Sustentabilidade financeira do SNS
1. - Luís Nazaré, num artigo publicado no Jornal de Negócios de 02.11.04, defende que o governo resultante das próximas eleições antecipadas, deverá dar continuidade a determinadas medidas de reforma implementadas nos últimos anos de governação.
"A nova lei do arrendamento, apesar das suas imperfeições, é um instrumento essencial para uma política sustentada de requalificação urbana. As experiências de gestão privada nos sistemas públicos podem igualmente revelar-se benéficas, desde que a procura de eficiência económica não sobreleve os imperativos de interesse público. Ou a ideia das portagens urbanas, com provas dadas em Londres e em Roma." (link)
Também não nos repugna concordar com a continuidade da reforma estrutural da Saúde de forma a assegurar a sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde, desde que não ponha em causa o direito de acesso universal dos portugueses aos cuidados de Saúde.
Em relação à “reforma” promovida pelo ministro da Saúde dos XV e XVI governos constitucionais, Luís Filipe Pereira, é fundamental efectuar uma análise cuidada das medidas implementadas, reorientando, se necessário, as suas prioridades, objectivos e métodos, visando recolocar o utente no centro do sistema.
2. - José Mendes Ribeiro, ex-responsável da Unidade de Missão dos Hospitais SA, administrador do Banco de Negócios para a Saúde, num texto publicado no Jornal Público de 03.11.04, apresenta cinco ideias fundamentais (já nossas conhecidas) para garantir a reforma futura da saúde.
Sem deixarmos de concordar com algumas delas ( por exemplo, a necessidade de efectuação de um acordo estratégico com a indústria farmacêutica para conter os gastos com medicamentos), o caso aqui muda de figura. O que motiva Mendes Ribeiro, a sua preocupação dominante, como é evidente, tem a ver com a defesa da continuidade do negócio das parcerias para a construção e gestão de novos hospitais (link) .
Em nosso entender, este é um dos projectos que carece, claramente, de ser reformulado.
Para garantir o rumo da reforma é fundamental promover com tranparência a criação de uma Entidade Reguladora da Saúde com capacidade e meios de actuação adequados a uma intervenção eficaz na fiscalização dos agentes que operam no sector da Saúde.
5 Comments:
Então estamos na mesma!
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Um dos grandes males da nossa Administração Pública, reside no facto de nas mudanças de responsáveis, ser certo e sabido, que todas as medidas decididas pelo antecessor serão arrasadas pelos recém nomeados. Não se olha ao que está bem e ao que está mal. Tudo novo. Inclusivé a decoração dos gabinetes.
O novo ministro deverá preocupar-se em estabelecer a política de saúde que melhor sirva os interesses do país, como é evidente. No entanto, não há nenhuma contradição ou impedimento que ela integre projectos da anterior governação desde que julgados correctos em prévia avaliação:
Dinamização do mercado de genéricos. Comparticipação dos medicamentos por SPR. Empresarialização dos hospitais de acordo com um modelo de EP. Parcerias para a construção de novos hospitais desde que não inclua no contrato a gestão clínica dos serviços prestadores de cuidados. São alguns exemplos de aposta na continuidade das políticas.
Ah, esquecia-me de um dado importante. Gestão dos hospitais assegurada por Administradores Hospitalares, sempre que possível.
Esta teve muita piada.
O homem vive regaladamente no bairro de Alvalade, onde, diz, teve oportunidade de acompanhar o "case study" referente ao processo de instalação de uma sucursal do Lidle e a influência que exerceu em relação ao comércio retalhista da zona.
Quando passo na avenida da Igreja lembro-me sempre do "case study" do Nazaré. Mas, olhando melhor em volta vejo passar outros "case study" de indubitável maior interesse científico:: morenas esguias, loiras de olhos azuis, verdes e castanhos, balzaquianas de ar aristrocrático com todo o tempo do mundo. Enfim, uma infinidade de "cases study".
O case study do Nazaré: -
http://www.negocios.pt/default.asp?SqlPage=Content_Opiniao&CpContentId=244579
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