sexta-feira, agosto 28

PSD, finalmente, o "Pogama"

Finalmente, o PSD deu à luz o programa eleitoral.
Tanto tempo por tão pouco: Sem surpresas. Sem ideias. Sem novas propostas. Simplesmente, à babugem dos descontentes e descontentamentos da governação PS. link

Quanto à Saúde, a preocupação dominante, expressa no programa, não são os doentes ou o nosso sistema de saúde, mas a salvação, o socorro dos pesados investimentos, feitos nos últimos tempos, por entidades privados da saúde. Seja na promessa da redução das listas de espera (com recurso ao mercado), da promoção da escolha de cuidados "fora do sistema público, através do aumento do papel das alternativas dadas pelos subsistemas, sistemas regionais, sistemas de saúde oriundos da economia social e do mercado privado". Seja na "reavaliação da possibilidade de celebrar novamente acordos de gestão de serviços de saúde com entidades do sector social ou do sector privado, bem como de retomar outras parcerias público-privadas" (onde, coerentemente, não se esquece a recuperação do papel da assistência espiritual dos hospitais).

Em resumo, o programa da Saúde do PSD, embora "deliberadamente prudente", não se coíbe de reafirmar a velha proposta da direita (a que MFL faz jus) de esquartejamento e repartição do sector público da saúde, onde a salvaguarda do SNS, dos doentes e cidadãos portugueses, pouco ou nada contam, face aos interesses privados que em primeira linha visa proteger.

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9 Comments:

Blogger Joaopedro said...

COMPROMISSO de OPORTUNIDADE
Um programa tão marcadamente a reboque das medidas e alguns erros da Governação PS como pode constituir um compromisso de verdade?

Quanto à Saúde é a confirmação do que já se sabe: PPPs, PPPs, PPPs, a abrir o sector público às negociatas dos privados.

9:33 da manhã  
Blogger cotovia said...

O Programa da Saúde não terá sido elaborado pela eng.ª Isabel Vaz?!...

9:37 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009
A privatização da Segurança Social no programa do PSD
Quando Jorge Sampaio colocou fim ao delírio governativo de Santana Lopes e do seu Ministro das Finanças Bagão Félix, estava em curso um processo conducente à privatização progressiva da Segurança Social. O programa do PSD acaba por revelar um desígnio de retomar essa medida. Mal camuflado e exposto na imprensa de hoje.
Recordemos, como notou o Miguel, que o vogal da direcção do PSD Paulo Marcelo escrevia despudoradamente ontem que "o programa eleitoral se pode mesmo vir a transformar, versão revista e aumentada, num programa de governo". link A tal verdade não está, portanto, integralmente ali contida. Apenas indiciada. O que se diz é para desenvolver num cenário de vitória eleitoral.
Na página 17, diz-se que se estudarão medidas para que "a pensão de reforma dos portuguesas passe a ser crescentemente encarada também como uma responsabilidade individual". Isto é, em português corrente, a evolução para um sistema de segurança social em que a partir de certos patamares dos rendimentos seria responsabilidade dos próprios entenderem-se com o sistema financeiro para gerir as suas reformas. Especulação? Não. Está explícito no seguimento da página 17 "..o progressivo plafonamento das pensões e contribuições mais elevadas".
Na prática, isto significa privatizar progressivamente a segurança social, entregando aos indivíduos a responsabilidade pelas suas reformas, o que inevitavelmente os conduziria aos fundos de pensões e a produtos afins. Esta interpretação é, aliás, coincidente com a que é dada pelo Diário Económico de hoje: "um dos elementos diferenciadores [do programa] é o plafonamento dos descontos, abrindo assim a porta aos privados.".link
Mais se nota que esta posição colide com o recentemente dito pela equipa de Manuela Ferreira Leite: "..na edição de 27 de Junho do semanário Expresso, o gabinete de Manuela Ferreira defendia que "na Segurança Social foi feita uma reforma que pode durar 15 anos e que o PSD, sendo Governo, não alterará."
Em suma, o Compromisso de Verdade, programa eleitoral do PSD, abre para uma solução que, alargada em programa de Governo, como diz Paulo Marcelo, revelará a intenção de privatizar a segurança social, entregando aos mercados financeiros o destino das nossas reformas. Como se viu no último ano, é uma excelente ideia! Colocar as pensões de reforma ao sabor dos movimentos bolsistas ameaça o futuro, mesmo daqueles que estão perto do fim da carreira contributiva. E ameaça aquilo que os assessores de Manuela F. Leite admitiam na frase acima que o PS tinha conseguido: a sustentabilidade da Segurança Social, que deixou de estar em ameaça permanente de ruptura a curto prazo.
Se conjugarmos esta medida com a descida da taxa social única, percebemos que, na prática, o PSD está a sacrificar a segurança das reformas dos trabalhadores, em nome dos lucros das empresas. A descida das contribuições passa a ser possível porque a intenção é a Segurança Social ter menos responsabilidades nas reformas dos Portugueses. Se as coisas correrem mal no sistema bancário e nos mercados financeiros, isso não preocupa o Partido dito "social democrata".
Surpreende pouco isto quando um dos colaboradores dos Fóruns de onde emanou o programa, Rodrigo Adão da Fonseca, escrevia recentemente que "Não fica evidente que a solidariedade é uma das formas mais agressivas de capturar recursos para uns, em benefício de outros?".link

Publicada por Carlos Santos

12:14 da tarde  
Blogger Clara said...

Manuela Ferreira Leite e Carolina Patrocínio

Não me custa imaginar que Manuela Ferreira Leite seja pessoa para comer uvas com grainhas. No que me diz respeito, nem isto abona a em favor da líder do PSD nem aquilo joga em desfavor da mandatária para a Juventude do PS. Aliás, recordo com especial pesar o dia em que a minha mãe deixou de me descascar as maçãs. A vida continua e hoje, sem tão gentis cuidados, sou uma pessoa condenada a consumir fibras. Fruta na fruteira, cabe constatar que Manuela Ferreira (a candidatada) tem uma presença na vida política portuguesa muito semelhante à de Carolina Patrocínio. Onde a imagem de uma representa a beleza e a juventude, a imagem de outra representa a verdade. Irmanadas como significantes imagéticos pouco mais têm a propor do aquilo que aparentam (no caso da Carolina) ou aquilo que querem aparentar (caso de MFL).

Como significantes puros que nalgum momento se deixaram contaminar, o erro de Carolina foi falar dando laivos de aristocracia endinheirada à imagem de menina bonita. O erro de Manuela Ferreira Leite foi deixar-se mostrar como a "madrinha" de António Preto. De resto Ferreira Leite evita cada palavra a mais, aflige-se com cada enunciado que faça perigar a verdade que Pacheco Pereira entreviu há meses num grande plano das suas rugas. Ao falar demais Carolina Patrocínio sublinhou o vazio político da sua mundividência. Já Ferreira Leite, ao nada dizer, luta por fundar a verdade no culto contemporâneo da (sua) imagem. Beleza e verdade, a cada conceito o seu modelito.

Bruno Sena Martins, avatares de um desejo

12:25 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Com esta histório do Tabu sobre o Programa das próximas eleições, o PSD tenta iludir os portugueses sobre as suas verdadeiras intenções, caso ganhe as próximas eleições.

Trata-se de um Tabu ainda não desfeito. Pois o programa ontem dado a conhecer, "deliberadamente prudente", é um esquiço do que o PSD verdadeiramente pretende fazer.

Claramente o PSD, com uma péssima candidata, sem programa que se veja, sem ideias e novas propostas, joga apenas no esperar para ver, ou seja, que o governo PS caia de maduro.
E, evidentemente, no apoio extra de Cavaco Silva.

2:17 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Agiremos para aumentar a eficiência e reduzir o tempo médio em lista de espera através do aumento da transparência, da eliminação de conflitos de interesse dos profissionais de saúde, e usando parcialmente o mercado, com incentivos aos hospitais e realização de concursos para intervenções/cirurgias com maiores défices. Alargaremos progressivamente a liberdade de escolha pelo utente dos prestadores de serviços de saúde: o beneficiário passará a poder escolher cada vez mais, dentro ou fora do sistema público, o hospital ou o centro de saúde da sua eleição, reduzindo as listas de espera, aumentando a competição e, consequentemente, a qualidade dos serviços prestados.


Aqui temos a verdadeira quadratura do círculo. Quer-se aumentar a eficiência dos serviços recorrendo ao mercado da saúde e, simultaneamente, aumentar a transparência através da eliminação dos conflitos de interesses dos profissionais da saúde. E, digo eu, controlar a despesa em Saúde aumentando a competição e permitindo aos utentes do SNS que, para tratar da dita, recorram a quem muito bem lhes aprouver.

Estou mesmo a imaginar um governo presidido pela Drª Manuela Ferreira Leite a legislar no sentido da separação dos sectores tendo como base o princípio a incompatibilidade do exercício público/privado. A transparência é mesmo um objectivo que está na matriz do pensamento neoliberal. Nesse sentido, a preocupação de MFL é tal que aprofundou o princípio partidário estabelecido por Marques Mendes de não aceitar candidaturas de personalidades a contas com a justiça.

Bem, mas nem tudo é mau. Acabar com as incompreensíveis taxas moderadoras para internamento e cirurgias faz todo o sentido sendo uma boa bofetada de luva branca no governo PS.

2:42 da tarde  
Blogger tambemquero said...

É impossível não ver no programa eleitoral do PSD ontem apresentado, e no anúncio pela dra. Ferreira Leite de políticas de firme combate a medidas da dra. Ferreira Leite, a mão maoista (ou o que resta dela) de Pacheco Pereira, a da autocrítica.

Assim, se a chegar ao Governo, a dra. Ferreira Leite extinguirá o pagamento especial por conta que a dra. Ferreira Leite criou em 2001; a primeira-ministra dra. Ferreira Leite alterará o regime do IVA, que a ministra das Finanças dra. Ferreira Leite, em 2002, aumentou de 17 para 19% ; promoverá a motivação e valorização dos funcionários públicos cujos salários a dra. Ferreira Leite congelou em 2003; consolidará efectiva, e não apenas aparentemente, o défice que a dra. Ferreira Leite maquilhou com receitas extraordinárias em 2002, 2003 e 2004; e levará a paz às escolas, onde o desagrado dos alunos com a ministra da Educação dra. Ferreira Leite chegou, em 1994, ao ponto de lhe exibirem os traseiros. No dia anterior, o delfim Paulo Rangel já tinha preparado os portugueses para o que aí vinha: "A política é autónoma da ética e a ética é autónoma da política".link

Manuel António Pina, JN 28.08.09

4:05 da tarde  
Blogger e-pá! said...

A apresentação do Programa Eleitoral do PSD tem uma grande virtude:
- anuncia, sem papas na língua, que vem aí uma vaga revanchista da política neo-liberal, do tipo fartar vilanagem...

Depois - se acaso esta proposta tiver vencimento nas urnas - não resta outro caminho senão mover-lhe uma oopsição responsável e dura, de acordo com o estilo da líder e do seu tutor em Belém.

Manuela Ferreira Leite e Cavaco Silva - como Jerónimo de Sousa costuma dizer noutro contexto - são farinha do mesmo saco.
.

6:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Este programa ontem apresentado está cheio de rasteiras. Abre a porta à provatização do sector social do Estado (Educação, Saúde e Segurança Social) e tem uma visão retrógada da estratégia que o país deve seguir. Parar, cortar e rasgar não são definitivamente as palavras certas em momento de crise. Há que investir no futuro e nas vias estruturantes que o país tanto precisa, tal como os nossos vizinhos espanhóis.

10:35 da tarde  

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