domingo, julho 4

Assim vai a saúde

1. - Já não nos chegava o vendaval do Euro 2004, quando, subitamente, desabou sobre nós a crise aberta pela fuga de José Manuel Durão Barroso para a UE.
Estes acontecimentos têm relegado para segundo plano as notícias sobre a reforma da saúde que, não deixando os seus créditos por mãos alheias, continua a registar inúmeros "casos" de indubitável interesse.

2. -Proposta de acompanhamento das listas de espera cirúrgica:
O partido socialista, justificadamente, desconfiado com o andamento do SIGIC (o novo programa de combate às listas de espera cirúrgicas) apresentou, na passada sexta feira, dia 02 de Julho, dois projectos de resolução com vista à criação de uma comissão eventual de acompanhamento das listas de espera cirúrgicas e à elaboração de um estudo profundo sobre as causas desta situação.
Dizia eu, justificadamente, dada a enorme falta de tranparência dos dados de informação do anterior programa de combate às listas de espera, o PECLEC, que, como sabem, redundou num estrondoso fracasso.
Listas de espera cirúrgica

3. – ERS (Entidade Reguladora da Saúde) com prazos ameaçados:
Como era de esperar, o responsável da recém criada ERS passa por enormes dificuldades.
O Dr Rui Nunes, em carta endereçada ao secretário de Estado adjunto da Saúde, Adão Silva,
expressou a sua preocupação, relativamente à entrada em funcionamento desta entidade fiscalizadora, pois continua sem sede, sem pessoal, sem regulamentação e sem definição orçamental.
A continuidade da reforma da saúde ou a forma como ela vai evoluir, está dependente da solução política a encontrar para a crise da sucessão de Durão Barroso (agora,José Manuel Barroso). Só então se poderá prever o que irá suceder à ERS.
O Dr. Rui Nunes endereçou a carta ao secretário de estado da saúde antes da eclosão da actual crise política. Nesta altura, o responsável da ERS deverá estar, ainda, mais preocupado com o seu futuro.
Entidade Reguladora com prazos ameçados

4. – Criação de Comissão de combate à Sida nas prisões:
“Os ministros da Saúde e da Justiça criaram por despacho conjunto a Comissão de Toxicodependência e Sida no meio prisional, com vista a apresentar um programa de combate à dependência de drogas e às doenças infecciosas graves nas prisões.
O objectivo é criar e organizar, em meio prisional, a prestação dos cuidados de saúde. A criação deste órgão é resultado de uma das recomendações da Comissão de Estudo e Debate da Reforma do Sistema Prisional, presidida por Freitas do Amaral”.
Aqui está uma medida digna de louvar. Infelizmente todos nós sabemos o que acontece com os trabalhos destas comissões. Costuma-se dizer que quando um ministro não quer fazer determinado investimento ou tomar uma decisão que tenha efeitos imediatos nomeia uma comissão para estudar o problema.
Comissão de combate à Sida nas prisões