domingo, abril 30

Sofisticação, precisa-se


A Professora Cristina Neto de Carvalho, no artigo referido aqui pelo Dino_Sauro, considera que “as PPP só são bem sucedidas quando o grau de sofisticação entre ambas as partes é semelhante, caso contrário, os custos em que o Estado incorre são muito superiores ao previsto.” Não sendo por acaso que as PPP nos países escandinavos são um sucesso e na Argentina um desastre.
Duvido que algum dia consigamos atingir o grau de sofisticação necessário para uma gestão capaz das PPP da Saúde. Vale a pena, no entanto, tentar.
A propósito, o DE refere que o novo diploma que vai regular as parcerias público-privadas (PPP), a aplicar na segunda vaga das parcerias na Saúde, prevê a criação da figura do Gestor do Contrato, (com instalações próprias nos hospitais), nomeado pelo Estado para acompanhamento dos contratos PPP
link
Não parece mal pensado. Vamos aguardar para ver o que aí vem.

10 Comments:

Blogger ricardo said...

Muita sofisticação demonstram já muitos dos concorrentes às Parcerias da Saúde.

O Caso Inside trading da ESS é paradigmático.

O Estado não tem pedalada para acompanhar a sofisticação dos privados. Vai ser um bailinho da Madeira com os cidadãos a contribuir uma vez mais para a corda do sino.

11:16 da tarde  
Blogger saudepe said...

Quanto às Parcerias da Saúde a sofisticação por parte do Estado não é nenhuma.
Para construir o betão os contratos de parceria, vá que não vá. Com a inclusão da prestação de cuidados é desastre certo.
CC, salutarmente, tem denotado ter dúvidas.
O anunciado hospital de Todos os Santos prevê contratos de parceria só para a construção civil o que me parece correcto.

12:48 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Este comentário do jogadordepoker vem ao encontro do que também penso.
Aliás já em tempos perguntei onde andavam alguns dos bloggers do Saude SA.
Será que o Vivóporto voltou a ter problemas com o seu servidor da NET?!
A propósito da ausência do Vivóporto, recordo uma outra que é ainda mais notória: a do Avelino. Será que a Norte as mudanças são mais notórias?
Mas há ainda mais ausências. E sinceramente, tenho ideia de que o Saúde SA está menos "interessante", apesar do louvável trabalho do Xavier.
Temos lido alguns bons textos do Semmisericórida, do M.S. Peliteiro, do E. Faustino, do Guidobaldo, do Lisboaearredores, e de outros muitas vezes menos expansivos com comentários curtos e oportunos.
Mas, talvez porque se mudam os tempos ... já lá vai o tempo em que o Saude SA era na verdade um blog interventivo e vivo.
Sou dos que acredito que é possível recuperar essa dinâmica e por mim, como aliás poenso ser claro, continuarei a dar o meu contributo.
Um abraço a todos e sobretudo um bom Dia do Trabalhador, quando começa a fazer sentido a instituição de um Dia do Desempregado e do Excluído.

4:17 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Ao fazer uma breve digressão pelo arquivo do Saude SA, deparei com o seguinte comentério:

"Claro ...o que o CC tem de fazer é «limpar» todos os SA,s.
Não são compreensíveis quaisquer reconduções nestes hospitais...pelas seguintes razões:
1ª-Foram nomeados por LFP com base num critério de confiança politica;
2ª-O seu perfil e capacidade técnica nunca foram avaliados;
3ª-Usufruiram de benesses que nunca qualquer gestor de um hospital portugues usufruiu;
4ª-Encheram os hospitais com CTI,s
sem qualquer concurso e com critérios de admissão discutiveis;
5ª-Apoiaram LFP na gestão de «embuste»;
6ª-Perseguiram todos os profissionais que, de uma forma ou de outra, estiveram ligados a anteriores administrações;
7ª-Continuam a fazer uma politica (e a utilizar meios para o fazer)que não é a deste ministério;
8ª-Mantêmn as benesses e, após as ditas reconduções aumentaram o terrorismo psicologico em ambiênte de trabalho."

Alguém consegue estabelecer as diferenças em relação ao que se tem passado nos HH EPE's?

4:46 da tarde  
Blogger Clara said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

6:06 da tarde  
Blogger Clara said...

Não posso concordar com o comentário do tonitosa.

Houve efectivamente uma fase de debate vivo dominado por dois temas principais: a carreira dos AH e a polémica SA/EPE.

Estes dois temas foram ultrapassados por outras matérias que entretanto surgiram com o desenrolar do actual processo de reforma da Saúde.

Quanto a mim o SaudeSA tem melhorado de forma progressiva os seus conteúdos graças à colaboração de grandes experts da Saúde como o semmisericórdia, guido baldo, lisboaearredores, MB, só para dar alguns exemplos.
Mudou o estilo, melhoraran os conteúdos.
O entusiasmo mantém-se vivo como o comprova o número sempre crescente de visitantes.
É natural que, com o passar do tempo, alguns colaboradores vão desistindo pelas mais variadas razões. Entretanto, outros vão chegando com novas ideias e oportunas intervenções.

Compreendo o rebate de nostalgia do tonitosa. Tem a ver com o facto de os SAs terem deixado de estar no centro da discussão. Estarem a cair mais rapidamente do que pensávamos no esquecimento.
Lá no fundo o tonitosa ainda deita todos os dias contas à vida, sonhando com o regresso glorioso do Luís Filipe Pereira e do Patinha Antão, pela mão de Cavaco Silva.
Em política tudo é possível.
Uma ida a Fátima poderá ajudar.

Os casos do Avelino e do Vivóporto são, efectivamente, especiais.

Quanto ao Avelino penso que a personagem que incarnou, de português baralhado, tornou-se, a meu ver, para o seu autor insustentável.
Só havia pois uma solução: liquidá-lo.
Possivelmente, o Avelino já por aqui passou recentemente com nova roupagem. Porque não ?

O Caso do Vivóporto parece ser mais grave.
O autor do Vivóporto, tal como o Avelino, decidiu igualmente liquidar a personagem . Neste caso, segundo parece, para se proteger a si próprio.

Tudo tem um fim.
Com gloria, desprezo, sofrimento ou esquecimento. O importante é manter sempre a dignidade, mesmo quando nos escondemos por detrás de um boneco.

6:17 da tarde  
Blogger HMR said...

Leitora assídua deste blog,só agora resolvi pronunciar-me;de facto precisamos nos nossos hospitais EPE,e também nos outros,de ganhos em sofisticação.Digo muito mais competência no topo e perfis adequados,conforme à lei.Seria fácil se o fenómeno do caciquismo não estivesse local e regionalmente a comandar os destinos das políticas de saúde.Mas esta é anossa realidade.Um breve desabafo... sem importância,que me ocorreu ao reflectir sobre o comentário deixado pelo tonitosa. Vamos agora à análise das diferenças proposta pelo Tonitosa.

1.Foram nomeados por CC "TALVEZ " com base num critério de confiança política.
2.Operfil e capacidade técnica de alguns não foi avaliado.Outros já têm muitas provas dadas.
3.Parece-me que usufruem de un menor número de benesses que os seus antecessore.De qualquer modo bastante diferentes dos gestores "ditos tradicionais".

4.Continuam a contratarCTI,s com base em critérios não definidos e a maioria das vezes o já conhecido critério da"cunha".
5.Não partilham verdadeiramente do projecto doCC como tal não o conseguem apoiar como os que apoiaram LFP.
6.Parece-me que o fenómeno de perseguição aos profissionais não é em tão grande escala,mantêm os contratados e contratam outros para as mais variadas tarefas incluindo algumas bastante inovadoras.
7.Praticam uma política local que nem sempre correspode à política de saúde deCC,pelo que não vestem a" verdadeira camisola",mas a dos seus objectivos pessoais.
8.Parece-me que o terrrorismo psicológico diminuiu bastante de escala...

Eis as diferenças.

Por isso sofisticação é imperativa a todos os níveis:CP e HH.

6.

7:29 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Clara,
As minhas intervenções no Saude SA podem ser criticáveis. Tudo afinal pode sê-lo. Mas está totalmente fora da realidade quem pensa que a minha participação é ditada por "nostalgia" dos SA's.
Sejamos claros: temos hoje razões para pensar que a mudança para EPE's trouxe benefícios aos hospitais envolvidos e, sobretudo, aos utentes?
Temos hoje razões para pensar que as mudanças nos CA's trouxeram gestores mais competentes e melhores resultados?
O que melhorou nesses hospitais?
Mudaram as tais contratações com base no cartão do partido? Ou mudou apenas a cor do cartão dos colaboradores admitidos?
Repare que até AH's, certamente por não serem do partido no governo, se queixaram já do esquecimento a que foram votados pelos colegas.
Continuando: mudaram os tempos de espera nas consultas externas e nas cirurgias?
Melhorou o sistema de informação dos hospitais? Onde está a transparência? Que informação tem sido divulgada? Onde estão os relatórios de actividade? Onde estão os "Tableau de Bord" ou outra informação equivalente?
E como vão as contas da Saúde? Será verdade que se agravaram as dívidas dos Hospitasi EPE's à Indústria Farmacêutica 40% em apenas 12 meses (ver JN de 12 de Março de 2006)?
E melhorou a transparência nos concursos de aquisições? Como têm sido adjudicados os "Alertas" e outros sistemas?

Cara Clara,
Como diz, os temas SA's/EPE's foram ultrapasados aqui no "nosso blog". Eu não sei, porém, se o silêncio em relação ao que se passa nos EPE's não tem outras explicações.
Temos tido bons textos, é verdade(alguns originais outros nem por isso) mas o debate e o interesse, do meu ponto de vista, esmoreceram. E, esses aspectos não se medem pelo número de visitantes.

Repito, a terminar: não é uma questão de os SA's estarem a cair no esquecimento. É antes uma questão de já nem sabermos se existem EPE's.
Já agora fica uma sugestão: vá ver o (ainda) "Sítio" dos hospitais EPE e veja como andam as coisas em matéria de choque tecnológico.
E vemos (ouvimos) o senhor Primeiro Ministro anunciar em Torre de Moncorvo um sistema (SAM) que há muitos anos está já a funcionar no SNS, como se fôsse uma grande medida agora tirada da cartola.
É isto, Clara. São coisas como estas, que deixaram de ser tema mas que noutros tempos fizeram as delícias de muitos de nós.
Essa da nostalgia teve destinatário errado, concerteza!

7:56 da tarde  
Blogger Clara said...

Quando me referi à sua nostalgia pelos HH SA não era para o ofender.
Mas que este tema o deixa particularmente feliz, já todos nós o notámos.

Quanto aos novos HH EPE, há muita coisa que mudou. Outras estão em vias de mudar. Há que ter paciência e aguardar pelos resultados.

Não se preocupe tanto com as contas da Saúde de 2005, pois elas estão bem e recomendam-se.
Nesta matéria a mudança foi da noite para o dia: fim da contabilidade criativa, dos OE rectificativos, demonstração rigorosa e transparente dos resultados.
Como o tonitosa sabe as contas do exercício de 2005 recebem informação dos HH até finais de Março.
Posso assegurar-lhe que os resultados de 2005 correspondem ao que foi previsto e orçamentado.
Nada na manga.
O tempo do ilusionismo já lá vai.

Em relação aos resultados da nova política de saúde peço-lhe que não se impaciente.
Se o tonitosa tivesse visto a intervenção do LFP no programa que o Xavier aqui referiu, teria-o ouvido referir que cada política de saúde tem a sua dimensão e que é preciso esperar algum tempo para ser possível apreciar os resultados.

Se o tonitosa não tem ouvido falar especialmente dos HH EPE, poderá ser um bom indicador : tudo se estará a processar normalmente, sem escandalos a registar.

Como vê isto hoje parece estar animado...

8:29 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Bem, desta vez, caras/os "amigas/os" são três em um.

Primeiro
Dizer à Alensul (seja bem vinda) que também nos nomeados por LFP houve muita gente com provas dadas; alguns, de resto, AH's. Depois as benesses, em termos práticos, não mudaram ( e eu nem sequer considero benesses). Mantêm-se os mesmos salários e as despesas de representação. Deixou de ser possível a opção de compra das viaturas, mas os anteriores gestores também não terão tido esse benefício (?) e a redução do valor para a compra de novos carros nem sequer tem significado, pelo menos para os anteriores SA's.
Quanto a novas contratações, mantendo os anteriores colaboradores, não é de todo verdade. Eu sei que não é verdade. Conheço casos. Sai hoje um e entra outro amanhã. E também foram nomeados novos titulares para chefiar serviços onde há anos estavam outros titulares, nomeadamente Chefias de carreira da AP. Foram autenticamente despromovidos nas suas funções. Isto é, também terrorismo psicológico.
Mas olhe que, e acima de tudo, os HH estão a admitir pessoas em muitos casos sem perfil e sem ligação com as reais necessidades dos serviços. São as habituais clientelas.

Segundo
Dizer à Clara que não considero que tenha tido intenção de me ofender. Mas deixe-me dizer que sempre entendi que o modelo EPE não é necessariamente superior ao SA. Por isso me é de certo modo indiferente a mudança de matriz marcadamente política.
O que estive foi sempre contra os epítetos e os "mimos" dirigidos aos gestores SA's, fôssem eles de M. Delgado fôssem de comentadores deste blog ou mesmo do Senhor Ministro. E, sobretudo, tenho repulsa pelas inverdades. E houve-as, como vieram provar os vários estudos sobre os SA's.
Quanto a prazos de prestação de contas...relembro-lhe o passado. E nem sequer têm que ser definitivas. O problema é que a informação está pura e simplesmente ausente. Existe?
Resultados financeiros? Veja os meus comentários noutros "posts" e leia o JN de 12 de Março. Será a "contabilidade criativa" do JN e do B. Portugal que apura estes resultados?
Depois no que respeita a ser "preciso esperar algum tempo para ser possível apreciar os resultados" não posso estar mais de acordo consigo.
Mas, Clara, o que é verdade hoje também era no passado!
E eu próprio escrevi neste blog, concordando com o MD (às vezes até concordo com ele) que só a médio prazo se podem avaliar os resultados de medidas como as tomadas, quer por LFP quer por CC.

Terceiro
Finalmente, mas nem por isso com menos interesse, meu caro Drfeelgood:
Não tenho participado menos no blog. Aliás devo ser dos que mais vezes intervêm. Mas é verdade que às vezes não tenho paciência e como, por vezes também, os meus comentários são dissonantes de certos interesses...prefiro manter algum silêncio a ser mal interpretado.
Nnca fui muito dado a grandes teorias. Prefiro as coisas práticas da vida. A percepção real das coisas (tanto quanto possível) e os anos vividos ajudam muito.
Aliás, em matéria social (e económica), como sabemos, as projecções, sobretudo a longo prazo e na era da globalização, são quase sempre condenadas ao fracasso. Dai também a minha escassez de palavras em determinado contexto.

Um 3xabraço

10:52 da tarde  

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