A Sucata da Política…
O episódio da revogação “a correr” das taxas moderadoras ilustra bem o modus operandi político que se foi instalando no nosso país não apenas na saúde mas no conjunto da acção governativa. Com efeito passámos da fase determinista, exigente, rigorosa, reformista e transformadora para a fase da cedência abúlica aos interesses sectoriais mandando (definitivamente) às urtigas o interesse geral. Foi assim na Educação, na Justiça, na Agricultura e já tinha começado a ser assim na Saúde. Escaqueirou-se uma (a única) maioria absoluta em nome da coragem e da determinação reformista para rapidamente ceder em toda a linha face ao desespero de ver o poder esfumar-se.
Na Educação, por exemplo, persistiu-se obstinadamente no non sense para, de um dia para outro, despedir em plena campanha eleitoral a Ministra emblema e de uma assentada retirar o tapete a centenas de professores e de dirigentes que tinham dado a cara, no terreno, pelas políticas do governo.
Na Saúde o processo não foi muito diferente tendo-se passado da tensão crítica à descontracção máxima. Sustentabilidade e reforma passaram a ser palavras malditas e pasme-se que até o anterior Ministro já veio maldizer as taxas que tinha inventado. No sector vai persistindo o domínio atrapalhado da gripe com um incessante abre e fecha, decide e contra-decide depois de já gastos muitos milhões de euros em inenarráveis planos de contingência públicos e privados de que já ninguém fala e nem ousa questionar a respectiva utilidade.
A política videirinha tornou-se mais evidente. O núcleo duro do governo convenceu-se que dominaria para todo o sempre o país tratando bem os amigos, fazendo favores ao capital, defendendo em público o SNS e dando gás às PPP’s em privado. A alquimia governativa foi estrategicamente pensada para iludir, entreter, fazer de conta com uma parte guronsan (o núcleo duro) e outra parte propofol para anestesiar as corporações e os interesses instalados…
Parece, com efeito, que estamos entregues a uma elite da sucata que nunca compreendeu o valor do trabalho e que despreza os valores da decência, da honradez e do brio profissional.
Na Educação, por exemplo, persistiu-se obstinadamente no non sense para, de um dia para outro, despedir em plena campanha eleitoral a Ministra emblema e de uma assentada retirar o tapete a centenas de professores e de dirigentes que tinham dado a cara, no terreno, pelas políticas do governo.
Na Saúde o processo não foi muito diferente tendo-se passado da tensão crítica à descontracção máxima. Sustentabilidade e reforma passaram a ser palavras malditas e pasme-se que até o anterior Ministro já veio maldizer as taxas que tinha inventado. No sector vai persistindo o domínio atrapalhado da gripe com um incessante abre e fecha, decide e contra-decide depois de já gastos muitos milhões de euros em inenarráveis planos de contingência públicos e privados de que já ninguém fala e nem ousa questionar a respectiva utilidade.
A política videirinha tornou-se mais evidente. O núcleo duro do governo convenceu-se que dominaria para todo o sempre o país tratando bem os amigos, fazendo favores ao capital, defendendo em público o SNS e dando gás às PPP’s em privado. A alquimia governativa foi estrategicamente pensada para iludir, entreter, fazer de conta com uma parte guronsan (o núcleo duro) e outra parte propofol para anestesiar as corporações e os interesses instalados…
Parece, com efeito, que estamos entregues a uma elite da sucata que nunca compreendeu o valor do trabalho e que despreza os valores da decência, da honradez e do brio profissional.
Alípio
Etiquetas: Estado de Cócoras
7 Comments:
Está suspenso mas ganha
O vice-presidente do Banco Comercial Português (BCP), Armando Vara, que é hoje ouvido pelo juiz de instrução criminal de Aveiro como arguido no processo Face Oculta, vai continuar a receber um salário de cerca de 30 mil euros brutos até ao apuramento dos factos, apesar de ter suspenso as funções.link
JP 18.11.09
Se fosse um trabalhador de uma fábrica a auferir o salário mínimo não via cheta.
As férias são, naturalmente, pelos serviços ao BCP, e não prémio pelos trabalhos extra!
Apesar dos indícios em contrário, AV tem direito à presunção de inocência até sentença transitada em julgado. Se a justiça o não conseguir condenar, 30.000 Euros serão uma ridicularia, comparados com os milhões que o Estado (e também os mídia?) terão de pagar-lhe!
Apetece-me gritar: haja moralidade, eu também quero ser escutado ,,,
Rodrigo Santiago, advogado de Manuel Godinho, considera que o empresário de Aveiro "é apenas a ponta de um iceberg" de um complexo processo que pode "envolver figuras da hierarquia do Estado". (Jornal i de hoje)
Dr. Santiago, convença o seu constituinte a deitar tudo cá para fora que o Saudesa abre subscrição para lhe erguer uma estátua.
De sucata reciclada.
Vamos lá dividir o mal pelas aldeias...
Da blogosfera:
Biography
In June 2008, Antonio Borges was appointed Chairman of the Hedge Fund Standards Board. Formerly, he was Vice Chairman of Goldman Sachs International which he joined in September 2000. His responsibilities included investment banking, leadership development and strategy.
AESE, 14/05/2004
Continuidade Corporate Governance com Prof. António Borges
Segundo o Professor António Borges, a Corporate Governance é uma questão fundamental que passa não só pelo respeito da legislação, mas assenta, sobretudo no respeito pelos valores e tradições.
Do editorial do Público de 19 de Novembro:
“Lloyd Blankfin, o CEO da Goldman Sachs, uma das mais poderosas instituições bancárias do mundo, deu ontem um passo invulgar e decidiu assumir o seu pecado, pedindo explicitamente perdão pelo envolvimento do banco, também conhecido por Goldmine Sachs, nas práticas que no ano passado quase conduziram à ruína o sistema financeiro mundial.”
O Professor António Borges é Vice – Presidente do PSD e apresentou no XXVII Congresso daquele partido uma moção intitulada:
“Transformar Portugal – por um país íntegro, solidário, justo, próspero e moderno.”
No comments!
Afinal as Escutas da PJ não gravaram Vara a pedir 10 mil euros a Manuel Godinho. link
Os dez mil euros que Godinho pediu à secretária foram para dar uma gorjeta ao porteiro do banco.
A devassa do processo prossegue.
O contrainformação "da defesa" já começou.
Assim se faz justiça no nosso país
a bem da tiragem dos jornais.
È necessário estender a investigação aos casos de corrupção ao Ministério da Saúde.
A face oculta de Armando Vara foi a gota d´agua em relação ao primeiro ministro, José Sócrates.
Nesta altura, JS não ganharia as legistativas.
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