terça-feira, maio 23

Não havia necessidade

Continua convencido dos benefícios da empresarialização?
Ah, sim! Tanto assim é que fomos para a empresarialização dos dois maiores hospitais que é um passo muito arriscado. Estamos a arriscar muito com Bruxelas e o Eurostat porque gastámos quase 300 milhões de euros de capital com as últimas empresarializações que fizemos no final do ano passado. Verba que, em termos de défice, é 0,2%.
Imaginemos que os hospitais tenham sido mal administrados. Se Bruxelas, em Setembro, chegar à conclusão que esta experiência foi uma experiência fictícia, que aquele capital foi ‘comido’ pelas despesas e que não houve nenhuma vantagem na empresarialização significa que vão atribuir estes 0,2% ao nosso défice de 6%. Seria perfeitamente desastroso para o País.
entrevista de Maria Miranda à Prémio link
Esta resposta de CC faz a contracapa do DE de hoje (n.º 3891, 23.05.06).
Os maus resultados da experiência EPE dos HH de São João e Santa Maria podem levar Portugal a furar o défice orçamental para 2005 (6% do PIB).
O porta voz de CC explicou ao DE que este é um discurso realista que reconhece que o Eurostat fará um juízo soberano sobre o uso dos dinheiros públicos e que a divulgação das contas é um aviso à navegação que serve para pressionar as administrações hospitalares.
CC, sempre no fio da navalha. Mais uma vez, não havia necessidade.

10 Comments:

Blogger Francisca said...

"Palavras p'ra quê? É um artista português..." (e não me lembro do resto).
Não havia mesmo necessidade, mas o joãopedro tem razão e acabou o resto do post:))

2:01 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Apenas uma pergunta:
Os HH EPE's constituiram-se, efectivamente em 31 de Dezembro de 2005. Logo, por um dia, os capitais dos novos HH são inscritos no OE de 2005.
Mas já se fala em maus resultados do H.S. João e do H. Santa Maria!
Ou é apenas colocada a hipótese de "virem" a ter maus resultados em 2006?
Em Setembro a UE (eu acho que a Capital da Bélgica não tem nada a ver com isto!...) e o Eurostat vão analisar que contas? Não são as de 2005? Como entram aqui (2005) os dois novos HH EPE
Certamente não estou a ver bem o problema.

11:11 da manhã  
Blogger ricardo said...

Os resultados de 2005 foram o que foram.
CC está a referir-seao exercício de 2006, certamente.
Os financiamentos nestes dois hospitais estão a ser feitas com verbas consignadas no OR de 2006.

7:48 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Eu acho que o jornalista da DE incorreu num erro .
CC na referida entrevista refere-se a uma eventual derrapagem no ano de 2006 caso a gestão dos HH de Santa Maria e São João não cumpram os objectivos.

8:03 da tarde  
Blogger saudepe said...

A eventualidade deste risco já era conhecida.

O facto novo é a pressão pública feita por CC aos CAs dos hospitais de São João e Santa Maria, com o papão da Comissão Europeia e a derrapagem orçamental.

Daqui por diante nenhum profissional daqueles hospitais ousará chegar atrasado ao trabalho, nem um minuto que seja, com medo de ser acusado de agente provocador da derrapagem.

Em derrapagem, em side, andamos todos nós. Até à derrapagem final.

10:19 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Sinceramente desconhecia q existência de OR (Orçamento Rectificativo) para 2006!
Até tenho ideia de que foi aprovado apenas o OE, que foi apresentado como um Orçamento de (da?) verdade, isto é, realista.
Sou levado a concordar com o tambemquero.

11:41 da tarde  
Blogger Xico do Canto said...

CC não tem que se preocupar com o HSM. Será que não acredita no ojectivo anunciado no portal hospitaisepe.pt de poupar 60 milhões? Pelo que tenho sabido do que se passa no HSM há mesmo razoões para se preocupar um pouquito mais. Mas o futuro nos dirá.

11:36 da manhã  
Blogger MBA said...

Caro Tambemquero:

Não há erro do jornalista (por acaso, eu) neste caso. O que o ministro diz na entrevista é que se o Eurostat concluir, em Setembro, que os 300 milhões de euros entregues em capital social a alguns hospitais não forem usados correctamente, pode reavaliar o processo de empresarialização dessas unidades de saúde (nomeadamente, Santa Maria, São João, Setúbal e Serpa, salvo erro - cito de memória).

Como a dotação de capital foi feita no final de 2005, afecta as contas de 2006, e a promessa de chegar a 6% de défice no final deste ano.

Quanto à questão do Rectificativo, ele não existe formalmente. O que existe é um Orçamento do Estado que já incorpora, na prática, um Rectificativo semelhante ao do princípio do ano passado.

12:49 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

10:46 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Agradeço o esclarecimento do MB mas ... ou existe Orçamento Rectificativo ou não existe.
E (parece que) não existe. O que exite, então, é um Orçamento de Estado que terá como referência o Orçamento final (OR) do ano anterior.
Ou seja, continuamos a ter um OE elaborado com base no "Histórico".

10:46 PM

10:48 da tarde  

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