sábado, maio 20

Gestão dos HH do SNS


Então como se justifica esta diferença entre hospitais SPA e EPE’s?
É uma questão de política de gestão interna. Não me meto na gestão interna. Há alguns hospitais que não estão a cumprir a contratualização.
O que vai acontecer a esses hospitais?
Vamos a ver. É uma boa questão.
Não tenciona tomar uma medida para castigar essas unidades?
Isso não vai com castigos. Tem de haver diferenciação de tratamento e medidas drásticas.
entrevista de Maria Miranda
A gestão dos HH do SNS será, eventualmente, o sector onde as coisas estão a correr pior.
A transição relativamente à gestão anterior arrastou-se injustificadamente. Seguiu-se, como sempre acontece, o conturbado processo de nomeação de novos gestores.
O comando da gestão dos HH, conseguido por LFP, parece estar a diluir-se de novo. Segundo a Alensul, os gestores nomeados por CC «Praticam uma política local que nem sempre corresponde à política de saúde de CC, pelo que não vestem a "verdadeira camisola", mas a dos seus objectivos pessoais.»
Os resultados referentes ao primeiro trimestre do corrente também não são famosos, como já fizémos referência: subida da despesa com consumos, pessoal e fornecimentos de serviços externos (FSE). Os gastos hospitalares com medicamentos subiram 11%, relativamente ao período homólogo do ano anterior.
Na última reunião da comissão parlamentar de Saúde, FR admitiu que a subida das despesas dos hospitais com medicamentos é “preocupante”, mas mostrou-se confiante: “Os objectivos não estão garantidos, mas não abdicamos deles".
Ficamos a aguardar as medidas drásticas de CC.

9 Comments:

Blogger tonitosa said...

Abordei anteriormente alguns aspectos dos Relatórios e Contas e em particular do CHAM e do HPA-VS.
Volto hoje ao assunto, aproveitando a "deixa" deste post.
Há cerca de um ano eram já conhecidas as contas da generalidade dos HH SA's e havia mesmo alguns em que as Assembleias Gerais tinham já reunido para apreciação e votação dos respectivos Relatórios e Contas.
Hoje, 21 de Maio de 2006, são apenas conhecidas (ou foram divulgadas) as contas de apenas três desses mesmos hospitais.
E os resultados conhecidos não são defacto famosos.
Vejamos alguns dados relativos ao Hospital de Santa Maria Maior de Barcelos:
Verificou-se em 2005 uma quebra no número de doentes saídos (-9,76%) mas um aumento de número de dias de internamento (+2,88%) com a demora média a aumentar, também (+13,92%).
As primeiras consultas baixaram (-5,36%) e as subsequentes aumentaram (9,89%).
Aumentou (+156,37%) o número de sessões de hospital de dia e o número de doentes tratados (37,76%), parecendo estar-se perante tratamentos significativamente mais prolongados. Com que resultados para os doentes?
Diminuiu a urgência geral (-1,22%) tendo aumentado a pediátrica e a obstétrica (+18,11% e +25,5%).
Aumentou a cirurugia urgente (+27,42%) ao mesmo tempo que baixou a programada (-4,52%) e o PECLEC (-70,20%).
Refira-se que a taxa de ocupação (internamento) tendo aumentado 1,83%, continuou anormalmente baixa (62,83%).
Em síntese, parece que os dados da produção não evoluiram, em geral, de forma positiva.
Paralelamente, os indicadores financeiros apontam para maus resultados de gestão.
Regista-se uma acentuada quebra na Solvabilidade e na Liquidez Geral (-28,13% e -15,67%).
Houve uma redução doa fluxos financeiros originados em Prestação de Serviços. Os Resultados Operacionais que passaram de 1,075 milhões de euros negativos em 2004 para 3,063 milhões negativos em 2005, foram o principal contributo para o resultado do exercício que se fixou no prejuízo de 2,439 milhões de euros, contrastando com o resultado de 2004 que foi positivo em 33 020 euros.
O Hospital manteve ao longo do ano depósitos a prazo na ordem dos quatro milhões de euros e encerrou o exercício com uma dívida a fornecedores de montante um pouco suoperior a quatro milhões e cem mil euros.
Constatando-se um prazo de pagamento a fornecedores da ordem dos 168 dias parece poder concluir-se que apesar da redução do prazo médio dos pagamentos (23,6%)poder-se-ía ter ido mais longe apostando na redução dos preços de aquisição (aspecto recentemente referido pelo Senhor Ministro da Saúde a propósito dos custos hospitalares).
O Relatório dá conta de uma redução de Recursos Humanos em particular na prestação de serviços de médicos especialistas em SU.
Embora não esteja especificada a origem, observa-se, entretanto um agravamento dos custos em FSE superior a 20%.
As matérias de consumos apresentam, um acréscimo superior a 30% relativamente a 2004.
A análise das Contas permite ainda concluir que as Remunerações dos Órgão Directivos são superiores em cercade 16% às registadas em 2004.
Estes dados deixam à evidência um evolução desfavorável na situação económico-financeira do Hospital de Santa Maria Maior quando se toma por comparação o ocorrido em 2004.
Os custos com o consumo de medicamentos, como refere a Presidente do CA tiveram um aumento exponencial.
Parece que este aumento é tanto mais estranho quanto é certo que a actividade de um modo geral baixou, com se pode concluir pelos proveitos originados na Prestação de Serviços.

Perante a situação ocorre perguntar: que medidas drásticas poderão inverter esta situação?
Será que os gestores se sentem desmotivados, apesar do aumento dos custos com as remunerações dos Órgão Directivos?
Que expicações concretas terá o CA para a "degradação" constatada?
Referir o interregno na nomeação dos Órgãos Sociais parece-me muito pouco, mesmo demasiado pouco!

PS: Verificamos que este hospital reduziu drasticamente o número de cirurgias em PECLEC. A comunicação Social fez ha dias uma curta referência às "famosíssimas" listas de espera cirúrgicas, mas pouco se conhece sobre o assunto.

2:41 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Não tenho ideia de tanta "Hipocrisia" ter vindo a este blog. Deve haver aqui alguma dissimulação!
Mas eu não avaliei (nem me cabe fazê-lo) as capacidades e qualidade dos gestores. Estão em causa apenas e só os resultados apresentados e esses constam do Relatório e Contas.
A nova equipa do Ministério da Saúde, que eu saiba, entrou em funções ainda no primeiro trimestre de 2005 e por isso, como aliás disse o Senhor Ministro da Saúde (se a memória me não atriçoa) é "ele" o primeiro responsável pelo que se passou ou há-de passar na gestão dos HH.
O resto é na verdade hipocrisia e nesta matéria que cada um "tome" a que quer.
Bom Domingo.

11:26 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Factos, são factos!
No "tableau de bord" de Junho de 2005 (parece ter sido abandonado este instrumento de análise) o Hospital de Barcelos surgiu como o 2º melhor em termos de indicador geral de eficiência.
A aceitarmos como bom(?) aquele indicador, há algo que carece de explicação.
Na verdade, como costuma dizer-se, "não bate a bota com a perdigota".

PS: Nos relatórios de 2003, 2004 e 2005 as mensagens do Presidente são assinadas pela mesma pessoa.
Quando mudou o CA? Eu não sei, mas a situação é no mínimo estranha!

12:52 da tarde  
Blogger HMR said...

Bom dia Xavier,dois toques já chegam!Costumo ouvir à primeira,mas não gosto de protagonismos;"as coisas certas no momento certo", é como tento actuar, embora nem sempre consiga,porque é difícil.O PROTAGONISMO é para o Sr. Ministro como diz a Maria.Só espero que o nosso Blog o ajude, porque pela análise que o Tonitosa faz às Contas dos HH que já são conhecidas a coisa está "preta"!Eu não tive ainda oportunidade de as analisar, mas vou fazê-lo!Limito-me ainda afazer algumas observações de cariz sociológico e a análise de alguns factos concretos que vou conheceendo,suficientes contudo para formular alguns juízos objectivos, como aquele que o Xavier resolveu destacar no seu texto.Parabéns ao Semisericórdia pelo trabalho que aqui tem desenvolvido.Deve ser um daqueles Administradores a tomar como referência,ou um daqueles médicos com quem é um prazer trabalhar em gestão hospitalar.Bom, pelo menos grande profissional e um grande MESTRE é com certeza.Concordo com aproposta da Maria sobre os cuidados continuados,há que analisar estas matérias.Mas li a entrevista de CC na revista Prémio (à excepção da indefenição quanto ás possíveis gestões danosas ou menos boas de alguns HH, foi boa !) e de imediato me surgiram algimas ideias e questões a colocar no que respeita às UNIDADES LOCAIS DE SAÚDE que referiu para o Alentejo.Como no blog não tem sido abordadas as vantagens e desvantagens desta integração vertical de CSP e HH bem como as possibilidades e factores criticos do seu sucesso(excepção para um excelente post do Xavier há algum tempo atras)poderiamos também tocar aqui esta matéria. Até breve, um beijo ao Xavier.

1:56 da tarde  
Blogger HMR said...

Bom dia Xavier,dois toques já chegam!Costumo ouvir à primeira,mas não gosto de protagonismos;"as coisas certas no momento certo", é como tento actuar, embora nem sempre consiga,porque é difícil.O PROTAGONISMO é para o Sr. Ministro como diz a Maria.Só espero que o nosso Blog o ajude, porque pela análise que o Tonitosa faz às Contas dos HH que já são conhecidas a coisa está "preta"!Eu não tive ainda oportunidade de as analisar, mas vou fazê-lo!Limito-me ainda afazer algumas observações de cariz sociológico e a análise de alguns factos concretos que vou conheceendo,suficientes contudo para formular alguns juízos objectivos, como aquele que o Xavier resolveu destacar no seu texto.Parabéns ao Semisericórdia pelo trabalho que aqui tem desenvolvido.Deve ser um daqueles Administradores a tomar como referência,ou um daqueles médicos com quem é um prazer trabalhar em gestão hospitalar.Bom, pelo menos grande profissional e um grande MESTRE é com certeza.Concordo com aproposta da Maria sobre os cuidados continuados,há que analisar estas matérias.Mas li a entrevista de CC na revista Prémio (à excepção da indefenição quanto ás possíveis gestões danosas ou menos boas de alguns HH, foi boa !) e de imediato me surgiram algimas ideias e questões a colocar no que respeita às UNIDADES LOCAIS DE SAÚDE que referiu para o Alentejo.Como no blog não tem sido abordadas as vantagens e desvantagens desta integração vertical de CSP e HH bem como as possibilidades e factores criticos do seu sucesso(excepção para um excelente post do Xavier há algum tempo atras)poderiamos também tocar aqui esta matéria. Até breve, um beijo ao Xavier.

2:05 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

12:55 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

1:12 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Ao drfeelgood,
Até poderima estar lá os relatórios dos trinta e um hospitais. Aceito a sua desculpa não a mim mas a todos os "leitores". Permita-me dizer-lhe que, de qualquer modo, ter partido do princípio de que eu não tinha dito a verdade, não me parece muito correcto.
Corrigu a tempo, é certo!
Mas caro drfeelgood ainda assim...

1:14 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Ah, peço desculpa pela interrupção, Caro drfeelgood...mas procuro ser rigoroso e parei para voltar ao site dos HH EPE's mais concretamente em
http://www.hospitaisepe.min-saude.pt/Informacao_Gestao/Relatorios_Contas/relatorios_2005.
Posso assim dizer-lhe, com toda a certeza, que que o seu comentário continua a conter um lapso. Na verdade o relatório do H.G de Sto. António não está disponível e não tem seguimento (abertura) o ficheiro PDF do H. Distrital da Figueira da Foz.
Mas nem sequer é isso que é importante. O que até ao momento fiz, foi uma breve análise aos relatórios e contas disponíveis do CHAM, do HPA-VS e do HSMM.
Mas meu caro amigo se pensarmos que as maiores empresas do país já realizaram as respectivas Assembleias Gerais de apresentação e aprovação de contas...temos que concluir que algo está mal nos nossos HH, sob este ponto de vista.
E às vezes as razões até são exeriores à própria empresa (hospital)!

Um abraço.

1:21 da manhã  

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