Resolução do problema português
"O problema português consiste na desaceleração sistemática nos últimos anos da taxa de crescimento potencial da economia. Ainda no final da semana passada o Eurostat constatava que o PIB “per capita” português caiu, em 2003, para 74 por cento da média da União Europeia alargada a 25 países. Desceu para níveis de 1997. Ou seja: tendo chegado a um patamar intermédio de desenvolvimento, Portugal parece já não conseguir passar daí. Estava atrás da Grécia; agora vê também à sua frente Malta, Eslovénia e Chipre, três dos novos países do alargamento.
O cerne do problema está na produtividade. Na forma de potenciar o trabalho dos indivíduos, de tornar as empresas mais adaptadas às exigências do mercado, mais competitivas, num país com excesso de consumo público e privado.
O cerne do problema está na produtividade. Na forma de potenciar o trabalho dos indivíduos, de tornar as empresas mais adaptadas às exigências do mercado, mais competitivas, num país com excesso de consumo público e privado.
Para isto, o que é que PSD e PP propõem no OE? Em lugar de estimularem a competitividade das empresas e o investimento pela via fiscal, nomeadamente através da redução do IRC (como prometeu Durão Barroso), fazem precisamente o contrário: “Diminui o IRS, estimulando por essa via o consumo e as importações, e diminuem os benefícios fiscais que incentivam à poupança”. O diagnóstico não é da oposição, é de Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva.
O PS, esse, apresenta um discurso diferente. Com José Sócrates, embora continue a criticar as políticas de Manuela Ferreira Leite, sustenta que, uma vez iniciada a via do ajustamento brusco, ela deve ser concluída para que os sacrifícios não sejam inúteis. Perante um Governo semi-demissionário, com a credibilidade corroída, o PS instala-se no discurso da responsabilidade e do rigor. Assume que não baixará impostos e que incentivará a poupança. Tem um porta-voz para a Economia, Manuel de Pinho, que promete colocar a política macro-económica ao serviço das empresas, sobretudo das pequenas, para as ajudar a queimar etapas. E o seu líder erigiu a elaboração de um plano tecnológico como a chave para aumentar a produtividade nacional."
Luís Miguel Viana- DE, 06.11.04
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