Costuma fazer o controlo da pressão arterial ?

Olhe que o controlo da pressão arterial é muito importante para a prevenção das doenças cardíacas.

A maioria dos médicos considera que 120/80 mmHg é a pressão arterial média normal para adultos. Os indivíduos que apresentam leituras de pressão arterial de 140/90 mmHg e superior pertencem ao grupo dos hipertensos.

Até aqui as coisas parecem claras.
Uma “guide line” do National Institutes of Health (2003) identifica uma terceira categoria, o grupo dos pré-hipertensos, formada pelos indivíduos que apresentam leituras de 120/80 a 139/89 mmHg. Este grupo não tem actualmente indicação para tratamento com medicamentos (apenas alteração de estilo de vida: alimentação, exercício físico) link

Estava-se mesmo a ver. Há sempre alguém apostado em complicar-nos a vida ...
Mais recentemente, estalou uma controvérsia nos EUA após um painel de cardiologistas ter proposto a criação de uma nova categoria, denominada 1.ª fase da doença, para os indivíduos pré-hipertensos que apresentem outros factores de risco (diabetes, obesidade) para os quais a recomendação dos especialistas não prevê qualquer tratamento específico com medicamentos, podendo, no entanto, constituir o primeiro passo que conduzirá os médicos à prescrição de medicamentos.
Nos EUA existem cerca 65 milhões de hipertensos que gastam cerca de 17 mil milhões de dólares em medicamentos por ano. Outros 59 milhões de americanos fazem parte do grupo de pré-hipertensos. A nova definição proposta poderá fazer com que muitos dos doentes do grupo de pré-hipertensos passem a fazer parte do grupo denominado de primeira fase da doença e, posteriormente, objecto de prescrição de tratamentos específicos destinados a travar o avanço da doença, expandindo, assim, drasticamente o mercado do medicamento.
Afinal, mais um caso exemplar de política agressiva da Indústria Farmacêutica destina à conquista de novas faixas de mercado.

Todos os cidadãos (com rendimento mínimo que seja) são potenciais clientes da Indústria, no cumprimento estrito do princípio de que, quando não se morre da doença, morre-se da cura.