segunda-feira, abril 20

Deixemo-los poisar







Adalberto Campos Fernandes, responsável pela administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, defende que é preciso desfazer os mitos e desconfianças em torno do sector público: «Nós temos um capital de prestígio académico e de investigação médica que não pode ser prejudicado por passos precipitados», alertou. A concentração de qualidade do domínio público é, segundo o responsável pelo Hospital de Santa Maria, determinante para que «as gerações futuras continuem a ser servidas por médicos com grande essência de formação».
Face às dificuldades económicas e sociais, Adalberto Campos Fernandes sugere a discussão entre todos os conceitos e modelos de gestão hospitalar, reconhecendo, porém, que talvez este não seja o melhor momento para o fazer. «Temos hoje condições para fazer uma avaliação subjectiva para que, dentro de três ou quatro anos, possamos falar de matéria de facto e não de juízos de valor».
TM - VIII Fórum Saúde, promovido pelo Diário Económico

Quanto a modelos de gestão hospitalar, ACF conhece a chave do problema: Deixemo-los poisar. Daqui a três, quatro anos, falamos.
O responsável pela surpreendente reviravolta do nosso maior hospital, sabe que o segredo está na capacidade de inovar e dinamismo da gestão.

3 Comments:

Blogger e-pá! said...

Nem tudo será tão limpido como julga Adalberto, nem tão fácil como pensa, o Sr. Salvador...Adalberto Fernandes sabe que a crise deve determinar o refrear muitos dos ímpetos de desenvolvimento no sector privado da saúde.

Sabe também que, ao contrário de muitas ligeirezas que por aí se ouvem, o reflexo da crise na Saúde, não se traduz numa "janela de oportunidade", quanto ao investimento. São instituições financeiras e de seguros e falta-lhes "massa crítica" para desenvolver um grande e consistente projecto.

Por outro lado, o sector privado fez, sobre o SNS,um saque apressado sobre o know-how, mas não conseguiu transferir conhecimento científico bastante, nem controla a formação na área da saúde. Muitas incapacidades para tão violenta marcha...

O alargado projecto das PPP´s onde se meteu foi - e é disso que Adalberto Campos está pacientemente à espera - um passo maior do que a perna.
A persistência da associação da construção desses HH's PPP's com concessão da sua gestão - uma das grandes abdicações e recuos do actual Governo depois de resolver a questão do HH A-S - conduzirá ao esgotamento da capacidade de intervir e desenvolver projectos.

De certa maneira secou demasiado rapidamente a fonte, isto é, o SNS que, com base nas suas estruturas mais pesadas - de fim de linha - e do seu entrosamento com a área académica (nos HH's Centrais), terá conseguido, de algum modo, controlar e estancar a hemorragia.

Por outro lado, começam a haver ajustamentos internos que levam, a deslocalizações de técnicos (não só de médicos) no interior do SNS, com condições remuneratórias e de desenvolverem projectos, pelo menos idênticas ao sector privado.

Portanto, Adalberto Fernandes, deduz, com alguma consistência, que os projectos em que o sector privado da saúde está envolvido, são areia demais para a sua camioneta.E daqui a 3 ou 4 anos, quando a avaliação da qualidade for feito com melhores e mais rigorosos indicadores, poderá repetir-se a parábola de: o rei vai nu !Agora, o sector privado da sáude não é obrigado a ficar confinado ao contexto nacional, as peias portuguesas, aos condicionalismos lusos...
Poderá, por exemplo, socorrer-se de, uma já significativa e reputada, experiência espanhola.

Nem tudo será tão limpido como julga Adalberto, nem tão fácil como pensa, ou queria impôr, o Sr. Salvador...

A ver vamos...

8:28 da manhã  
Blogger Antunes said...

A campanha para o próximo ministro da saúde já começou?
Estamos a ver por quem o saudesa corre.

2:29 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Hospital S. João quer maior autonomia para competir privados linkO presidente do conselho de Administração do Hospital de S. João, Porto, António Ferreira, reivindicou hoje maior autonomia de gestão para os hospitais públicos como condição para conseguirem competir com o sector privado.
«O hospital público só consegue competir com o privado se conseguir diversificação de receitas, autonomia de gestão e se as regras de competição forem iguais», considerou António Ferreira.
Segundo o gestor que falava num seminário sobre saúde no século XXI «não há medicina privada. em Portugal, que não viva à custa da ineficiência da medicina pública».

«Quanto mais eficientes formos mais pomos em risco a iniciativa privada, que tem até a vantagem de não gastar um tostão na formação dos seus quadros«, frisou António Ferreira.
Para o administrador da maior unidade de saúde a »relevância deste hospital, que é o maior da zona Norte, vai depender da capacidade de mudança estrutural, cultural e em termos de organização«.

DD 12.09.08

Pelo que se vê uma posição muito diferente da defendida por ACF.
Para o prof. António Ferreira não há modelo público que lhe chegue.
Trata-se, afinal, de uma proposta de mudança de paradigma. Em defesa de um modelo do tipo regulador.

6:12 da tarde  

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