Mais um dos tais Estudos
1. - Duzentos mil euros é quando vai custar ao Infarmed o "Estudo para a revisão do sistema de comparticipação de medicamentos em Portugal", elaborado pela consultora britânica Europe Economics, o qual deverá ser apresentado, com pompa e circunstância, uma semana antes das eleições.
Segundo Andrew Lilico, responsável da Europe Economics, nas conclusões do estudo nunca pensaram em avançar qualquer recomendação no sentido de os medicamentos passarem a ser reembolsados em vez de serem comparticipados logo à cabeça . Relativamente à qualquer recomendação de orçamentos anuais para a medicina privada com tectos para medicamentos comparticipados também não constará das propostas finais do referido estudo (link)
Segundo Andrew Lilico, responsável da Europe Economics, nas conclusões do estudo nunca pensaram em avançar qualquer recomendação no sentido de os medicamentos passarem a ser reembolsados em vez de serem comparticipados logo à cabeça . Relativamente à qualquer recomendação de orçamentos anuais para a medicina privada com tectos para medicamentos comparticipados também não constará das propostas finais do referido estudo (link)
2. - Depois de ter ensaiado algumas ideias "luminosas" junto da opinião pública, cuja reacção deve ter feito as delícias do ministro da saúde, Luís Filipe Pereira, e de outros responsáveis da saúde (nomeadamente, quando Correia de Campos convocou uma conferência de imprensa para contestar rumores sobre uma eventual proposta de um estudo inacabado - esta é de Guiness), a "Europe Economics" prepara-se para apresentar a versão final do estudo encomendado pelo Infarmed. Deus queira que me engane, mas tudo leva a crer que, mais uma vez, a montanha terá parido um rato, ou seja, vamos ter mais um daqueles estudos sem qualquer utilidade, destinados a decorar as prateleiras do arquivo morto do Infarmed, custando aos contribuintes uma pipa de massa.
4 Comments:
Isto é que foi um estudo em laboratório. Antes de apresentarem conclusões os autores ensaiaram nos medias a reacção da populaça relativamente a determinadas propostas. O relatório vai concluir pelo que é óbvio.
Não haveria ninguém em Portugal que fizesse este estudo?´Foi preciso pagar 200 mil euros a uma empresa de fora. Mas que gestão é esta?
Nicolau Santos acabava assim o seu artigo da semana passada no Expresso:
"Espero que a Europe Economics tenha cobrado ao Estado português, isto é, aos contribuintes nacionais, um preço elevado por estas recomendações. Bem merece. "
Mais 200 mil euros para a corda do sino.
Ao menos que a apresentação do dossier seja impecável. Uma bela lombada, uma capa lustrosa, muitas fotografias, gráficos e fluxogramas. Caramba por 200 mil euros comprava-se uma biblioteca itinerante para levar leituras ao povo do interior.
Aguarda-se, com ansiedade, o discurso do ministro no acto da entrega do estudo.
O Estado gastou em 2003 qualquer coisa como 250 milhões de euros (50 milhões de contos) em pareceres de toda a espécie, desde jurídicos a estudos económicos.
O Estado, cada vez mais representado na pessoa de funcionários nomeados por critérios de pura fidelidade partidária, não divulga a quem pede e quanto paga. Muito menos as causas que conduzem à necessidade de pedir pareceres em dezenas e dezenas de casos. Com a vantagem de se tratar normalmente de situações específicas que requerem conhecimentos de direito e economia e, por isso, ninguém fiscaliza seja o que for num quadro de exercício de direitos de cidadania.
Constitui-se assim um vastíssimo mercado de interesses que estigmatiza as boas razões que por vezes tornam necessário um parecer para encontrar uma boa solução e vive das cumplicidades e conveniências entre quem paga e quem vende as opiniões. Um mercado, diga-se, que tem como protagonistas sobretudo gente das ditas elites do país.
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