O Epílogo do SNS…
Os impactos financeiros directos da gripe A nos custos do Estado já ascendem a 67,5 milhões de euros com a compra de vacinas, no valor de 45 milhões de euros, e do Oseltamivir, no valor de 22,5 milhões de euros. O Governo gastou este ano 45 milhões de euros na compra de seis milhões de doses de vacinas contra a gripe A à Glaxo Smith Kline (GSK) e gastou, nos últimos três anos, 22,5 milhões de euros na compra do anti-viral Oseltamivir à Roche, inicialmente destinado ao combate à gripe das aves. Por apurar estão ainda os custos indirectos, dependendo da evolução da pandemia, mas um estudo efectuado pela Deloitte refere que os custos para o Estado estão estimados em 330 a 500 milhões de euros.
A vertigem alarmista na abordagem da gripe A irá ter consequências operacionais e orçamentais gravemente desproporcionadas que contribuirão para agravar, ainda mais, a complexa situação orçamental do sector da saúde. Se a esta situação associarmos as consequências financeiras dos ACT’s generosamente despachados à pressa rapidamente chegamos à conclusão das negríssimas nuvens que pairam sobre o SNS e a sua capacidade de resistir a um quadro de insustentabilidade extrema no plano económico e financeiro.
Este tipo de políticos e de políticas deixam sempre facturas muito difíceis de pagar. No entanto, mais grave, infelizmente, é que ficam criadas as condições para que logo que a direita neo-liberal regresse ao poder se torne inevitável a privatização em massa do SNS.
Não perceber que a gestão do SNS tem uma dimensão estratégica de natureza social mas também económica é, de facto, nada perceber do SNS.
Proclamar a respectiva defesa prosseguindo este caminho é fazer de conta. Passada a gripe estaremos confrontados com um duro período de convalescença na vida do SNS.
A vertigem alarmista na abordagem da gripe A irá ter consequências operacionais e orçamentais gravemente desproporcionadas que contribuirão para agravar, ainda mais, a complexa situação orçamental do sector da saúde. Se a esta situação associarmos as consequências financeiras dos ACT’s generosamente despachados à pressa rapidamente chegamos à conclusão das negríssimas nuvens que pairam sobre o SNS e a sua capacidade de resistir a um quadro de insustentabilidade extrema no plano económico e financeiro.
Este tipo de políticos e de políticas deixam sempre facturas muito difíceis de pagar. No entanto, mais grave, infelizmente, é que ficam criadas as condições para que logo que a direita neo-liberal regresse ao poder se torne inevitável a privatização em massa do SNS.
Não perceber que a gestão do SNS tem uma dimensão estratégica de natureza social mas também económica é, de facto, nada perceber do SNS.
Proclamar a respectiva defesa prosseguindo este caminho é fazer de conta. Passada a gripe estaremos confrontados com um duro período de convalescença na vida do SNS.
Olissipo
Etiquetas: diário da pandemia
4 Comments:
Desde início alertámos aqui no saudesa para o exagero de atenção dado à epidemia, com intervenções quase diárias da ministra da saúde nos órgãos de comunicação social.
A primeira avaliação dos custos da campanha aí estão (67,5 milhões) a juntar aos muitos milhões a contabilizar mais lá prara o final do ano.
Se a isto juntarmos a derrapagem da despesa com medicamentos e da exploração dos Hospitais EPE, podemos concluir que o nosso SNS se encaminha rapidamente para o abismo.
É por isso que a discussão da Sustentabilidade do SNS deve ser um dos temas a figurar no topo da agenda do próximo Governo.
É por isso que José Sócrates deve escolher um novo ministro dotado de visão estratégica, capaz de definir e gerir os dossiers mais difícéis que é necessário desenvolver a curto prazo tendo por objectivo à sobrevivência do SNS.
Se José Sócrates não mudar de Ministro da Saúde, estárá assegurada a queda do próximo Governo a curtíssimo prazo.
José Sócrates, desta vez, não poderá queixar-se de não ter sido bem aconselhado.
Felizmente, desta vez, José Sócrates acertou!
O problema são as políticas.
O próximo governo PS não pode dar ao luxo de ter duas políticas de saúde na mesma legislatura.
Não me parece que, neste particular, o substancial da crítica feita a Ana Jorge tenha razão de ser. À parte um excesso de protagonismo televisivo, que pode ter originado desnecessário alarmismo público, o essencial das decisões tomadas relativamente à gripe A parece-me correcto.
Aos que se insurgem com o despesismo das medidas, lembro apenas que seremos dos países comunitários com menor taxa de cobertura de vacinação. O risco de insustentabilidade financeira do SNS não passa pois por aqui, há seguramente outras áreas de despesa que devem ser atacadas com frontalidade. Nesta matéria parece-me mais relevante as opções em política de saúde do próximo governo que a capacidade de Ana Jorge para o fazer
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