sexta-feira, maio 19

CC e a esquerda reformista


CC, sempre incansável, deu mais uma extensa entrevista, desta vez à jornalista Maria Miranda, publicada na revista Prémio (18.05.06).
Sobre a política do medicamento, CC confirmou que a comparticipação acrescida dos genéricos (25%) vai baixar para 20%, a partir de Junho do corrente ano. Quanto aos regimes especiais de comparticipação estão em estudo medidas de alteração, segundo CC, visando um acesso mais equitativo ao medicamento.
Relativamente à segunda vaga das PPP, CC admite que nem todos os HH serão construídos com o mesmo regime de financiamento externo. «Se houver condições como, por exemplo, terrenos que representem o valor total suficiente para pagar o novo hospital, ou para pagar parte, será aceitável que a operação de construção seja em troca da disponibilização do terreno anterior. É uma nova forma de parceria ou, então, até pode ser feita com uma equipa pública se conseguirmos ter unhas para isso».
Sobre o "opting out", CC parece mais comedido. Questionado se não seria uma boa medida para conter os gastos, CC respondeu não ter a certeza. «Já tive mais certeza do que hoje. Temos três experiências que não foram estudadas e acontece que uma delas quer deixar de o ser.»
Quem o acusa de ser movido por um ímpeto capitalista e visão economicista da Saúde, desconhece certamente «todo o trajecto da esquerda socialista e dos governos de esquerda contemporâneos, nos últimos dez anos, desde o presidente Clinton...
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15 Comments:

Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Devo estar a ficar senil!!!???

Mas não percebo esta da comparticipação acrescida dos genéricos ser de 25%, e ir baixar para 20%...
Então a comparticipação acrescida de 10% dos genéricos não foi já retirada!!!!

Então os genéricos e os outros produtos de marca não são comparticipados tendo como base o preço de referencia do grupo homegénio????

Alguem me pode explicar!!!

12:27 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Considero a entrevista em causa como um bom momento de Correia de Campos.
Boas respostas a perguntas oportunas.
Princípios orientadores para a saúde que me parecem definidores de um rumo correcto, quer nos seus aspectos técnicos quer financeiros.
Algum exagero, é certo (ou menor precisão) na questão dos 250 mil euros pagos ao cirurgião. É que, estando a urgência em funcionamento, os mesmos valores teriam que ser pagos a alguém. É evidente que aí a questão é mais de segurança. Como pode um médico ser eficaz quando, dia-sim dia-não, faz 24 horas de urgência?
Depois um nota também por me parecer que haverá alguma contenção (propositada) na afirmação de que a iniciativa de empresarialização é (será) dos hospitais. Não me parece que assim tanha sido noutros casos de EPE's e não me parece que o papel do MS seja tão passivo nessa matéria.E bem.
Nota alta para a questão dos enfermeiros com horários acrescidos.
Faltou perguntar ao Senhor Ministro que medidas tomou (ou pensa tomar) para aumentar o número de pediatras em formação.
A concentração dos actuais, por outro lado, tem sido em grande parte determinada pela distribuição das vagas a favor das grandes unidades hospitalares.
Pena que à semelhança dos custos acrescidos dos enfermeiros não tenha sido abordado o problema dos horários médicos em regime de exclusividade e do pagamento das horas extraordinárias.
Não pode passar despercebida a referância feita pelo Senhor Ministro ao CH do Alto Minho (ver relatório e contas).

12:05 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Caro expresso,

tambem não percecebi!!!,

admito que a incapacidade intelectual seja minha pelo que irei investigar;

Pode dar um exemplo concteto!!!

7:49 da tarde  
Blogger ricardo said...

Para o E. Faustino e Guido Baldo:

Decreto-Lei n.º 270/20022 - O preço de referência de cada grupo homogéneo será majorado em 25% para os utentes abrangidos pelo regime especial de comparticipação de medicamentos até 31 de Dezembro de 2003

Decreto-Lei n.º 23/2005, de 26 de Janeiro Artigo 1.º Prorrogação
O prazo a que se refere o n.º 2 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 270/2002, de 2 de Dezembro, é prorrogado até 31 de Dezembro de 2005.
Cumprimentos

9:00 da tarde  
Blogger ricardo said...

CC efectuou nova prorrogação até 31 Dex 2006.

9:03 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Caro Ricardo,

Isso nós sabemos... os utentes aposentados, com rendimentos inferiores ao salário mínimo, tem majorada a comparticipação relativamente aos preços de referencia quer dos genéricos quer nos medicamentos de marca.

Todavia o que é afirmado na entrevista é uma coisa completamente diferente, isto é:

, "CC confirmou que a comparticipação acrescida dos genéricos (25%) vai baixar para 20%, a partir de Junho do corrente ano."

Parece que o valor absoluto da comparticipação dos genéricos irá ser inferior aos dos produtos de referencia...
ou então,
irá baixar em 5% o valor da comparticipação quer para os genéricos quer para produtos de marca para este universo de utentes,

Neste contexto o ministério poupa à custa do gasto acrescido deste grupo de utentes...

Uma medida de “ carácter social” verdadeiramente de apoio aos mais desfavorecidos!!!!

10:15 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Caro ricardo e expresso,

O exemplo que vou referir trata de forma exacta o modelo actual de comparticipações, Considerando um produto de Marca XPTO (um antibiotico) que arbitáriamente vamos atribuir um PVP de 100 € gostaria que enquadrasem as declarações do ministro e traduzissem isso em números no exemplo que apresento:

Produto Marca XPTO de Antibiotico A PVP=100 €

Produto Genérico do XPTO PVP = 75€


Preço de referencia do XPTO = 75 €

Valor da Comparticipação XPTO para utente de SNS geral 0,7*75 = 52,5€

Valor da Comparticipação do XPTO para Utente Reformado SNS especial 0,85* 75= 63,75€

Vamos supor que o médico autoriza a substituição,

Logo um utente do SNS regime geral se optar por levantar o XPTO marca paga do seu bolso 100-52,5 = 47,5€

Se o utente do SNS regime geral se optar por levantar o genérico do XPTO paga do seu bolso 75-52,5 = 22,5€

Para um reformado com rendimentos inferiores ao salário mínimo SNS regime especial,
se optar por levantar o XPTO marca paga do seu bolso 100-63,75 = 36,25€

Para um reformado com rendimentos inferiores ao salário mínimo SNS regime especial,
se optar por levantar o genérico do XPTO paga do seu bolso 75-63,75 = 11,25€

Como vem o facto de o utente poder optar ou não pelo genérico, caso o médico não o proiba explicitamemte causa poupanças significativas ao utente, contráriamente ao que aqui já foi afirmado.!!!

Cumprimentos

10:49 da tarde  
Blogger ricardo said...

De acordo, só que o problema não era este, mas sim, conforme o expresso muito bem explicou.

12:24 da manhã  
Blogger tambemquero said...

O discurso tem vindo a refinar-se.
A táctica de CC é repetir tantas vezes o discurso até que no bestunto dos cidadãos fique impressa a mensagem de que tudo é feito a pensar na salvação do sistema.

12:39 da manhã  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

3:35 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Mais uma vez ficamos esclarecidos sobre a "bondades intrisecas" das políticas de CC relativamente aos medicamentos,..

As políticas estão corretissimas nós é que não temos capacidade intelectual para as entender...!!!

3:38 da tarde  
Blogger Clara said...

Excelente entrevista.
Tínhamos professor, começamos a ter ministro.

11:16 da tarde  
Blogger ricardo said...

O que está escrito no post original é o seguinte:
comparticipação acrescida dos genéricos (25%) vai baixar para 20%.
Comparticipação acrescida.

Toda a gente já percebeu que vocês se enganaram, atrapalharam.
Acontece aos melhores.
O que não se compreende são todas essas piruetas.

E ainda por cima, nada disseram do que acharam da entrevista do senhor ministro.

12:00 da manhã  
Blogger helena said...

A melhor entrevista de sempre.
As coisas estão a correr de feição.
Venha a reforma das farmácias.

1:39 da manhã  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Comentário final,

Mantenho integralmente tudo o que disse!!!

Em relação ao comentário da Helena reformas, de funcionamento das Farmácias concordo que há um longo caminho a percorrer a nível da Farmácia Hospitalar;
Nomeadamente, implementar comissões de farmacia e terapeutica a nível de cada hospital, processos de controlo dos stocks, aquisição mais tranparente, elevar os níveis de produtividade e de satizfação dos recursos humanos... etc etc Aí penso que o Sr Ministro CC com o auxílio dos Srs Administradores hospitalares tem uma margem fantástica e substancial de conseguir melhorias significativas...

11:26 da tarde  

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