sexta-feira, julho 27

No condom, no way


Alguma sorte e muito azar link
A loira que me povoa todos os sonhos, convidou-me para tomar café.
A meio da conversa, pediu-me para lhe dar um conselho sobre umas obras que pretendia fazer em casa. Após as primeiras avaliações, corria tudo de feição. Foi então que o azar aconteceu: No condom, no way, she said.

9 Comments:

Blogger Joaopedro said...

Lá se foi a loira. Com a agenda que ela deve ter.

Prevenir é precisso.

Entre nós as campanhas padecem de grande intermitência.
Portugal como é sabido é dos países europeus com maior incidência de Hiv/Sida.

Um dos factores que contribuiu decisivamente para esta situação foi ter posto, há uns anos atrás, à frente do Observatório Europeu da droga e toxicodependência um padre que era contra o preservativo.

Este país católico à beira mar plantado.

10:56 da manhã  
Blogger naoseiquenome usar said...

Parece-me que em vez de lamentar o "azar", deveria agradecer à loira por se preocupar com ambos. Ou então perceber de uma vez por todas, que, afinal, o que teve, foi uma grande sorte.

(Sem tempo, repesco e respigo algumas considerações que já fiz sobre o assunto)

Felizmente que os fármacos são cada vez mais eficazes. No entanto em África continua a proliferar massivamente e até se cometem bárbaros crimes, baseados em crendices, como seja a de que ter relações sexuais com virgens cura a doença e daí ao horrendo da violação e morte de crianças de tenra idade e mesmo bebés, vai um passo que já se deu e é mais um "fenómeno" sociológico.

Felizmente também que a sociedade começa a aceitar melhor os doentes e a "integrá-los".
Mas isto ainda não é tão verdade assim. A discriminação é muitíssimo elevada, na sociedade em geral, na vida profissional e até no seio das próprias famílias.
Daí que não se possa dizer sem mais (: "É natural que algumas associações comecem a não ter doentes para apoiar, pois estes já podem fazer a sua vida integrados na sociedade".É certo que tendencialmente é assim e é desejável que assim seja. Mas o objectivo está ainda longe de ser alcançado.

Contudo, por outro lado, ou a na outra face deste mesmo lado, está em questão a qualidade de vida destes doentes.
A propósito referem in "Desenvolvimento dos Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida
na Infecção VIH da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-HIV;
WHOQOL-HIV-BREF) - tradução para Português de Portugal -:"Apresentação de um projecto" Maria Cristina CANAVARRO, Mário SIMÕES, Marco PEREIRA & Ana Luísa PINTASSILGO - finais de 2005:

"O interesse e aplicabilidade da expressão QDV na área da saúde decorre sobretudo da definição de Saúde assumida pela Constituição da Organização Mundial de Saúde - OMS (1948) como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente como a ausência de doença. Esta definição implica que as iniciativas de promoção de saúde não sejam apenas dirigidas ao controlo de sintomas, diminuição da mortalidade ou aumento da expectativa de vida mas valorizando igualmente aspectos
como o bem-estar e a qualidade de vida. Na sequência, na literatura clínica termos como “estado de saúde”, “impacto da doença”, “invalidação da doença” surgem associados, de forma directa ou inversa, à qualidade de vida, contribuindo para a confusão conceptual.(...) Com a terapêutica anti-retrovírica (TAR) assistimos a uma redução significativa da
mortalidade e da incidência das principais infecções oportunistas. A TAR veio, neste sentido, introduzir importantes alterações à história natural da infecção pelo VIH,
constituindo uma intervenção eficaz na melhoria da sobrevida e da qualidade de vida dos doentes infectados. De acordo com Schumaker, Ellis e Naughton (1997), num
relativamente curto espaço de tempo, a inexistência de terapêuticas para a infecção VIH, foi claramente superada pelo aparecimento de um vasto conjunto de tratamentos, cujos
efeitos colaterais benéficos ou adversos, podem directa ou indirectamente influenciar a
qualidade de vida. No entanto, apesar dos avanços nas terapêuticas, a infecção pelo VIH continua a caracterizar-se pela presença de múltiplas manifestações, a maioria das quais fortemente comprometedoras da qualidade de vida dos doentes infectados (Remple, Hilton, Ratner & Burdge, 2004).
Os dados empíricos não são muito consensuais no que respeita à qualidade de vida na infecção pelo VIH. Com efeito, duas questões parecem centrais neste contexto,
nomeadamente: será a presença de infecção pelo VIH condição suficiente para diminuir a
qualidade de vida?; ou será necessária a presença de um conjunto de manifestações clínicas/disfunção imunológica, para que a qualidade de vida seja afectada? (...)Deixou de ser considerada exclusivamente um problema de índole médica, na
medida em que de igual forma ataca as resistências do corpo humano e as do corpo social (Ferreira, 1999), originado uma grande estigmatização social e medo (Carvalho,1996) e prenunciando para estádios avançados consequências médicas e sociais
devastadoras. A infecção pelo VIH afigura-se, neste sentido, como uma experiência com um profundo impacto, não apenas por se tratar de uma doença de carácter crónico
fortemente ameaçadora da qualidade de vida do indivíduo, mas igualmente pela sua evidente natureza fatal. A este aspecto não é alheio o impacto psicossocial, frequentemente discriminativo e responsabilizante, e o entrecruzamento das variáveis
médicas, psicológicas e sociais, essenciais na avaliação da qualidade de vida.
Os condicionalismos impostos pela infecção pelo VIH podem interferir nas diversas áreas da vida dos indivíduos – psicológica, familiar e social – concretamente, na forma
como estes se vêm a si próprios (auto-conceito, auto-estima), o seu futuro (incerteza, sentimentos de desespero e desamparo) e na forma como são vistos pelos outros
(estigmatização social/inclusão social).
Neste sentido, a avaliação da QDV com um instrumento conceptualmente
fundamentado permite um afastamento de uma avaliação deste conceito baseada em critérios exclusivamente associados às componentes clínicas da infecção VIH, e valorizando igualmente as dimensões psicossociais, marcadamente centrais na vida dos doentes infectados".
***
Por outro lado, a prazo em Portugal, os indicadores podem impiedosamente ser revertidos várias ordens de factores comportamentais "novos":
a) a população que até agora se encontrava predominantemente infectada em Portugal, e que ou está em tratamento ou teve morte, tem-se situado na faixa etária dos 30/45.
b) Esta faixa etária "consciencializou-se".
c) A educação sexual porém, não tem surtido efeitos práticos eficazes, não chegando, por mais campanhas que se façam, a informação a ser assimilada pelos mais jovens (até aos 20 anos ou mais)que acham que o preservativo é uma "seca" e se eu ando com aquela/aquele “e só” “não há problema nenhum”. Pois. Até um dia... em que aquele/aquela "só", estará "só" com outro aquela/aquele.
d) Os mais velhos (55/60 anos em diante), por mais que se lhes diga que é necessário tomar cuidados, respondem que "uma coisa que é tão boa não pode fazer mal".
e) Assim, vimos assistindo ao fenómeno de ver que cada vez mais, a população infectada ou é jovem ou é idosa.

Seria fantástico encarar a Síndrome de Imunodeficiência Humana (SIDA, a forma mais grave de infecção
pelo HIV, uma doença "normal", pese embora a perversão da lógica do raciocínio, pois o que seria mesmo fantástico seria eliminar esta e todas as doenças.
Mas ainda não...

Falta educação sexual e para a cidadania.
Verdade que as perspectivas apontam para uma diminuição de casos(7/100.000.
Verdade que os casos estão a aumentar em África descontroladamente e em Portugal entre os jovens e idosos.
Verdade que se quer pôr esta gente a ser tratada nas Farmácias, pois pois. Lá está a "normalidade" da doença.

O marketing está aí. Mas não chega às pessoas. Porcaria de portugueses? Também não sei. Sei que é assim.
(Testemunhos:)
“E não se devia confundir SIDA com infecção pelo VIH... A SIDA continua a matar da mesma maneira, a sua aparição é que é retardada e melhor controlada pela medicação... Assim sendo o ênfase devia ir para a melhor prevenção da doença e para o diagnóstico precoce. Tantas vezes se descobre que uma simples pneumonia num velhinho é afinal uma infecção pelo VIH”
“Tenho de manifestar a minha indignação, a inactividade política perante esta doença é escandalosa, deparei-me com falta de informação sobre a realidade dos doentes seropositivos, eu sou psicóloga clínica e lido diariamente com este contexto. Os interesses parecem ser apenas epidemiológicos e de quantificação. Então e a prevenção de novos casos e os doentes que temos, não podemos trabalhar com a realidade da infecção??? As dificuldades são muitas, os cortes orçamentais ou gestão económica é estranha, não aceito não existir apoio psicológico para estes doentes, desde ajudar a aderir ao processo de tratamento, aumentar sentimentos de eficácia e auto-estima, melhorar a qualidade de vida. Mas parece que isso não é sequer perceptível, não "percebem a proposta" (..)"

4:57 da tarde  
Blogger tambemquero said...

O que parece é que há loiras que dão azar.

8:28 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

Tambémquero:
Se as loiras conscientes e avisadas, dão azar, que dizer, dos(as) loiros (as), morenos(as, ruivos(as), grisalhos(as) e outros(as) que já não sabem a côr, quando agem por impulso, sem consciência crítica em relação a si próprio, ao outro ou ao mundo?
Uma catástrofe?
Pois... os resultados estão à vista, infelizmente.

8:41 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

Não "abandonarei" esta temática, sem antes deixar uma sugestão:

- Existe uma alternativa ao preservativo. Consiste numa receita feita de lealdade, confiança e exames médicos regulares.
Assim:
Para principiantes: abstinência total durante 6 meses, período após o qual se fará o teste.
Caso dê negativo: Na condição de o parceiro o ter efectuado também: voltar a repetir de 6 em seis meses (tempo de janela).
Caso o parceiro o não tenha feito: esperar que o faça e o repita dentro de 6 meses. Entretanto usar preservativo.
Isto exige uma relação monogâmica.
Caso tal não aconteça: Ser transparente e contar a todos os pareceiros. Caso acei8tem,. muito bem, caso não aceitem, há que encontrar quem aceite, (se esse fôr o modo de vida).
Em todos os casos, todos têm que repetir os testes de 6 em 6 meses e mostrá-los.

Não dói, é eficiente e quando não de borla, quase.
Grau de dificuldade: Vencer as atitudes viciadas.

10:50 da tarde  
Blogger tambemquero said...

NSQNU, do que está à espera para oferecer a sua colaboração como educadora das massas ao nosso ministro da saúde?

1:52 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

A NSQNU é loira?

2:27 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

Caro Tambémquero: não ofereço a minha colaboração ao Ministro da Tutela ou a qualquer Governo que seja, este hoje, ou outro amanhã, tal como ontem, porque, o meu dever é para com o cidadão.
Caro JoãoPedro: posso dizer-lhe que conservo intacta a cor original, pese embora,ultimamente, teimem em aparecer umas brancas, que, de todo, serão disfarçadas.

10:43 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

Derradeira opção:
abstinência total com parceiros.
Ao que se sabe, a masturbação não constitui perigo.

11:00 da tarde  

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