domingo, março 6

Dá a surpresa de ser



Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro,
faz bem só pensar em ver
seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem
(se ela estivesse deitada)
dois montinhos que amanhecem
sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco
assenta em palmo espalhado
sobre a saliência do flanco
do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gnomo.
Meu Deus, qusndo é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
Fernando Pessoa

4 Comments:

Blogger Clara said...

O Fernando Pessoa, nunca ousou (penso eu) ver a sua loira madura numa pose destas.
Infelizmente...
Que poemas não saíriam daquele talento acicatado por semelhante visão!
Ou pelo contrário deixaria de ter motivação e tempo para poemar.

12:32 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O Pessoa não era mais "white sugar" ?

12:35 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Oh Xavier! Mais uma moçinha boa como o milho!

4:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Apete como um barco! (lindo)
Para quem não enjoa no mar, como é evidente.

4:48 da tarde  

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