóis. Segundo Pereira da Silva, não há qualquer planeamento dos recursos humanos e recorre-se a clínicos que, por se limitarem a fazer urgência, não estão identificados com a política ou a cultura do serviços. A própria qualidade dos cuidados prestados pode estar a ser posta em causa.
Portanto temos como responsáveis desta crise o ministro Luís Filipe Pereira e a José de Mello Saúde.a qual se vai escudar na situação nacional de carência de médicos obstétras para fugir às responsabilidades contratuais. O princípio é sempre o mesmo: exercer a actividade sob protecção do Estado. Críticas porque o Estado é prestador directo. Mas quando se trata de enfrentar as responsabilidades tem que ser o Estado a socorrê-los.

9:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E é a estes gajos que o Luisinho quer vender o Serviço Nacional de Saúde.

11:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A presidente da ARS, Ana Borja Santos, declarou à imprensa que a violação era justificada pela falta de médicos.
Se isto não é para escusar a responsabilidade contratual do concessionário, a José de Mello Saúde, o que é ?
Este pessoal já sabe: se, se portar bem tem emprego garantido na privada. Isto é um jogo dos diabos...

11:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Razão tem o Sampaio em querer nomear os responsáveis das Entidades Reguladoras.
Na Saúde com este TÓTÓ não vamos lá.
Talvez esteja a ser injusto, porque neste caso o principal culpado é o Ministro da Saúde que tudo tem feito para "secar" o homem.

12:28 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Esta crise arrasta-se há vários meses. Só agora é que a administração do hospital anunciou, em comunicado, que iniciou o recrutamento de obstetras e ginecologistas em Portugal e Espanha para reforçar o quadro hospitalar. Das duas uma: ou começam a pagar as horas extraordinárias de acordo com a tabela seguida pelas outras unidades da região de Lisboa ou esta acção de recrutamento de médicos tem possibilidades de êxito ou os senhores da José de Mello Saúde estão a reinar com o pessoal.

10:09 da manhã  

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