São mais a luzes...
Este ano CC e FR não se indignaram com o relatório do OPSS link
Desta vez, a apresentação do Relatório de Primavera 2007 decorreu muito longe da polémica de anos anteriores. A vedeta da sessão de apresentação acabou por ser a secretária de estado adjunta da saúde, Cármen Pignatelli, com o seu pensamento profundo sobre liberdade de expressão e a indicação "precisa" dos “locais apropriados” para os portugueses exercerem o seu direito de critica ao XVII Governo constitucional.link
Da leitura da introdução da autoria do coordenador do estudo, Pedro Lopes Ferreira , fica-nos, desde logo, a impressão que, desta vez, são mais as luzes que as sombras.
Pese embora alguma descoordenação na gestão das várias áreas, o problema fundamental detectado pelo OPSS ao exercício da Governação da Saúde, PS 2006, nomeadamente na implementação das medidas de reforma necessárias do sector, tem sido a insuficiente sensibilidade social face às condições reais em que vivem os portugueses.
Tudo aliás ultrapassável, ao que parece, através de um esforço de "esclarecimento oportuno e útil do cidadão" e a promoção "mais agressiva" da literacia dos portugueses em saúde .
Sem querer por em causa a qualidade deste estudo, com alguns capítulos brilhantes, não deixei de sentir alguma frustração em relação à edição deste ano. Será que nos habituámos a ver no "Relatório de Primavera do OPSS" algo mais do que "simples estudos" sobre a governação da saúde dos portugueses?
5 Comments:
Acontece que a governação de CC foi melhor do que a pintam.
As sombras teriam que ser forçosamente escassas.
A Governação do Ministro Correia de Campos tem sido "melhor do que a pintam" é verdade. Creio, no entanto, que o tema escolhido para este RP de 2007 salienta um aspecto fundamental, i.e., reforça a ideia de que a Gestão/Organização/Política da Saúde não compete exclusivamente ao Governo (poder de Government) cabendo aos demais actores aplicar eficientes/responsáveis estratégias de GOVERNANCE ou governação. A responsabilidade tem de ser assumida por todos. Esta parece-me ser a ideia base que está por detrás deste tema.
Se a boa política depende essencialmente do que se conseguir relativamente à alteração dos comportamentos (nível micro), como CC refere noutro texto aqui postado, digam-me o que foi feito para alterar os comportamentos do pessoal médico relativamente à prescrição de medicamentos?
Este ano no que se refere à análise da política do medicamento, o Relatório é muito pobrezinho.
E havia muito para analisar...
Na verdade, ao contrário do que é afirmado no post, o relatório do OPSS contem poucas luzes e muitas sombras. Foi assim como que mais um "fogacho".
Todavia, a luz que emitiu tem muitos kilowatts de energia.
Quando se ilumina, à visibilidade pública, uma "insuficiente sensibilidade social face às condições reais em que vivem os portugueses", obscurecemos muitas coisas (que, também, têm sido feitas).
De facto, como já temos aqui referido e insistido, houve da parte do XVII Governo Constitucional poucas prioridades políticas e uma avalanche de prioridades financeiras e orçamentais (hoje necessárias em qualquer política e não caracterizantes de um governo).
Por isso, a afirmação de insensibilidade social é nuclear neste relatório.
A falta de indignação do MS poderá, pura e simplesmente, representar uma outra forma de insensibilidade, p. exº., o devaneio ou a diletância.
Foi isso exactamente o que ouvimos da Secretária de Estado Adjunta para a Saúde, ao falar dos amigáveis conciliábulos nos cafés, das tertúlias à volta da "bica", da doce pacatez do lar, onde amenamente se discorre sobre precalços governamentais, e ... já agora, esqueceu-se dos viperinos "tascos de copos de 3" onde, libertos de baias, os portugueses, desalmadamente, zurzem na política, entre duas discussões sobre futebol...
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