terça-feira, maio 16

Movimento de Abril

Como muito bem referiu o Eduardo Faustino, o pico registado em Março foi acidental e ai temos a despesa com medicamentos do ambulatório (não inclui a despesa hospitalar) de Jan/Abril com crescimento negativo (-1,2%) relativamente ao período homólogo 2005 link

14 Comments:

Blogger ricardo said...

Este resultado é tanto mais de enaltecer quanto é certo que em 2005 se registou uma poupança de 200 milhões de euros, relativamente à despesa anual com medicamentos, devido essencialmente às medidas implementadas pelo secretário de estado da saúde.

12:33 da manhã  
Blogger Peliteiro said...

Haverá novidades sobre a "lei das Farmácias" daqui a +/- 15 dias.

1:02 da manhã  
Blogger saudepe said...

Será que é para fazer esquecer o alarido das maternidades ?

Ou será que CC prefere voltar a falar do problema do financiamento do SNS.

1:16 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Ricardo,
Não sei se são ou não 200 milhões de euros.
Mas...tenho algumas dúvidas.
Por exemplo, dados até agora conhecidos dos HH parecem indiciar um considerável crescimento das despesas com medicamentos.
Mas, em todo o caso, quando se fala de despesas com medicamentos temos que precisar se estamos a falar de despesas do Estado/SNS ou despesas globais (Estado e utentes).
É que se pensarmos nas despesas do País, temos que pensar se o Estado gastou menos porque reduziu a sua comparticipação ou se gastou menos porque houve menos depesa (menor consumo e eventualmente menores preços).

11:22 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

O crescimento em Maio, aponta para valores entre os 9 e 11%; Concordo inteiramente com o Guidobaldo, há uma driving force no sentido ascendente no valor histórico de 8% ao ano, e que só foi controlado administrativamente, com a baixa generalizada dos preços em 6%;

Relativamente ao comentário do Ricardo, As medidas que permitiram uma poupança significativa ainda em 2005(já no tempo de CC), foram em grande parte devidas a LFP,
(mas o nosso amigo Ricardo, gosta de tecer “loas” aos seus “patronos actuais” e desancar nos farmacêuticos...!!!!)

Nomeadamente:

1-Novo modelo de receita com possibilidades do doente optar por medicamento genérico se o médico autorizasse ou não se opusesse;

2-Como a implementação dos medicamentos genéricos, nova receita e majoração de 10% na comparticipação, foi possível para as substancias activas com alternativa genérica, criar preços de referencia, o que fez com que os preços de similares e produto de referencia, caíssem em valores que nalguns casos chegaram aos 50%;

Ora sé certo que o Orçamento poupou com estas medidas umas largas dezenas de milhões de Euros, Os utentes viram a sua parte da despesa aumentar na mesma proporção, no caso de os médicos receitarem medicamentos mais caros e impedissem a substituição, ou no caso da medida de CC que retirou a majoração dos genéricos.

Em suma a única medida significativa que CC tomou no sentido de diminuir a despesa foi a descida administrativa dos preços em 6%, que vai ter efeitos sobretudo em controlar o crescimento em 2006;

Para 2007 CC provavelmente pretende controlar o crescimento com a erosão “competitiva” da margem das Farmácias, seguindo as Recomendações da AdC;

Mas As farmácias não têm qualquer participação no processo de aprovação dos preços dos medicamentos. A sua margem de distribuição está legalmente fixada e é, como se sabe, a mais baixa de todos os países da União Europeia,

Há, entretanto, um outro mistério quanto aos preços dos medicamentos em Portugal, que é o seguinte: a indústria pratica preços de venda aos hospitais, públicos ou privados, substancialmente inferiores aos preços de venda às farmácias.

Em alguns casos, os preços de venda aos hospitais são dez vezes inferiores.

Como são possíveis tais diferenças?

Como é possível que o Governo aprove o preço de um medicamento e, logo em seguida, a indústria ofereça esse mesmo medicamento aos hospitais, públicos e privados, a um preço, em alguns casos, dez vezes inferior? Ou nalguns casos tentem aliciar as Farmácias, com bonificações surrealistas para tentar aumentar a cota de mercado a qualquer preço????

Como é possível que o Governo aceite dois preços para o mesmo medicamento, um para ser praticado no âmbito do SNS, superior, e outro para ser praticado nos hospitais, inferior?


Não haverá aqui margem para tentar controlar o crescimento da despesa, adaptando-a ao crescimento da economia, sem penalizar excessivamente, a Farmácia, ou a Industria!!! ???? distribuindo os sacrifícios por todos de uma Forma justa e equitativa????

Parece que não!!!! O importante é zurzir no “Lobi”!!!!

11:24 da tarde  
Blogger ricardo said...

No total, o SNS conseguiu reduzir o défice acumulado em 8,2%, ou seja, 79,3 milhões de euros. De acordo com os dados provisórios que o Ministério da Saúde disponibilizou ao Diário Económico, o saldo negativo acumulado, que em Outubro de 2005 se previa ser de 967,5 milhões, deverá, afinal, ficar-se pelos 888,2 milhões.
Uma redução de quase 80 milhões de euros explicada essencialmente pelo controlo da despesa a partir do Verão, em particular na área do medicamento, onde a poupança passa os 200 milhões de euros.
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diario_economico/edicion_impresa/economia/pt/desarrollo/647840.html

A lista de medidas que o guido baldo refere é que permitiram obter estes excelentes resultados.
De referir que a procissão já ultrapasou os quatro primeiros meses do ano.
E como diz o pobão: candeia que vai à frente alumia duas vezes.

O tonitosa andou a reclamar insistentemente pelos resultados de 2005.
Agora que eles apareceram e são positivos anda a resmungar com não sei bem o quê !

11:35 da tarde  
Blogger ricardo said...

1. º Esquecem-se das medidas decretadas pelo Francisco Ramos de contenção das despesas.

2. - O preço dos medicamentos vendidos aos hospitais não inclui a taxa de retalhista (até há bem pouco tempo de 20%).
Naturalmente os preços HH devem ser mais baixos dos que os praticados pelas farmácias oficina.
Pensei que o professor Eduardo Faustina sabia isto.

3. - Está enganado. Quem vos deu uma desanca no outro dia foi o drfeelgood. Sem resposta.

11:45 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Ricardo;

Vamos lá ver, relativamente às medidas de contenção de despesa, a nível hospitalar, não estou por dentro, Francisco Ramos deverá ter um trabalho meritório!!!

Mas a nível da despesa em ambulatório: A poupança do Estado foi conseguida à custa do bolso do utente, será que esta poupança é extruturante???

Com efeito apesar de em 2005 o estado ter gasto menos “200 milhões de Euros” o mercado global cresceu cerca de 4,2% ; ora quem pagou esta diferença???

Se “Francisco Ramos” o “Socialista” pode poupar retirando os 10% da majoração dos genéricos, só os pode fazer porque o “Liberal” Luis Filipe Pereira, os lá tinha colocado sob a forma de majoração.

Relativamente à poupança do estado via a introdução dos preços de referência, com a actual cota de genéricos por grupo homogéneo por cada 10 milhões mensais que o Estado poupou os utentes foram obrigados a gastar mais 2 a 3 milhões mensais!!!!

O utente só passaria a poupar se a taxa de genéricos fosse significativamente superior, o que não acontece porque os médicos, proíbem explicitamente a substituição; Ora o Estado uma vez assumido o preço de referencia paga sempre o mesmo, quer o médico prescreva genérico ou não, o utente é que tem que pagar a diferença, que nalguns casos se cifra em dezenas de Euros por produto!!!

Com o novo modelo de “receita” que se anuncia é que vamos ter uma medida de “carácter social abrangente” em beneficio dos utentes e consumidores!!!

Relativamente às diferenças de preço entre mercado hospitalar eu estava a falar em diferenças de 1 para 10 quando comparadas em termos de preços de PVA

Ora as diferenças no caso da margem das farmácias são de 0,8 para 1; ordens de grandeza completamente diferentes,

Ora em meu entender o processo de formação dos preços deveria ser, em princípio, muito rigoroso.

Os preços são aprovados pelo Governo no pressuposto de que são plenamente justificados e razoáveis.

Por isso mesmo esta variação de preços praticada pela indústria farmacêutica carece de uma cuidada análise, por parte do Ministério da Saúde.

O que é que justifica a variação dos preços? A variação de preço das matérias primas? A diminuição das despesas de marketing?

Se o custo dos factores de produção não varia assim tanto, como se justifica tamanha variação dos preços? Qual será o preço Justo????

1:10 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Pois é, caro Ricardo.
Você não consegue ver a "floresta" e por isso ainda não percebeu que os meus comentários se têm limitado a factos. Leu, por acaso, os relatórios e contas dos hospitais até agora conhecidos?
Leia. Olhe que são só três.
E já agora uma precisão: eu não resmungo; sou, ou procuro ser, claro nas minhas considerações. Não falo com azedume mas também não tenho "dívidas" a pagar a ninguém. Posso, felizmente, expressar livremente as minhas ideias e não receio ser "emprateleirado" por isso.
Será também o seu caso?
Prefiro acreditar que sim.
Mas olhe que à mulher de César...

1:11 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Redução do défice acumulado?

Se em Outubro de 2005 se previa um défice acumulado de 967,5 milhões de euros e o ano fechou com 888,2 milhões, pelo menos duas situações se podem ter verificado:
1) As receitas previstas estavam subavaliadas;
2) As despesas previstas estavam sobreavaliadas;
Ou seja, não se pode falar de "redução do défice" acumulado quando o valor real se compara com uma mera previsão.
Apenas se pode afirmar, sem quaisquer dúvidas, que as previsões não se concretizaram.
Mas, se o défice ficou aquém do previsto, então o Banco de Portugal errou e o Ministério da Saúde não tinha razão (pelo menos toda a razão) nas críticas que fez ao Orçamento que herdou do anterior governo.

1:27 da manhã  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

A despesa com os medicamentos nos hospitais
cresceu 11% nos primeiros três meses do ano. O
secretário de Estado da Saúde disse, esta quartafeira,
na comissão parlamentar de Saúde, onde está
a apresentar as contas do SNS relativas ao primeiro
trimestre deste ano, que este aumento da despesa
hospitalar com medicamentos é “preocupante”.
Francisco Ramos afirmou a este propósito que esta
semana o Ministério da Saúde vai reunir-se com a
indústria farmacêutica para accionar o protocolo
que visa limitar este crescimento até 4% em 2006.
(Correio da Manhã)

2:02 da manhã  
Blogger ricardo said...

Que eu saiba os medicamentos de distribuição exclusiva hospitalar não têm PVA nem PVP .

E segundo o estudo do professor Miguel Gouveia os preços dos medicamentos hospitalares cresceram, muito acima da inflação como forma de compensar os atrasos verificados nos pagamentos.

Por conseguinte em relação a esta matéria há algo que não joga bem com os vossos argumentos.

2:06 da manhã  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Caro Ricardo,

Como sabe certamente, no mercado hospitalar existem vários tipos de produtos.

1º Os novos terapeuticamente inovadores, em situação de monopólio devido ao esforço de I&D das empresas e consequentemente sob patente.

2º - Os novos "me too" (sob patente)pertencentes a classes farmacoterapeuticas que possuem alternativa, farmacológicamente idêntica, sem patente e que não apresentam quaisquer vantagem. Estes tendem a entrar no circuito hospitalar por "portas travessas"
sem estudos fundamentados que revelem as suas vantagens sobre outros da mesma classe mais antigos, sem patente e provavelmente mais seguros,
(muitos exemplos nas áreas dos Antibióticos);

3º Medicamentes já sem patente e cujo uso se encontra devidamente fundamentado por estudos clínicos e farmacológicos,

Ora como é evidente é neste ultimo grupo é que se encontram as tais variações de preço que mencionei!!!


Por sua vez o aumento da despesa do mercado hospitalar ocorre sobretudo devido aos produtos dos 2 primeiros grupos e se bem que seja aceitável no primeiro grupo, no caso dos grupo intermédio muita poupança poderia ser feita, se houvesse competência técnica e vontade política... O Guidobaldo nos seus comentários já tem apresentado alguns exemplos...

7:44 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Sobre a despesa anual com medicamentos vale a pena olhar para o que tem sido o seu comportamento ao longo do ano, desde 1997.
Estamos perante um gráfico bem elucidativo das oscilações mensais que ocorrem, sistematicamente, na despesa do SNS com medicamentos em ambulatório.

10:53 da tarde  

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