Copenhaga IX - YES, HE DID !
Barack Obama entendeu-se com a China (e as outras economias emergentes: Brasil, África do Sul e Índia), meteu-se no Air Force One e deixou a Cimeira mais cedo. Explicação oficial: partir antes de piorarem as condições meteorológicas. O clima, portanto.
Deixou para trás um acordo oco para os outros assinarem.
"Um mau acordo é melhor do que não ter qualquer acordo.", justificaram, em coro, os líderes da União Europeia. Pois!
Deixou para trás um acordo oco para os outros assinarem.
"Um mau acordo é melhor do que não ter qualquer acordo.", justificaram, em coro, os líderes da União Europeia. Pois!
Etiquetas: PM
3 Comments:
Encerrado o acordo sobre o clima em Copenhaga, procuremos agora focar-nos sobre um outro clima com outros protagonistas mas com não menos conflitualidade potencial. Refiro-me às “mudanças climatéricas” que se anunciam para os hospitais do SNS. Sobre este assunto aqui deixo o noticiado pelo TM.
Reforma dos hospitais avança no início de 2010
Será já no início do próximo ano que a reforma dos hospitais vai começar a tomar forma. Isso mesmo foi garantido ao «Tempo Medicina» por Ana Jorge. «Gostaríamos de avançar com isto durante o mês de Janeiro», declarou a ministra da Saúde ao nosso Jornal, à margem da sessão que homenageou Fernanda Sampayo no Hospital de Santa Marta (pág. 10).
A governante não quis adiantar nem os nomes, nem a forma da «equipa de projecto» que conduzirá esta reforma e que já anunciara na audiência pedida pelo PSD e pelo CDS-PP na Comissão Parlamentar de Saúde (ver edição de 14/12). Nas declarações ao «TM» apenas reforçou que «será constituída uma equipa de projecto que terá de fazer propostas e estudar o processo para identificar quais são as alternativas» para a reorganização dos serviços, tudo isto, «obviamente, envolvendo os profissionais com experiência hospitalar das várias áreas».
Será, então, essa equipa que irá estudar se o modelo a implementar vai ser o de centro de responsabilidade integrada (CRI) «ou se haverá outros» para renovar a forma de organização hospitalar.
E foi devido ao facto de as questões estarem ainda em aberto que, quando questionado pelo nosso Jornal sobre esta reforma, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Carlos Arroz, fez questão de dizer que não conhece «nenhum projecto, nenhuma legislação» sobre o assunto, mas apenas «ideias que vêm nos jornais». À pergunta sobre se a ideia de apostar em CRI poderá influir nos acordos colectivos de trabalho, Carlos Arroz respondeu que «em termos laborais e de carreira, os CRI não ficam de fora». Já em relação aos incentivos, o sindicalista explicou que nessa matéria «passa-se o mesmo que em relação aos incentivos das unidades de saúde familiar [USF]», negociados com os sindicatos e entretanto alterados, algo que as estruturas sindicais consideram ilegal (ver edição de 14/12). E isto porque, «do ponto de vista rigorosamente técnico e jurídico», as verbas que «têm a ver com incentivos devem passar por negociação sindical». Caso tal não aconteça, «é considerado um movimento hostil contra os sindicatos».
Os dirigentes da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) decidiram tomar uma posição mais marcada em relação ao assunto. Numa carta enviada à ministra da Saúde, no passado dia 10, os sindicalistas consideram «indispensável constituir uma unidade de missão para a reforma hospitalar», à semelhança da que foi criada para a reforma dos cuidados de saúde primários. Sobre o sistema de incentivos no âmbito dos CRI, a posição da Fnam deixa antever que também os seus dirigentes encaram esta situação como sendo similar à das USF, ao afirmarem que «ligado à criação dos CRI deve ser definido um sistema de incentivos em função da concretização ou superação dos objectivos estabelecidos na contratualização».
Continuação,
Para já uma dúvida/inquietação, se a reforma vai começar no princípio de 2010 terá de já estar gizada. Ora, que se saiba, não há nenhuma «equipa de projecto» constituída que seja do conhecimento dos destinatários. A não ser que quando diz “gostaríamos de avançar com isto….”, o isto para Ana Jorge seja a constituição da equipa de projecto.
Constantino Sackellarides, provavelmente a voz mais esclarecida no País sobre questões de Saúde, no seu curto mas inestimável contributo para o livro “Governação dos Hospitais”, diz a certa altura: O enfoque propositado na governação clínica que aqui se adopta quer acima de tudo destacar a necessidade de pensar o hospital de “baixo para cima”- dito de outra forma, de olhar para o hospital da clinical governance para a corporate governance ……… do front office para o back office.
Ora, até agora o que se fez nos hospitais foi precisamente o oposto, daí, em meu entender, que só à lupa se consigam distinguir diferenças nos resultados entre hospitais EPE e SPA. E era bom que assim não fosse, era importante para afirmação dos hospitais do SNS que a empresarialização, no sentido da introdução de uma cultura de custo-efectividade, contratualização de produção e discriminação positiva dos profissionais; se desenvolvesse da base (departamentos, serviços) para o topo (administração), precisamente o oposto do que vem sendo feito.
O que mais se deseja é que todo este processo decorra da forma transparente e participada, como sucedeu com a reforma dos Cuidados Primários. Uma reforma de fundo ao nível hospitalar é necessariamente mais complexa e abrangente, pois terá de envolver profissionais de diferentes áreas cruzando saberes e experiências diversas. O livro acima citado, elaborado em parceria com a ARSLVT, bem pode ter sido encomendado como uma espécie de “guia espiritual”para a reforma hospitalar que se anuncia. Se assim foi, nada de mal se vê nisso, esperemos é que um processo que se quer nacional não fique confinado a Lisboa e arredores.
Olha para o que digo, não alhes para o que faço!
É assim muitas vezes nas nossas vidas. E assim é com pessoas e instituições que sobretudo em reuniões como a de Copenhaga ou em "dias-disto-ou-daquilo" não se cansam de apregoar medidas e comportamentos, decisões e atitudes, para combater os males que afectam a Humanidade.
è o que se verifica em Copenhaga.
Mas como nos comportamos no dia-a-dia para contribuirmos para a redução das emissões de carbono?
Um destes dias assisti a um longo debate em torno da aprovação de uma moção sobre a cimeira de Copenhaga onde não faltaram os defensores de medidas a favor da redução das emissões de CO2, aconselhando o seu município a tomar medidas várias. Finda a votação e aprovada a moção, logo muitos dos defensores de tais medidas se apressaram a aproveitar o intervalo para fumar mais um ou dois cigarros. Onde está a coerência?
E algo de semelhante acontece com o dia-das-cidades-sem-carros que não passa de propaganda dos que diariamante, afinal, não abdicam do carro - geralmente de alta cilindrada - para se deslocarem nas cidades que "governam".
E quando circulam a alta velocidade, precedidos de batedores, ainda mais poluem.
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