Ideias feitas sobre a Interioridade
O Ministro da Saúde, Correia de Campos, publicou (13.04.06) no Jornal de Notícias um artigo de opinião sob o título “Ideias feitas sobre a interioridade”.
Serve a prosa para tentar provar que, em relação a três situações, o interior está beneficiado em relação ao litoral: relação médico de família/população; frequência dos SAP e consultas no período nocturno.
Conclui o ministro: “Poderá este modelo continuar? Será ele sustentável? Será ele justo, equitativo, na comparação com o país todo?”
Pois bem, senhor ministro. O modelo não é justo.
Não se entende se esta prosa, na sequência de outras, indicia uma cruzada contra o Interior. Não se entende porque razão se agitam friamente números para justificar o injustificável. É, ou não, verdade que a desertificação do Interior só pode ser travada com políticas positivas e dinamizadoras de fixação de população? É que se agitamos números à luz da economia, da poupança, das estatísticas, existirão outras áreas em que rapidamente se conclui que não vale a pena!
A política de saúde para o Interior do País tem que ter em conta as características especificas da região. E essa é uma opção política que não pode ser disfarçada com a exibição de números.
Ora, o senhor ministro, ao invés de tentar provar que o Interior é beneficiado, deve afirmar claramente qual a sua política para o Interior. E actuar, sobretudo actuar, coisa que até agora, no que à Beira Interior diz respeito, não fez. Nada.
Onde está o Centro Hospitalar da Beira Interior (hospitais de Castelo Branco, Covilhã, Fundão e Guarda), anunciado há mais de um ano?
Porque não decidiu a questão dos blocos de partos e “passou” a decisão para o CHBI que não criou?
De facto, se existem “ideias feitas sobre a interioridade”, o senhor ministro venha até cá explicar, a quem aqui vive, quais são. E nós responderemos.
Já agora, senhor ministro, porque razão a Beira Interior nunca fez parte do seu roteiro de visitas?
Serve a prosa para tentar provar que, em relação a três situações, o interior está beneficiado em relação ao litoral: relação médico de família/população; frequência dos SAP e consultas no período nocturno.
Conclui o ministro: “Poderá este modelo continuar? Será ele sustentável? Será ele justo, equitativo, na comparação com o país todo?”
Pois bem, senhor ministro. O modelo não é justo.
Não se entende se esta prosa, na sequência de outras, indicia uma cruzada contra o Interior. Não se entende porque razão se agitam friamente números para justificar o injustificável. É, ou não, verdade que a desertificação do Interior só pode ser travada com políticas positivas e dinamizadoras de fixação de população? É que se agitamos números à luz da economia, da poupança, das estatísticas, existirão outras áreas em que rapidamente se conclui que não vale a pena!
A política de saúde para o Interior do País tem que ter em conta as características especificas da região. E essa é uma opção política que não pode ser disfarçada com a exibição de números.
Ora, o senhor ministro, ao invés de tentar provar que o Interior é beneficiado, deve afirmar claramente qual a sua política para o Interior. E actuar, sobretudo actuar, coisa que até agora, no que à Beira Interior diz respeito, não fez. Nada.
Onde está o Centro Hospitalar da Beira Interior (hospitais de Castelo Branco, Covilhã, Fundão e Guarda), anunciado há mais de um ano?
Porque não decidiu a questão dos blocos de partos e “passou” a decisão para o CHBI que não criou?
De facto, se existem “ideias feitas sobre a interioridade”, o senhor ministro venha até cá explicar, a quem aqui vive, quais são. E nós responderemos.
Já agora, senhor ministro, porque razão a Beira Interior nunca fez parte do seu roteiro de visitas?
Saude na Beira Interior
4 Comments:
São as ideias feitas de CC.
À CC.
Nos últimos tempos o Sr. Ministro da Saúde tem insistido na ideia que a cobertura assistencial no Interior do País, está assegurada.
Trata-se, como é fácil de entender, de uma análise sectorial, bastante restritiva, baseada no ratio de médico/ habitante.
Não vamos entrar nos movimentos migratórios internos, das freguesias para os cocelhos, dos concelhos para a cidades polarizadoras regionais e finalmente destas para os grandes centros urbanos que estão identificados e estudados, e identificam uma progressiva desertificção do Interior.
O MS ao transmitir imagens distorcidas que ofendem a população "resistente" no interior ao processo de desertificação, deveria, antes de prosseguir com a sua concepções sobre demografia médica, no abstracto, observar um indicador do nível de
atendimento dos serviços de saúde -a mortalidade infantil.
Sendo a média nacional, em 2001, de 4.8%, verificará haver um desvio padrão nos concelhos do interior para 6.8% ( in LITORAL/INTERIOR: CLIVAGEM COM SENTIDO?
VARIAÇÕES POPULACIONAIS INTER-CENSITÁRIAS NAS ÚLTIMAS DUAS
DÉCADAS
Estela Alegria, CCDRN1)
Esta variação não lhe diz nada ao responsável pela pasta da Saúde ou só o "preocupa" a média dos valores pagos por mês a clínicos gerais ?
Peço desculpa pelas numerosas gralhas ortográficas do meu comentário que, em meu entender, não adulteram, na essência, o seu sentido.
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