sexta-feira, junho 15

OPSS, Relatório da Primavera 2012


Relatório de Primavera 2012 - Crise & Saúde - Um país em sofrimento link

1.º - Apresentação do relatório:

- Observatório da Saúde denuncia falta de análise e estratégia do Governo link
- Cortes orçamentais estão a racionar cuidados de saúde link
- Sakellarides diz que Governo transformou taxas moderadoras em pagamentos link
- Portugal: Observatório: crise e austeridade dificultaram acesso aos serviços de saúde link
- Crise agrava problemas de saúde mental e dependências link link
- Ordem dos Médicos confirma racionamento link
- Portugueses têm a Saúde racionada link
- Medidas da troika estão a dificultar acesso aos cuidados de saúde link

2.º - Reacção empenhada da equipa de Paulo Macedo :

- Ministério acusa OPSS de "contradições" e "ideia preconcebida link

- Racionamento na saúde: ministério contesta relatório link

- Paulo Macedo defende-se da “ideia preconcebida” divulgada pelo OPSS link

- Portal da Saúde: MS esclarece e corrige conclusões do Relatório da Primavera 2012. link

- Intervenção do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, na apresentação do Relatório - 14/06/2012 link

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7 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

"Crise & Saúde - Um País em Sofrimento" é o título do relatório da Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde. Na infelicidade que analisa, o relatório tem um título particularmente feliz. Para a grande maioria das pessoas, este é um tempo de sofrimento. Que é outra forma de dizer que a saúde do país está a piorar de dia para dia.

josé manuel pureza, in face book

2:20 da manhã  
Blogger e-pá! said...

OPSS e o relato de uma triste realidade…

Embora seja (ainda) difícil opinar sobre um documento desta amplitude e dimensão -deixo essa pretensão para o MS e a polémica que pretende criar à volta das pré-concepções dos ‘outros’ - o que 'transpareceu' para o exterior, através dos meios de comunicação social, resume-se em duas linhas: da parte do OPSS o relato do óbvio; do lado do MS a reacção habitual!

Esta ‘dicotomia’ é já transversal na sociedade portuguesa entre governantes e governados. Quando uma ONG se mete pelo meio assistimos a chorrilhos de desmentidos e ao bacoco reafirmar de ‘políticas’ como o que se houvesse a mudar (e há muito) fossem os relatos dos ‘observadores’ e não a ‘sofrida’ realidade que vai sendo construída, distorcida, escondida e, por isso, deve ser denunciada.

De facto, o óbvio está veemente sublinhado nas conclusões finais do Relatório da Primavera /OPSS link:“O país está em sofrimento. A crise financeira, económica e social é patente. Os reflexos sobre o sistema de saúde igualmente evidentes”.
Já dizia George Orwell: "Ver aquilo que temos diante do nariz requer uma luta constante".

8:39 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Sem educação e sem saúde!

O Sr. Ministro da Sáude que tantos elogiaram por ser competente e apartidário e alguns acusaram de estar ao serviço de privados já conseguiu que uma consulta no privado custe 50% do valor a pagar o SNS, é obra! Afinal apartidário significa falta de vontade politica virada para os mais pobres e desfavorecidos. Temos de impedir que se encerrem serviços de saúde.

Armando madaleno, JP 14.06.12

8:30 da manhã  
Blogger tambemquero said...

O Sr ministro da saúde no lugar de se preocupar com as conclusões do Relatório do OPSS prefere apostar na desvalorização do seu valor científico.

A intervenção matraqueira do sr secretário de estado na cerimónia de apresentação do Relatório da Primavera 2012 foi a todos os títulos lamentável.
No lugar de um político de topo, dum investigador da saúde, mais parecia um comissário da polícia de choque.

8:40 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

Relatório de Primavera alerta para «País em sofrimento»
«Sustentabilidade política» do SNS em perigo


As medidas que a tutela tem vindo a tomar, desde há um ano, poderão contribuir para a sustentabilidade financeira do SNS.
Mas quanto à sustentabilidade política do modelo, essa poderá estar em risco. Quem o diz são os peritos que elaboraram o Relatório de Primavera 2012 e que aponta para um «País em sofrimento»
«Barreiras no acesso» aos cuidados de saúde, aumento das «falsas taxas moderadoras», «falta de uma estratégia em saúde» e «percepção de racionamento implícito». Estes são apenas alguns dos muitos aspectos que, na opinião dos elementos que compõem o Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), levam a concluir que a sustentabilidade política do Serviço Nacional de Saúde (SNS) poderá estar em risco. Apresentado no passado dia 14, em Lisboa, o Relatório de Primavera 2012 faz a habitual análise ao sector da Saúde e as conclusões não são animadoras.
Durante a apresentação do documento, Constantino Sakellarides, coordenador científico, garantiu que, para elaborarem o relatório, os investigadores puseram «o ouvido no chão». «Tentámos perceber genuinamente o que se passa no País», resultando daí uma «convicção profunda de que nos aproximámos muito da realidade». Com base em diversos estudos recentes, inquéritos e entrevistas levadas a cabo, o observatório constatou a «insatisfação de uma população mais vulnerável com a resposta do SNS» e o «reconhecimento de que é mais conveniente utilizar serviços privados, por efeito das taxas moderadoras e do fecho de serviços públicos próximos».
Da parte dos profissionais de saúde a situação descrita não é melhor, ressaltando a sua «desmotivação». Para esse sentimento contribui, segundo os investigadores, a «diminuição de remunerações» ou a «pressão para formas de racionamento implícito decorrente da intensidade do clima de contenção de gastos».

tm 18.06.12

11:27 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

...
Impacte não estudado

Uma das principais críticas feitas por Constantino Sakellarides ao longo da sessão, e que está patente no Relatório (www.observaport.org), prende-se com a «falta de análise prévia do impacte na saúde» das medidas que vão sendo adoptadas pelo Governo. Segundo o antigo director da Escola Nacional de Saúde Pública, «a ausência desta análise de impacte tem terríveis consequências». Desde logo, porque «não favorece a existência de um sistema de monitorização e publicitação». Por outro lado, também não facilita a «resposta precoce ao impacte sobre a saúde» dessas mesmas medidas. Sakellarides vai mais longe e defende que a inexistência desse estudo «nos impede de ter argumentos na hora de conversar com a troika».
Estas preocupações estão bem plasmadas no relatório, onde se fala numa «falta de enquadramento em políticas de saúde das medidas de racionalização», a par da «ausência de uma linha clara de orientação no investimento em saúde e no desenvolvimento organizacional do SNS». Na sessão, perante um auditório apinhado de diversos responsáveis do sector e já na presença de Leal da Costa, secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, Constantino Sakellarides afirmou que «não há uma política de Saúde em Portugal». «Dizemos isto há 12 anos a todos os governos», salientou.
Segundo os autores do documento, a falta desta estratégia reflecte-se, por exemplo, nas reformas dos cuidados hospitalares e dos cuidados de saúde primários (CSP). A este propósito escrevem mesmo que a reforma dos CSP «corre sérios riscos de degradação».
Sakellarides aproveitou ainda a ocasião para denunciar aquilo que considera «sinais de uma agenda não universalista». Estes estão patentes, por exemplo, nas «falsas taxas moderadoras» ou na «ideia da carteira de serviços». «As designadas “taxas moderadoras” não o são. São pagamentos no acto da prestação dos cuidados», denunciam os relatores.
Reforçando a ideia de que aumentaram as barreiras no acesso aos cuidados de saúde, os investigadores apontam ainda as «dificuldades crescentes com os transportes, para além da evolução dos tempos de espera, que dificultam o acesso aos cuidados de saúde de muitos portugueses».

Aspectos positivos

Entre as avaliações positivas do OPSS à actuação do Governo, destaca-se o elogio ao Ministério da Saúde (MS) por estar a conseguir resistir «invulgarmente bem» às pressões de alguns actores socioeconómicos da Saúde. Admitem-se igualmente «resultados assinaláveis» da tutela, «pelo menos no curto prazo, em alguns domínios», no que diz respeito às medidas de racionalização tomadas.
Também a elaboração de normas de orientação clínica (NOC) é aplaudida, sendo considerada «uma iniciativa de grande alcance para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde e veicula importantes progressos metodológicos». Todavia, os autores entendem que «neste momento, mais importante do que produzir mais normas, é necessário analisar a sua aplicação, assegurando a participação e adesão dos profissionais no terreno».
O OPSS elogia ainda o acordo firmado entre o Governo e a Apifarma e admite que «a baixa efectiva de preços dos medicamentos observada pode contribuir para um maior acesso aos medicamentos por parte da população». Contudo, frisam que «existem claros sinais relativos à diminuição da acessibilidade aos medicamentos por parte dos doentes, associados ao seu empobrecimento».

TM 18.06.12

11:28 da manhã  
Blogger Tavisto said...

Reconhecendo a importância do relatório da Primavera 2012 no alerta para a situação de degenerescência do SNS e nas consequências para a saúde dos portugueses, não posso deixar de apontar duas falhas graves suscitadas numa primeira leitura:

- Numa análise que se deseja científica, utilizar títulos da imprensa diária como “prova” da má governação em Saúde não me parece aceitável. Todos sabemos as dificuldades que o País atravessa e as pesadas consequências que a crise financeira trouxe à maioria das famílias. Não era pois necessário repisar a evidência, importante sim é saber se numa situação de forte aperto financeiro o governo está a tomar as melhores políticas em matéria de Saúde.

- Não aprofundar e dar destaque, às relações entre o SNS e os subsistemas públicos, analisando as graves consequências que resultou para a sustentabilidade do SNS da mudança de paradigma nesse relacionamento a partir de 2010, é inexplicável face à evidência. A este propósito, recomenda-se o artigo da revista Visão “ Como a ADSE está a “matar” os hospitais públicos”.
Deste artigo destaco a seguinte passagem:

“Mesmo à esquerda, onde um sistema pago, em grande parte, pelos impostos de todos e que trata de forma diferenciada 13% da população, é visto como uma injustiça, os protestos que se ouvem não passam de uns “bitaites” na comunicação social e na blogosfera. E nos quadrantes mais ao centro e à direita, identificados como o “arco do poder”, a situação também tem estado a causar algum desconforto, mas sem que a controvérsia atinja grandes proporções”.

Até quando?

1:05 da tarde  

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