Acordo com a Indústria
Os gastos anuais com medicamentos atingem 2,8 mil milhões de euros, cerca de 2% do PIB, justificando este dado só por si, segundo CC, o estabelecimento de um acordo com a Indústria. A assinatura do protocolo com a Apifarma aconteceu sexta feira (10.03.06) numa cerimónia que teve lugar no Centro Cultural de Belém, presidida pelos ministros da saúde e das finanças (link)
«O interesse público determina, sobretudo no momento em que temos de cumprir as obrigações internacionais do Programa de Estabilidade e Convergência para podermos continuar a sentarmo-nos na Europa financeira, económica e do desenvolvimento social e cultural, que tenhamos de pôr em ordem a nossa capacidade de realizar despesa. E o facto de o protocolo agora proposto fixar tectos de crescimento da despesa global de 0% na venda de medicamentos nas farmácias e de 4% na venda dos medicamentos nos hospitais deve ser comparado com os números imediatamente anteriores e que foram: no ano de 2005, 4,3% no ambulatório e 9% no sector hospitalar; no ano de 2004, 10,8% no ambulatório e 15% no sector hospitalar; no ano de 2003, 18% no sector hospitalar e 3,5% no ambulatório, apenas e só pelo facto de ter sido o ano em que foram lançados os medicamentos genéricos.
Pela primeira vez, o acordo abrange o sector hospitalar com 4% de contenção, o que representa um reconhecimento e um contributo à inovação. Avançamos, conjuntamente, na identificação dos tais três grupos de medicamentos do mercado hospitalar de base, as patologias específicas que crescem muito e que têm um peso absorvente na factura hospitalar de medicamentos, como a oncologia, a infecção por VIH e as doenças hematológicas e um terceiro grupo, os novos medicamentos. Cada um destes grupos será tratado em especial e com uma monitorização nova e rigorosa, como foi dito. Vamos saber e sabemos já quantos doentes estão em tratamento e quantas unidades por empresa e por medicamento são vendidas.»
Intervenção do Ministro da Saúde na assinatura do protocolo com a Apifarma, 10 de Fevereiro, Centro Cultural de Belém.
Pela primeira vez, o acordo abrange o sector hospitalar com 4% de contenção, o que representa um reconhecimento e um contributo à inovação. Avançamos, conjuntamente, na identificação dos tais três grupos de medicamentos do mercado hospitalar de base, as patologias específicas que crescem muito e que têm um peso absorvente na factura hospitalar de medicamentos, como a oncologia, a infecção por VIH e as doenças hematológicas e um terceiro grupo, os novos medicamentos. Cada um destes grupos será tratado em especial e com uma monitorização nova e rigorosa, como foi dito. Vamos saber e sabemos já quantos doentes estão em tratamento e quantas unidades por empresa e por medicamento são vendidas.»
Intervenção do Ministro da Saúde na assinatura do protocolo com a Apifarma, 10 de Fevereiro, Centro Cultural de Belém.
Trata-se de jogar pelo seguro. CC pretende com este acordo salvaguardar-se de surpresas relativamente ao crescimento dos preços e da despesa do SNS com as comparticipações de medicamentos, por sua vez, a Apifarma assegura que o Governo não tomará quaisquer medidas de reforma que comprometam o andamento normal dos negócios dos seus associados.
2 Comments:
A substituição do anterior comparador: preço mais baixo dos países de referência (Itália, França e Espanha) pela média dos actuais países de referência (Itália, França, espanha e Grécia) é mais uma abébia para a Indústria.
Este acordo assume o aspecto de realização política, sem no entanto ter quaisquer efeitos na contenção dos gastos do SNS com medicamentos.
Os utentes vão continuar a pagar cada vez mais continuando o Infarmed a fazer desgraça retirando a comparticipação de 40 por cento do Serviço Nacional de Saúde por considerar duvidosa a eficácia de alguns fármacos.
Na lista dos medicamentos descomparticipados estão 28 medicamentos, que vão passar a ser pagos na totalidade pelos utentes. É o caso da pomada Hirudoid, da solução oral Pulmonar OM e das cápsulas Broncho VAXON, usadas no tratamento de renites
O Estado continua em plena fuga em relação às suas responsabilidades relativamente à Saúde.
Bom, manda a verdade dizer que de facto muitos deles são, de facto, mais inócuos que os homeopáticos. O que está errado não é a descomparticipação dessas coisas, como é o caso do Broncho VaxOM* (Clara: OM de laboratórios OM e não ON; rinites e não renites) e similares com os quais SNS tem gasto fortunas e que tem efeitos terap mais que duvidosos.
O que está errado é CC alardear que vai descomparticipar e tornar de "venda livre" (incluindo nas farmatascas), uma série de medicamentos, como se de uma medida benéfica para o país se tratasse.
PS- Nos tempos em que o Infarmed funcionava, distribuiam um livrinho, muito bem feito, o Prontuário Terapêutico (o último que recebi foi o 4, de 9/2003) onde já se dizia dessas vacinas orias: «são necessárias provas adicionais, para se poder tirar ilações conclusivas sobre a sua utilidade clínica».
Não digo mais porque parece que o S SA já não é como no início, já é lido por muita gente e eu não ganho para advogados, apenas alguns preços:
Broncho-vaxOM: 20 euros
Lantigen B: 10 e
Paspat: 20 e
Provax: 15 e
Biostim: 22,5
Ribomunyl: 13,5
Querem mais? Leiam o prontuário.
Nos Hospitais? É melhor nem falar, comparem, por exemplo, as despesas da Clipóvoa com os do Hospital da Póvoa.
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