domingo, fevereiro 6

Mais um dos tais Estudos


1. - Duzentos mil euros é quando vai custar ao Infarmed o "Estudo para a revisão do sistema de comparticipação de medicamentos em Portugal", elaborado pela consultora britânica Europe Economics, o qual deverá ser apresentado, com pompa e circunstância, uma semana antes das eleições.
Segundo Andrew Lilico, responsável da Europe Economics, nas conclusões do estudo nunca pensaram em avançar qualquer recomendação no sentido de os medicamentos passarem a ser reembolsados em vez de serem comparticipados logo à cabeça . Relativamente à qualquer recomendação de orçamentos anuais para a medicina privada com tectos para medicamentos comparticipados também não constará das propostas finais do referido estudo (link)
2. - Depois de ter ensaiado algumas ideias "luminosas" junto da opinião pública, cuja reacção deve ter feito as delícias do ministro da saúde, Luís Filipe Pereira, e de outros responsáveis da saúde (nomeadamente, quando Correia de Campos convocou uma conferência de imprensa para contestar rumores sobre uma eventual proposta de um estudo inacabado - esta é de Guiness), a "Europe Economics" prepara-se para apresentar a versão final do estudo encomendado pelo Infarmed. Deus queira que me engane, mas tudo leva a crer que, mais uma vez, a montanha terá parido um rato, ou seja, vamos ter mais um daqueles estudos sem qualquer utilidade, destinados a decorar as prateleiras do arquivo morto do Infarmed, custando aos contribuintes uma pipa de massa.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Isto é que foi um estudo em laboratório. Antes de apresentarem conclusões os autores ensaiaram nos medias a reacção da populaça relativamente a determinadas propostas. O relatório vai concluir pelo que é óbvio.
Não haveria ninguém em Portugal que fizesse este estudo?´Foi preciso pagar 200 mil euros a uma empresa de fora. Mas que gestão é esta?

12:52 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Nicolau Santos acabava assim o seu artigo da semana passada no Expresso:
"Espero que a Europe Economics tenha cobrado ao Estado português, isto é, aos contribuintes nacionais, um preço elevado por estas recomendações. Bem merece. "
Mais 200 mil euros para a corda do sino.

12:59 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Ao menos que a apresentação do dossier seja impecável. Uma bela lombada, uma capa lustrosa, muitas fotografias, gráficos e fluxogramas. Caramba por 200 mil euros comprava-se uma biblioteca itinerante para levar leituras ao povo do interior.
Aguarda-se, com ansiedade, o discurso do ministro no acto da entrega do estudo.

10:44 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O Estado gastou em 2003 qualquer coisa como 250 milhões de euros (50 milhões de contos) em pareceres de toda a espécie, desde jurídicos a estudos económicos.
O Estado, cada vez mais representado na pessoa de funcionários nomeados por critérios de pura fidelidade partidária, não divulga a quem pede e quanto paga. Muito menos as causas que conduzem à necessidade de pedir pareceres em dezenas e dezenas de casos. Com a vantagem de se tratar normalmente de situações específicas que requerem conhecimentos de direito e economia e, por isso, ninguém fiscaliza seja o que for num quadro de exercício de direitos de cidadania.
Constitui-se assim um vastíssimo mercado de interesses que estigmatiza as boas razões que por vezes tornam necessário um parecer para encontrar uma boa solução e vive das cumplicidades e conveniências entre quem paga e quem vende as opiniões. Um mercado, diga-se, que tem como protagonistas sobretudo gente das ditas elites do país.

10:51 da manhã  

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