quinta-feira, março 9

ACS, toma posse


CC ameaça com a revisão do modelo de financiamento: “Se não conseguirmos conter a despesa mantendo o nível de qualidade, será necessário encontrar outro modelo de financiamento. O orçamento para 2006 é possível de cumprir. É a última hipótese de demonstrar que o modelo é viável.”
CC, para já, decide aumentar as taxas moderadoras das Urgências em 23%, antes de estarem concretizadas alternativas aos serviços de urgência.
A contestação faz-se ouvir.
Francisco Ramos tenta serenar os ânimos assegurando que os aumentos são para moderar a procura não estando previstas alterações do modelo de financiamento.
Também sou de opinião que estes aumentos das taxas não servem para moderar nem adiantam nada ao problema do financiamento sendo apenas o início do processo que visa pôr os utentes a financiar o Serviço Nacional de Saúde, sem alteração da CRP.
CC tem razão quando afirma que estas medidas são a última hipótese de demonstrar que o modelo é viável.
Depois disto, no caso de o maior orçamento de sempre da Saúde não chegar, será necessário recorrer à implementação de medidas mais radicais: revisão da constituição, seguros obrigatórios, definição de pacote de cuidados financiados pelo estado, opting out.
O novo PR, que hoje toma posse, não deixará de ter forte influência nas decisões futuras sobre este processo.

6 Comments:

Blogger xavier said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

6:40 da tarde  
Blogger xavier said...

No seu discurso de tomada de posse perante a Assembleia da República, Aníbal Cavaco Silva lançou cinco grandes desafios que considerou «cruciais para abrir caminhos consistentes de progresso».

1.º - Criação de condições para um crescimento mais forte da economia portuguesa, que considera essencial para o combate ao desemprego e recuperação dos atrasos face à União Europeia.

2.º - Recuperação dos atrasos em matéria de qualificação dos recursos humanos.

3.º - Criação de condições para o reforço da credibilidade e eficiência do sistema de justiça.

4.º - Sustentabilidade do sistema de segurança social.
«Urge aprofundar os estudos técnicos e promover um amplo debate nacional sobre a sustentabilidade a médio e longo prazo do financiamento do nosso sistema de segurança social».

5.º - Credibilização do sistema político.

ACS ao não fazer qualquer referência directa à Saúde poderá querer dizer que, no seu entender ,está em boas mãos.
A conferir no futuro próximo.

Um abraço ao Raven.
Excelente trabalho sobre a entrevista de CC ao MC e a análise da inconstitucionalidade dos co-pagamentos das prestações de saúde.

6:48 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Esperemos que ACS seja um Presidente interventivo. Bem precisamos dele e disso.

10:26 da tarde  
Blogger xavier said...

. No discurso de investidura do Presidente Cavaco Silva constam com toda a frontalidade os temas e os problemas que considera deverem ser prioritariamente atacados, sem novidade quanto ao que enunciara enquanto candidato, o que, parecendo óbvio, nunca é de mais enaltecer. Como era de esperar, eles coincidem largamente com as prioridades da agenda política do Governo, sem que isso signifique unanimismo de soluções. A estabilidade está para ficar por mais uns anos, mas o Presidente foi já avisando que não a interpreta como sinónimo de passividade ou acomodação, antes a quer dinâmica. Ou seja, vai debater muito com o primeiro-ministro acerca das cinco áreas-chave que destacou. Quanto às medidas de dinamização do crescimento da economia nacional ou de reforço da qualificação dos recursos humanos, não prevejo grandes divergências no que toca às melhores soluções. Já no respeitante à sustentabilidade da Segurança Social e à credibilização dos sistemas político e de justiça, não estou certo de que estas duas figuras centrais da política nacional assinem pelo mesmo diapasão. Porque, contrariamente ao que afirmou enquanto candidato o professor Cavaco Silva, está por provar que duas pessoas intelectualmente honestas, com o mesmo nível de informação, acabem sempre por chegar às mesmas conclusões. A matriz ideológica de cada um conta, bem como a definição de prioridades consoante os respectivos objectivos mediatos e imediatos.

António Peres Metelo, DN, 10.03.06

10:28 da manhã  
Blogger xavier said...

Vitalino Canas, Porta-voz do PS

A intervenção foi muito positiva para o Governo, com uma linguagem idêntica à que tem sido a do PS. Partilhamos a noção de entendimento alargado."

Jerónimo de Sousa

O diálogo à partida é positivo, mas sem resultados não é bom e resta saber, quando se fazem apelos à compreensão de todos os partidos, quem beneficia com esses apelos."

Marques Mendes

Foi um discurso cheio de desafios, ambição, confiança, exigência. Recriar um clima de confiança para o futuro é uma tarefa de todos. Foi um bom ponto de partida."

Ribeiro e Castro

Destaco o sentido estratégico do discurso, aludindo a temas como a Segurança Social, a Economia ou a Justiça, e sobre a política externa."

Francisco Louçã

Foi uma intervenção muito cheia de recados de um ex-primeiro-ministro que fez discurso de primeiro-ministro. Demarcamo-nos do unanimismo silencioso em torno de Cavaco."

10:38 da manhã  
Blogger xavier said...

Bem pode o Governo assobiar para o ar (que é, aliás, o mais inteligente, nas circunstâncias...). Mas o discurso da posse do novo Presidente da República não anuncia uma vida fácil nas relações do Governo com Belém. Quando o PR assume uma inequívoca agenda governativa -- e, para além de vários avisos à governação, o seu discurso é essencialmente um programa político de incidência governativa, mesmo se em boa parte coincidente com o do actual Governo --, as hipóteses de intervencionismo presidencial só podem crescer.
Vital Moreira, Causa Nossa

6:37 da tarde  

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