segunda-feira, setembro 12

Puxão de Orelhas

Apesar da injecção de 400 milhões de euros do OER, a dívida dos HH do SNS à indústria farmacêutica cresceu cerca de 46% desde o início do ano, atingindo em Julho, os 761 milhões de euros (link)
O avolumar da dívida vencida dos HH à indústria farmacêutica é um fenómeno cíclico explicável pelo subfinanciamento crónico da Saúde, últimamente agravado pelo crescimento dos gastos hospitalares com medicamentos (média mensal: 18%), devido, essencialmente, à introdução de novas substâncias.
O ministro da Saúde, António Correia de Campos prepara-se para distribuir mais 800 milhões de euros do OER 2005 para abater o volume da dívida aos Laboratórios.
Para o ano de 2006, Correia de Campos não contará com nenhum OER, mas o ministro das Finanças parece ter concordado com o seu pedido de excepção aos tectos de despesa definidos pelo Ministério das Finanças (6,6 mil milhões de euros), autorizando um acréscimo de 1,8 mil milhões de euros (OER 2005) para o orçamento da Saúde de 2006.
A concordância do Ministro das Finanças com o pedido de excepção, faz com que Correia de Campos seja obrigado a cumprir a sua promessa: “Se eu tiver pela primeira vez, um orçamento correcto, garanto que não pararemos, eu e o secretário de estado Francisco Ramos, nem uma semana, hospital a hospital, serviço a serviço, ARS a ARS, com os números na mão, e aqueles que não cumprirem, no final do ano: Out !" .
O Tour Nacional do ministro da Saúde, António Correia de Campos, já está agendado para Outubro. Os hospitais do SNS, até lá, que se preparem para os puxões de orelhas do senhor ministro.

5 Comments:

Blogger ricardo said...

O "acompanhamento muito intenso" da evolução orçamental dos hospitais, pelos vistos, servirá para evitar o despedimento a curto prazo dos gestores incapazes de cumprir os objectivos acordados.
Mais se se trata de um pagamento de promessa...
No próximo ano se virmos o CC em Fátima já saberemos do que se trata.

1:51 da tarde  
Blogger xavier said...

Segundo a secretária de Estado, Carmen Pignatelli, a Saúde contará com um orçamento superior ao inicial do ano passado, mas não ao rectificativo.

3:40 da tarde  
Blogger xavier said...

Um par de boas questões.
A introdução da nova tecnologia faz-se, essencialmente, pelos hospitais, muitas vezes sem uma avaliação da sua validade terapêutica capaz.

Quem está nos HH sabe que os laboratórios não são os fornecedores mais agressivos a reivindicar os pagamentos em atraso.
As dívidas à Indústria vão ficando para trás. O ajuste em relação aos atrasos nos pagamentos são feitos através da actualização dos preços das próximas aquisições.
Nas alturas certas a Apifarma sabe introduzir o discurso, fazendo a pressão necessária ao poder político de forma a dinamizar a decisão sobre os OER.

Não é por acaso que os preços dos medicamentos em Portugal são os mais elevados da UE (incluindo os genéricos).

9:20 da tarde  
Blogger Clara said...

Em Portugal ainda é um acontecimento quando o senhor ministro vai à Província.
Acompanhado do secretário de estado, assessores, secretários, e dos média a expedição ministerial às terreolas do interior e ribeirinhas vai ser um êxito.
Poderemos chamar-lhe "A Saúde Aberta" ou antes, " A Saúde Aperta".
Não faltarão episódios pitorescos para contar.
Ainda vamos ver gestores a pedir a demissão com vergonha do seu hospital deficitário.
Os que não têm vergonha, a pedir demissão com receio das visitas do senhor ministro e dos respectivos puxões de orelhas.

11:03 da tarde  
Blogger Clara said...

Caro LM,
Em relação ao seu pedido, qual prefere:
- divisão regional ou administrativa em certos Estados;
- conjunto dos conventos de uma ordem monástica dentro do mesmo país;
- qualquer parte de um país, abstraindo da capital.

Eu utilizei-a no terceiro sentido.

Cumprimentos.

10:11 da manhã  

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