Escândalo na ARS-Norte (8)
No lugar de tentar por termo à pouca vergonha da nomeação dos directores executivos dos ACES da ARS-Norte, o Ministério da Saúde investiga nomeações de directores feitas pelo PS.
«Após as críticas dos socialistas às polémicas nomeações da ARS do Norte, agora é a vez do Governo contra-atacar
O Ministério da Saúde (MS) pediu informações detalhadas sobre o processo das nomeações dos directores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) feitas pelo Governo do PS, em 2009. O ex-secretário de Estado adjunto da Saúde, Manuel Pizarro, nomeou 66 directores executivos em todo o país e as escolhas foram pacíficas, bem longe da controvérsia que tem marcado as escolhas dos 19 directores executivos feitas pela Administração Regional de Saúde (ARS) Norte.
Do conjunto dos 66 nomeados, apenas três não eram oriundos do sistema de saúde, mas todos cumpriam os requisitos legais. A este propósito, refira-se que dois dos três ex-directores executivos dos ACES tinham sido nomeados pelo antigo ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, para serviços de centros de saúde e pelo menos um deles foi agora reconduzido no cargo.
O PÚBLICO contactou o MS para perceber as razões desta diligência, mas fonte do gabinete recusou fazer comentários, afirmando que o Ministério pode pedir as informações que entender à ARS.
Já Pizarro considerou estranho o MS questionar as suas nomeações, acusando a maioria de se recusar a prestar esclarecimentos sobre as feitas por este Governo, numa alusão ao chumbo desta semana às duas propostas, do PS e do BE, para que o ministro da Saúde e o presidente da ARS-Norte fossem ao Parlamento dizer quais os critérios que o Executivo está a usar para nomear os directores executivos dos centros de saúde. “Há qualquer coisa de estranho no facto de se virem questionar nomeações quando os nomeados já nem sequer estão em funções. Em todo o caso, tenho a consciência tranquila que essas nomeações respeitaram a lei e foram na altura, em 2009, ano de eleições, insistentemente escrutinadas pelas organizações profissionais e pelo Parlamento sem que tenham sido postas em causa.”
Para Pizarro, “discutir o passado não isenta o Governo de explicar a trapalhada que foram as recentes nomeações. Ora, o que se tem verificado é que o Governo e a maioria que o sustenta fogem desesperadamente de prestar esclarecimentos”.»
JP 14.09.12
«Um-dó-li-tá / Cara de amendoá / Um
soleto coloreto / Quem está livre livre está»... Atingiu-se o grau zero da política. Temos o governo, primeiro ministro e ministro da saúde que merecemos.
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