Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro,
faz bem só pensar em ver
seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem
(se ela estivesse deitada)
dois montinhos que amanhecem
sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco
assenta em palmo espalhado
sobre a saliência do flanco
do seu relevo tapado.
Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gnomo.
Meu Deus, qusndo é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
Fernando Pessoa
4 Comments:
O Fernando Pessoa, nunca ousou (penso eu) ver a sua loira madura numa pose destas.
Infelizmente...
Que poemas não saíriam daquele talento acicatado por semelhante visão!
Ou pelo contrário deixaria de ter motivação e tempo para poemar.
O Pessoa não era mais "white sugar" ?
Oh Xavier! Mais uma moçinha boa como o milho!
Apete como um barco! (lindo)
Para quem não enjoa no mar, como é evidente.
Enviar um comentário
<< Home