ERS ou a Albertina.
São, 22.12 horas.
Tinha planeado a publicação de um "post" sobre a Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
O tema, surgiu depois de um diálogo com o Gin, sobre o doente estatístico.
A nossa conversa não encaixou lá muito bem, pois, enquanto o Gin valorizava (e, bem) a mensagem do responsável da ERS, a aconselhar os médicos a mudarem a sua forma de actuação, eu batia na tecla do tipo de discurso e de perfil do Dr. Rui Nunes.
Sobre a ERS, fiz alguma investigação, coligi dados, redigi o texto, faltando apenas rever e fazer, eventuais, correcções.
Já li duas vezes o texto, sem perceber patavina.
O dia, até correu bem. Boling no Alvalade XXI. Ao intervalo do almoço.
Não tenho muito jeito para este tipo de bola, mas sou entusiasta.
Agora, o trabalho não avança.
Este impasse, fez-me lembrar ...
Cá está o livro.
Exactamente.
Já há muito, que não o lia.
"Albertina" ou "O insecto-insulto" ou "O quotidiano recebido como mosca".
O poeta está só, completamente só.
Do nariz vai tirando alguns minutos
De abstração, alguns minutos
Do nariz para o chão
Ou colados sob o tampo da mesa
Onde o poeta é todo cotovelos
E espera um minuto de beleza,
Mas o poeta é aos novelos;
Mas o poeta já não tem a certeza
De segurar a musa,aquela
que tantas vezes, arrastou pelos cabelos...
A mosca Albertina, que ele domesticava,
Vem agora ao papel, como um insecto-insulto,
Mas fingindo que o poeta a esperava...
Quase mulher e muito mosca,
Albertina quer o poeta para si,
Quer sem versos o poeta,
Por isso fica, mosca-mulher, por ali...
-Albertina!, deixa-me em paz, consente
Que eu falhe neste papel tão branco e insolente
Onde belo e ausente um verso eu sei que está!
- Albertina! eu quero um verso que não há!...
Conjugal, provocante, moreno e azulado,
O insecto levanta, revoluteia, desce
E, em lugar do verso que não aparece,
No papel se demora como um insulto alado.
E o poeta sai de chofre, por uns tempos desalmado...
Alexandre ONeill - No reino da Dinamarca.
Tinha planeado a publicação de um "post" sobre a Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
O tema, surgiu depois de um diálogo com o Gin, sobre o doente estatístico.
A nossa conversa não encaixou lá muito bem, pois, enquanto o Gin valorizava (e, bem) a mensagem do responsável da ERS, a aconselhar os médicos a mudarem a sua forma de actuação, eu batia na tecla do tipo de discurso e de perfil do Dr. Rui Nunes.
Sobre a ERS, fiz alguma investigação, coligi dados, redigi o texto, faltando apenas rever e fazer, eventuais, correcções.
Já li duas vezes o texto, sem perceber patavina.
O dia, até correu bem. Boling no Alvalade XXI. Ao intervalo do almoço.
Não tenho muito jeito para este tipo de bola, mas sou entusiasta.
Agora, o trabalho não avança.
Este impasse, fez-me lembrar ...
Cá está o livro.
Exactamente.
Já há muito, que não o lia.
"Albertina" ou "O insecto-insulto" ou "O quotidiano recebido como mosca".
O poeta está só, completamente só.
Do nariz vai tirando alguns minutos
De abstração, alguns minutos
Do nariz para o chão
Ou colados sob o tampo da mesa
Onde o poeta é todo cotovelos
E espera um minuto de beleza,
Mas o poeta é aos novelos;
Mas o poeta já não tem a certeza
De segurar a musa,aquela
que tantas vezes, arrastou pelos cabelos...
A mosca Albertina, que ele domesticava,
Vem agora ao papel, como um insecto-insulto,
Mas fingindo que o poeta a esperava...
Quase mulher e muito mosca,
Albertina quer o poeta para si,
Quer sem versos o poeta,
Por isso fica, mosca-mulher, por ali...
-Albertina!, deixa-me em paz, consente
Que eu falhe neste papel tão branco e insolente
Onde belo e ausente um verso eu sei que está!
- Albertina! eu quero um verso que não há!...
Conjugal, provocante, moreno e azulado,
O insecto levanta, revoluteia, desce
E, em lugar do verso que não aparece,
No papel se demora como um insulto alado.
E o poeta sai de chofre, por uns tempos desalmado...
Alexandre ONeill - No reino da Dinamarca.
Etiquetas: poetas e versos
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